edição 36 | julho 2022

METAS SUSTENTÁVEIS DA AEGEA

O FUTURO É AGORA

Busca por mais mulheres e negros em cargos de liderança já é realidade

Texto: Rosiney Bigattão

“Uma das coisas que fizeram meus olhos brilharem quando fui convidada para trabalhar na Aegea foi justamente saber que ela tinha um programa com foco em diversidade”, relembra Adriana Barros, coordenadora de Educação Corporativa da Academia Aegea. Ela conta que na área de desenvolvimento da empresa, onde ela atua, são desenhadas ações, programas e cursos para gerar evolução pessoal e profissional, independente da cor da pele das pessoas. Como a maioria da população negra, não teve uma trajetória fácil.

“Cresci ouvindo minha mãe dizer que eu teria de ser duas vezes melhor para provar meu valor. Na faculdade, eu pagava uma mensalidade e devia três, mas mesmo assim insisti e não só me formei como estou cursando a segunda pós”, diz. Adriana conta que também não se intimidou com os preconceitos sofridos ao longo da vida, ao contrário, eles a fortaleceram e hoje se considera uma mulher muito forte em relação à sua raça, religiosidade e respeito pela diversidade. Na Aegea, se sentiu acolhida e, com as metas, mais e mais pessoas serão.

“Tenho certeza de que a Aegea vai atingir as metas, existem muitas mulheres negras, fortes e competentes que precisam e merecem ser reconhecidas, e fico muito feliz que a Aegea tenha dado este grande passo. Entendam uma coisa: nós, mulheres negras, queremos, sim, ser reconhecidas por nossa competência, garra e honestidade, tanto quanto uma mulher branca”, afirma Adriana Barros.

Anna Júlia Carvalho Matheus, analista de Responsabilidade Social da Ambiental Cariacica (ES), foi a primeira da sua família a ter um diploma de curso superior. Começou a trabalhar muito jovem, mas nunca desistiu de seus sonhos. Mesmo depois de formada, continua estudando, fazendo cursos e atividades para aprimorar o desenvolvimento intelectual. Há um ano e quatro meses na Aegea, se sente reconhecida e acredita que terá todo o suporte para seguir em frente, conquistando seus sonhos. O fato de a Aegea ter lançado as metas sustentáveis mostra o maior comprometimento com um tema que já vem sendo trabalhado pela empresa.

“Eu consigo ver as metas sustentáveis da Aegea materializadas. Percebo pessoas semelhantes a mim ocupando cargos que eu quero alcançar e, como minhas entregas e meus talentos foram reconhecidos, sei que, se me dedicar e estiver preparada, posso ser coordenadora, gerente e até diretora. As metas só ampliam as oportunidades, reforçam um compromisso que a Aegea já tem. Aqui me sinto respeitada como mulher, como negra e fico muito feliz por estar trabalhando em uma empresa alinhada com os objetivos do milênio. Tenho orgulho em pertencer por tudo que vem sendo valorizado em minha trajetória profissional”, conta Anna Júlia.

“Existe um olhar diferente, que não tem nas outras empresas para as pessoas negras”, conta Thales Rodrigues, analista sênior de Riscos e Controles Internos da Aegea. Nascido em Corumbá (MS), ele trabalha na Aegea há cinco anos, começou na Águas Guariroba (MS) e, por meio de promoções consecutivas, está na holding, em São Paulo. “Ouvi muitos ‘nãos’ antes de chegar à Aegea. Eu me formei em Administração de Empresas, em uma universidade federal e, entre 40 alunos na minha sala, apenas quatro eram pretos. No mundo corporativo também era assim, eu tendo de mostrar o tempo todo minha capacidade”, diz.

Thales conta que, na Aegea, todas as vezes que surgiu uma chance de promoção, ele teve acesso a ela. “Mesmo que eu não estivesse totalmente preparado, a Aegea me promoveu e investiu na minha formação. Poderia trazer alguém do mercado? Sim, mas ela preferiu investir em mim, um homem negro, que geralmente é preterido. Então, saber que a empresa consegue te enxergar, independente da cor da sua pele, é muito gratificante. Saber que, como negros e bons profissionais, teremos espaço dentro da empresa, isso gera confiança”, afirma o analista, que integra o Comitê do Respeito Dá o Tom.

Para ele, o programa tem sido uma ferramenta muito importante para dar uma base para as ações afirmativas e isso vai se intensificar ainda mais. “A empresa vai iniciar de forma mais forte o trabalho de desenvolvimento das pessoas negras dentro da empresa, os processos de recrutamento e seleção também vão ter esse olhar, pois apesar de as metas sustentáveis terem sido formalizadas agora, é um assunto que a Aegea já vem falando há anos, e agora vai acontecer de forma mais rápida. É um movimento que não tem volta, daqui para a frente essas ações vão ser mais fortes, mais ostensivas. O mercado todo está neste sentido”, afirma ele.  

