Texto: Janaína Novellino
edição 32 | julho 2021
Texto: Janaína Novellino
Um encontro para unir história, diversidade cultural, educação e busca pela igualdade racial entre países com uma forte ligação, apesar da distância geográfica. Aliás, um encontro não, vários: a Jornada da Integração Cabo Frio–África, da qual a Prolagos (RJ) participou, está na 8ª semana de realização. Reúne autoridades dos dois continentes em torno de um objetivo comum: promover uma aproximação maior entre os países africanos e o Brasil.
Na mesa-redonda promovida pela prefeitura na Fazenda Campos Novos, em Cabo Frio (RJ), foi apresentado o Respeito Dá o Tom, programa de igualdade racial da Aegea, que desenvolve vários projetos voltados para a população quilombola. Entre eles estão A Natureza da Educação para o Mangue, que visa à formação de guias de turismo, e o Somos Dias na Luz do Candeeiro, com oficina de cerâmica para mulheres do Quilombo Baía Formosa.
“É muito importante participarmos de eventos como este para promovermos a troca de conhecimentos e ações. É preciso unir forças para que possamos combater o racismo estrutural. Como nação, temos inúmeros hábitos e práticas embutidos no nosso cotidiano. São muitas expressões que parecem corriqueiras, mas que carregam um teor racista”, disse a coordenadora do Respeito Dá o Tom na Prolagos, Tayane Pimentel.
“Como cidadã, eu tento me dedicar ao máximo para combater este tipo de prática e como empresa pretendemos que nosso ambiente de trabalho esteja livre de qualquer preconceito ou atitude que possa comprometer a postura de respeito e tolerância”, comentou a coordenadora. Integraram a mesa o prefeito de Cabo Frio, José Bonifácio; o coordenador-geral municipal da Promoção da Igualdade Racial, Manoel Justino; o secretário municipal de Cultura, Clarêncio Rodrigues; e líderes quilombolas.
Texto: Roberta Moraes
Com foco na promoção do turismo sustentável e na valorização da história local, 25 jovens das comunidades quilombolas da Rasa e Baía Formosa, em Armação dos Búzios (RJ), participaram da formação de guia de turismo oferecida pela Prolagos. A ação faz parte de um projeto maior que tem entre os objetivos promover ações estruturadas para preservar o Mangue de Pedra, ecossistema singular formado por pedras e areia e não solo lamoso, como tradicionalmente encontrado.
A Natureza da Educação para o Mangue é um dos três subprogramas do Programa Impulso, voltado para o desenvolvimento de pessoas, famílias e comunidades tradicionais dos municípios da Região dos Lagos (RJ). Para composição do programa, a região do Mangue de Pedra foi mapeada e foi elaborado um roteiro de turismo étnico, ambiental e histórico, ressaltando as características da região e fazendo um resgate cultural das tradições quilombolas.
Durante as aulas, os jovens entre 16 e 22 anos aprenderam sobre a história local, cuidados com o meio ambiente, receberam dicas de guias de turismo profissionais e de fotografia. “Esse projeto veio para enriquecer a proposta do município em ampliar a cultura do quilombo. Além de proporcionar o conhecimento de suas raízes, ele traz para a juventude uma gama maior de possibilidades voltadas para o mercado de trabalho, especialmente nesta fase da vida em que eles têm de decidir a carreira profissional”, comenta a secretária de Educação de Búzios, Carla Nathália Marinho.
Assim como a secretária, o estudante Marcos Paulo Monteiro, de 19 anos, também acredita que a formação permitirá um novo começo para os jovens quilombolas. “Esta foi uma porta aberta, que vai gerar frutos, pois passamos a enxergar o mercado de trabalho com outros olhos e nos apresentou novas possibilidades. Esta oportunidade fará a diferença nas nossas vidas e creio que muitos se sentiram incentivados a seguir no turismo de Búzios”, comentou o jovem aluno do segundo ano do Ensino Médio.
Além de prepará-los para o mercado de trabalho, o programa despertou nos jovens a vontade de multiplicarem o conhecimento adquirido, ajudando a capacitar outras pessoas. “Agora quero que outras pessoas conheçam a nossa história e valorizem o nosso território, que é muito rico cultural e ambientalmente. Queremos colocar em prática o que aprendemos; uma das ideias é compartilharmos nas redes sociais”, acrescenta Ákila Monteiro, 18 anos, que já concluiu o Ensino Médio.
Além de A Natureza da Educação para o Mangue, o Programa Impulso conta ainda com dois outros subprogramas: “Vida na Lagoa”, que atende a comunidade pesqueira do entorno da Lagoa de Araruama, que banha os municípios de São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio e Arraial do Cabo, além de Araruama e Saquarema, que não fazem parte da área sob concessão da Prolagos, e a “Estação Fonte do Saber”, que de forma lúdica e interativa apresentará à população as características da água e os fenômenos que ilustram o comportamento desse líquido em diversas situações.