edição 37 | 2022 outubro a dezembro
Alunos veem maquete com o uso da água.
Texto: Elaine Cutrim
Com cerca de quatro milhões de habitantes e formada por 13 municípios, a Baixada Fluminense é a segunda região mais populosa do Estado do Rio de Janeiro, ficando atrás apenas da capital. O território cortado pelo Rio Guandu, uma das principais fontes de abastecimento de água em todo o estado, também é rico em complexidades.
Por reconhecer a importância da Baixada Fluminense, a Águas do Rio, responsável pelo saneamento de nove cidades da região, levou para lá o Programa Olho D’água – Artes Líquidas e Artes Visuais, edição 2022. Quatro municípios, que juntos possuem mais de 1 milhão e 200 mil habitantes, recebem o programa: Nova Iguaçu, Belford Roxo, Japeri e Queimados.
A exposição, que é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura e tem patrocínio cultural das unidades da Aegea, inclusive da Águas do Rio, e do Instituto Aegea, percorrerá outras 16 cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo até 2023 abordando a temática ambiental.
Alunos veem maquete que demonstra o abastecimento e o uso da água.
Estudantes de Queimados (RJ) com uso de realidade virtual durante visita à exposição.
Com o tema “Ciclo da água e sua importância para a vida humana e de todos os seres vivos”, a iniciativa, voltada para crianças do 4º ao 9º ano da rede de ensino, leva o visitante a viajar por meio de instalações artísticas e óculos de realidade virtual. As atividades acontecem em um Tech-Truck, caminhão com multiplataforma digital com tecnologia capaz de conectar o público por meio da visão, do som e do movimento, proporcionando uma experiência 100% interativa.
Aos 11 anos, a estudante Jamile de Souza, da Escola Municipal Pastor Aristides Arruda, em Japeri, deu aula de cidadania falando sobre a importância do consumo consciente da água. “Eu gostei muito de conhecer a exposição. Aprendi muito. É importante saber como a água chega até a torneira e como podemos usar sem desperdiçar para que ela não acabe. O planeta é a nossa casa e, se não cuidarmos dele, os seres humanos não vão conseguir sobreviver”, disse.
A exposição itinerante conta também com a Mostra Cine ao Ar Livre, em que toda a população local é convidada a assistir a curtas e médias-metragens relacionados à temática ambiental. Luane Medeiros, de 23 anos, é moradora de Japeri desde que nasceu e conhece bem a realidade do município, onde apenas 72% da população conta com água saindo das torneiras e a cobertura de rede de esgoto é de 0%.
A estudante foi um dos 1.500 espectadores do Programa Olho D’água durante sua primeira passagem pela Baixada Fluminense. Pela manhã, ela levou o sobrinho, que aproveitou a exposição, e à noite foi a vez do irmão, Richard Medeiros, curtir um cineminha em ótima companhia.
“Sou moradora da Lagoa do Sapo e confesso que fiquei surpresa ao saber que a Águas do Rio estaria aqui no bairro, não só cuidando da água, mas trazendo uma atividade cultural para nossa cidade. Isso é diferente de tudo que já vivemos”, elogiou.
Para o diretor-superintendente da Baixada Fluminense, Luiz Fabbriani, a exposição Olho D’água é uma ferramenta importante, porque fala diretamente para as crianças. “Estamos fazendo a diferença no presente, mas com um olhar no futuro e sabemos que as crianças são grandes multiplicadoras de conhecimento e levam as experiências para dentro de casa, mobilizando toda a família. Por meio da experiência sensorial vivenciada no projeto, elas repensam a responsabilidade que cada um de nós tem na preservação de nosso planeta”, concluiu Fabbriani.