Na Aegea, as histórias de superação estão por todo lugar. Na Águas do Rio, uma das mais novas empresas do grupo, outra história de superação. Luana Fidalgo, coordenadora de RH e do Comitê do Respeito Dá o Tom, também foi a primeira da sua família a ter um diploma de curso superior, entre irmãs, tias e avós, a primeira de todas as gerações. A psicóloga com especialização em Gestão de Pessoas vê na prática as teorias antes só encontradas na literatura. “A Aegea é uma empresa inclusiva, aqui no Rio de Janeiro estamos em um processo de aculturamento, mas já conseguimos perceber o reflexo desse movimento de diversidade que já existia pela Aegea como um todo”, afirma ela.

“Eu consegui perceber no meu primeiro dia de trabalho na Águas do Rio. Você vê pessoas muito diferentes trabalhando ao seu lado, gente de cabelo colorido, todos usam o cabelo da forma que quiserem e isso para a mulher negra é muito emblemático, tem uma associação muito forte. Eu vim de tranças, meu marido estranhou, mas eu fiz questão de assumir a minha negritude. Mas eu era só mais uma, pois quando você olha para a Operação, para o Administrativo ou para a liderança, sempre a mesma diversidade. É bem refletido isso. Nos processos seletivos que estão sendo feitos o processo de diversidade é natural”, conta Luana.  

Luana Fidalgo trabalhou em empresas renomadas do Brasil e foi convidada a trabalhar na Aegea quando tinha um trabalho consolidado em outra empresa. Aceitou o desafio pela proposta de participar de um processo de transformação de vidas. “Por conta disso, acabei abraçando esta oportunidade e está valendo muito a pena, está sendo maior do que eu esperava. Aqui na Aegea se dá a preferência por vagas afirmativas. Fazendo parte do RH, eu consigo perceber hoje que o que fazemos na empresa tem um impacto social e isso faz uma diferença muito grande, aqui temos um movimento muito forte de empregabilidade”, afirma.  

“Eu falo sem medo de parecer puxa-saquismo: a Aegea é uma empresa superinclusiva. Ela acolhe, nos dá oportunidade independente da raça ou de qualquer outra situação e é uma empresa que nos insere nos processos, nos chama, eu me sinto muito pertencente à empresa”, conta Adriana Alves da Silva, técnica em enfermagem do trabalho. Ela entrou na Aegea antes da expansão, quando a empresa ainda atendia metade dos municípios que atende hoje e teve a oportunidade de crescer junto com ela.

Adriana foi contratada em 2019 para atuar na equipe de Saúde do Trabalho da Águas Guariroba (MS), depois foi promovida e passou a cuidar dos procedimentos da Regional 1 da Aegea. Recentemente, com mais aprimoramento profissional e uma nova promoção, foi trabalhar na holding. “Temos chance de mostrar nosso potencial, a empresa nos proporciona esse desenvolvimento, consegue ver nossa capacidade e, se temos condições de ir mais longe, nos incentiva cada vez mais a tentar ser melhores”, conta Adriana Alves da Silva.

A Aegea é inclusiva, mas pode ir além, com mais diversidade em todos os cargos hierárquicos. A opinião é de Luana Santos Braguin, coordenadora Comercial da Metrosul. “A gente percebe que tem maior concentração de negros e pardos nos níveis operacionais, por isso é importante que a empresa se preocupe em ampliar a diversidade para os cargos de liderança e a emissão dos bonds sustentáveis neste sentido é uma demonstração do compromisso assumido, tanto em gênero quanto em raça”, afirma ela.

Segundo Luana, o que vem acontecendo na empresa hoje, principalmente por meio das ações do Respeito Dá o Tom, a levam a acreditar que as metas serão atingidas até mesmo antes do tempo proposto, que são aumentar os cargos de liderança de 32% para 45% para as mulheres e de 17% para 27% entre os negros (há também uma terceira meta, de redução do consumo de energia em 15%, medido em kWh/metro cúbico). Luana cita a própria trajetória como demonstração dessa capacidade da Aegea em ter mais negros e mulheres na liderança da empresa. 

“Eu entrei como trainee em 2019, foi uma seleção bem diversa, com muitos negros em todas as fases do processo seletivo e isso me surpreendeu logo de início, pois já tinha participado de outros e, quando ia fazer a dinâmica, por exemplo, eu era a única negra na sala. Isso é um reflexo de ações inclusivas da empresa. Depois de contratada, sempre me senti representada, passei por várias áreas e unidades, em uma evolução constante, participei inclusive da implantação da Ambiental Metrosul (RS)”, conta Luana Santos Braguin.

“Eu me sinto representada quando vejo um diretor negro, mulheres na diretoria, não são casos isolados, então eu sei que, se me dedicar e me preparar, posso chegar lá também, não será a cor da minha pele ou o fato de ser mulher que vai me  impedir”, afirma. “Além da captação dos talentos, faz parte da cultura da Aegea valorizar a diversidade e dar oportunidade aos talentos, chegar nas pessoas que nem sempre tiveram condições de terem acesso, como eu. Na minha visão, as metas sustentáveis só servem de incentivo para algo que já vem sendo feito”, diz.