edição 38 | 2023 | janeiro a março
Basilon Carvalho,
analista de Ações Afirmativas do ID_BR.
Keilla Martins,
coordenadora do Respeito Dá o Tom.
Texto: Rosiney Bigattão
Focada em deixar um legado positivo para a sociedade, centrada na agenda ESG, em seus 12 anos de trajetória, a Aegea está cada vez mais comprometida com o alinhamento de ações que impactam no desenvolvimento sociocultural e na promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva, prezando pela diversidade. Um dos pontos mais importantes neste sentido foi a criação, em 2017, do programa de diversidade e igualdade racial, o Respeito Dá o Tom.
Por meio dele, com uma atuação transversal com outros programas e áreas da empresa, promove a equidade nas oportunidades de acesso e o crescimento profissional dos colaboradores que se autodeclaram pretos e pardos por meio dos pilares da empregabilidade, do desenvolvimento e do relacionamento. Cinco anos depois, a Aegea já avançou bastante em suas metas: entre os colaboradores, 63% se declaram negros. Aumentou também o total de líderes negros, que hoje é de 19%.
A mudança é construída no dia a dia da empresa, onde os Comitês Regionais do Respeito Dá o Tom têm um papel fundamental. Em rodas de conversa, debates, ações e iniciativas, o RDT leva conscientização para todos os lugares onde a Aegea atua. Em 2022, para acelerar esse processo, a Aegea assumiu o compromisso de aumentar a representatividade de talentos negros em cargos de liderança, subindo de 17% para 27% até 2030.
Essa meta está atrelada à recente emissão de Sustainability-Linked Bonds (SLB), uma operação inédita para uma empresa de saneamento na América Latina e no Brasil, sendo pioneira no país a se comprometer com a meta de diversidade racial em cargos de liderança. A proposta é, até 2030, ampliar a participação nos cargos de liderança, que compreendem até três níveis abaixo do CEO, dos atuais 17% para 27% aos negros e de 32% para 45% às mulheres, além de uma terceira meta ligada ao consumo de energia elétrica.
O trabalho, que já vem sendo feito, será acelerado. Tudo para que, além de cumprir o que foi estabelecido, a Aegea siga crescendo com sustentabilidade, criando oportunidades e valorizando ainda mais os talentos dos seus colaboradores, dos parceiros e das comunidades onde atua. Para isso, esse olhar por mais oportunidades permeia também os programas de trainees, de estágios e contratações da empresa. “Queremos chegar ainda mais longe, assumimos o compromisso por uma sociedade mais justa, igualitária, livre de racismo, de preconceito e qualquer tipo de discriminação e estamos avançando”, analisa Keilla Martins, coordenadora corporativa do Respeito Dá o Tom.
A Aegea possui o selo “Sim à Igualdade Racial”, do ID_BR – Instituto Identidades do Brasil –, certificação que expressa o engajamento da empresa com a realização de ações afirmativas voltadas à equidade racial em suas unidades. O instituto tem apoiado o trabalho da empresa na conquista de mais diversidade. “O primeiro ponto é lembrar que diversidade não significa ter apenas uma pessoa diversa, mas um trabalho mais amplo como o que a Aegea vem fazendo, e ela é fundamental para um mundo melhor, mais sustentável”, afirma o analista de Ações Afirmativas do ID_BR, Basilon Carvalho. Ele é pedagogo, graduado em Ciências Políticas pela Universidade de Léon, do México, e tem diversos mestrados.
Dentro desse princípio, Basilon explica que não se pode pensar em um mundo melhor, que seja sustentável quando não são oferecidas oportunidades para pessoas que não tenham inglês fluente, que moram em bairros distantes, por exemplo. “Para pensar em sustentabilidade tem de se pensar em como ela vai chegar ao trabalho, como ela vai fazer para sobreviver, temos de falar em mobilidade social, em produtividade e pensar em todas essas questões humanísticas que estão na Constituição”, diz ele. “É um processo e só vai mudar quando eu oferecer oportunidades dentro do mercado de trabalho para que possa acontecer”, complementa.
Para o especialista, um dos pontos importantes do Respeito Dá o Tom é que ele traz a oportunidade de letramento, por meio da Academia Aegea, para que seus colaboradores possam fazer a diferença. Outro são os compromissos públicos assumidos pela Aegea com a sociedade. A questão, para ele, é: existe um posicionamento da empresa e as pessoas precisam se adequar a ele. “A Aegea consegue avançar neste sentido, no entanto precisamos repensar como as pessoas em suas bolhas estão versando essa mudança”, argumenta. A igualdade é um processo que algumas instituições acreditam ser de 150 anos.
O ID_BR versa alcançar essa aceleração, no mercado de trabalho, nos próximos 50 anos. “Eu espero ver os meus filhos, os meus netos, inseridos nesse processo. Quanto mais pessoas diversificadas dentro dos times, mais essa representação vai ecoar. Se temos um processo voltado para a inclusão de pessoas diversas, podemos acreditar em uma positividade nos próximos 20, 30 ou 50 anos. Quanto mais pessoas se engajarem, quanto mais empresas trouxerem a diversidade para dentro de suas corporações, mais rápidas serão as mudanças reais para as novas gerações”, finaliza o professor.