edição 33 | outubro 2021
Texto: Camila Cordeiro e Rosiney Bigattão
São quatro anos de ações constantes que promovem mais igualdade nas oportunidades de acesso à empresa, mais crescimento profissional dos colaboradores que se autodeclaram pretos ou pardos e, mais recentemente, após uma reconfiguração, aprimoram as iniciativas que espelham a população negra em todos os níveis hierárquicos da companhia. O Respeito Dá o Tom (RDT) tem 13 comitês nas unidades de norte a sul do país e já conquistou reconhecimento do mercado com sua atuação.
A data foi comemorada com a live “Autocuidado da população negra”, com a participação de Vinicius Archanjo Ferraz, especialista em relações étnico-raciais e consultor do Instituto Identidades do Brasil, o ID_BR. Participaram representantes de praticamente todas as unidades da empresa e grande parte da diretoria, entre eles Radamés Casseb, CEO da Aegea, e Marcia Costa, vice-presidente de Gestão de Pessoas, em uma demonstração clara da importância que o programa tem para a Aegea.
“Tenho muito orgulho em estar aqui. Desde o início trabalhamos pela inclusão. A sanitária, nosso propósito maior, mas a de todos os que representam o país, o que inclui os negros, com uma ação que se fortaleceu em 2017, com a ajuda especial do ID_BR, que tanto nos auxilia no processo de educação, que ainda continua. O Respeito Dá o Tom integra o carimbo originário da inclusão que faz parte do DNA da Aegea. Um agradecimento enorme a todos que nos ajudam nesta trajetória”, disse o CEO Radamés Casseb.
“Durante esses quatro anos, o ID_BR tem ajudado o Respeito Dá o Tom no desenvolvimento e na consolidação como um forte programa racial no Brasil. Acompanhamos de perto o crescimento e a evolução e ficamos felizes de presenciar os avanços positivos que o programa tem causado não só dentro da companhia, como na vida da população negra em geral”, ressaltou Vinicius. A Aegea já investiu cerca de R$ 3 milhões em ações internas, na contratação de especialistas na temática racial e em eventos sobre o tema.
Em 2021, de acordo com a recente pesquisa realizada pela área de Recursos Humanos da Aegea, foi constatado que 54% dos supervisores da empresa se autodeclaram negros. Entre os trainees esse número representa 43% dos colaboradores. Ao todo, a Aegea possui 61,9% de seus funcionários autodeclarados como pretos ou pardos.
Para fomentar a discussão em torno da empregabilidade e da igualdade nas oportunidades na Aegea, foi desenvolvido, em parceria com o ID_BR, o treinamento com foco em recursos humanos para todos os profissionais da área. O treinamento debate conceitos da pauta racial, apresenta práticas antirracistas e colabora para a inclusão e diversidade dentro da companhia.
“A Aegea atende 21 milhões de pessoas de diferentes regiões e entendemos o quanto é importante o respeito e a diversidade dentro da companhia, espelhando os diferentes brasis”, reforçou Marcia Costa, vice-presidente de Gestão de Pessoas da Aegea, no evento comemorativo aos quatro anos do Respeito Dá o Tom.
O programa tem três pilares de atuação: Empregabilidade, que foca na geração de oportunidades; Desenvolvimento, que trabalha a disponibilização de cursos de aprimoramento; e Relacionamento, que atua na sensibilização por meio de atividades e ações que disseminam conteúdos relacionados à questão racial, além de iniciativas externas para fomentar a questão.
O Programa Respeito Dá o Tom é reconhecido pelo Instituto Identidades do Brasil como um dos principais programas de igualdade racial do país, sendo certificado com o Selo “Sim à Igualdade Racial”. A certificação significa que a empresa se compromete em realizar ações afirmativas voltadas à equidade racial em todas as suas unidades.
Uma das formas encontradas pelo Respeito Dá o Tom para manter os assuntos relacionados ao programa em pauta são os letramentos mensais. O evento acontece on-line com participação aberta para toda a empresa e foi criado para aprofundar a discussão sobre os diversos temas étnico-raciais, com um especialista diferente a cada mês.
Em setembro, o letramento deu lugar à live comemorativa e, em agosto, o tema foi “masculinidades negras”. “O táxi não para pra gente, mas a polícia para”, disse Vinicius Archanjo Ferraz, do ID_BR. O palestrante também apresentou dados alarmantes: além de viverem sete anos a menos que os brancos, jovens negros têm maior chance de cometer suicídio no Brasil (Ministério da Saúde, 2019).