edição 31 | abril 2021

Curso mostra o papel dos líderes nas práticas antirracistas

Keilla Martins, responsável pelo Programa Respeito Dá o Tom.

Texto: Rosiney Bigattão

Cleide Melo, do ID_BR, abre o curso fazendo uma breve apresentação de sua trajetória e enfatizando com seu exemplo pessoal como e por que é preciso investir em diversidade. Os dados apresentados por ela com naturalidade fazem pensar: por quê, em um país com a maioria negra, poucos líderes são negros? Por que os negros com Ensino Superior têm mais dificuldades para encontrar trabalho qualificado? 

Com dados e referências, a mestra em relações étnico-raciais vai respondendo às questões. Cita cases como o do Consultoria Accenture, eleita em 2018 a empresa mais diversa e inclusiva, que constatou que colaboradores de companhias que contam com diversidade e inclusão enxergam menos barreiras para inovar e são seis vezes mais criativos que os concorrentes. O dado foi reiterado pela Hey Group: 76% dos funcionários de empresas que se preocupam com a inclusão consideram que têm mais espaço para inovar no trabalho. O número cai para 55% nas que não têm essa preocupação.

A melhoria no desempenho também é influenciada pelas questões inclusivas. Nas empresas mais diversas, os funcionários são mais engajados, têm desempenho aumentado em até 50% e a existência de conflitos de trabalho chega a cair pela metade. Elas conseguem ainda reter os melhores talentos, têm colaboradores mais satisfeitos, mais motivados e com mais capacidade de entender as necessidades dos clientes.

O curso desenvolvido pelo Programa Respeito Dá o Tom lembra que a inclusão e a igualdade estão nos pilares e no planejamento estratégico da Aegea: “prevenção contra todas as formas de discriminação e respeito à diversidade”. Aborda ainda, de forma prática e com clareza, como o líder pode se tornar mais inclusivo. Talvez um dos pontos importantes a serem observados é o que traz o conceito do lugar de fala – a posição de onde a pessoa olha para o mundo a fim de intervir nele.

Robson Cunha, diretor-executivo da Aegea MT2, fez o curso. Já tinha interesse pelo tema e é um entusiasta do Respeito Dá o Tom. “O programa está ajudando muitas pessoas a se desenvolverem, pois passaram a acreditar mais em si mesmas, conseguiram evoluir com maior facilidade depois que o Respeito Dá o Tom foi implementado. E a liderança tem um papel muito importante para estimular a diversidade e inclusão, temos de investir neste caminho, e fazer o curso me incentivou ainda mais”, afirma.