“Qual o papel da liderança hoje? Equilibrar rigor e generosidade. Toda vez que você assume a liderança, duas palavras passam a te acompanhar: microscópio, pois você vai ser analisado constantemente, no detalhe, e megafone, pois tudo o que você fizer ou disser vai reverberar”, disse o palestrante para abrir o diálogo.
“A liderança também precisa ser prazerosa e não um fardo. A liderança é um projeto inacabado – estará sempre em construção”, disse. Outra dica de Alberto é que um bom líder precisa ter um papel irrelevante – é preciso empoderar sua equipe para você continuar evoluindo e assumir novos desafios, segundo ele.
Para Alberto Roitman, caos significa imprevisibilidade, cada vez mais nós vivemos situações imprevisíveis, que geram insegurança, que fazem com que fiquemos constantemente ocupados em atividades que nem sempre resultam em produtividade.
“Avaliem em que vocês estão se envolvendo. O questionamento deve ser: você está ocupado ou é produtivo?”, disse ele.
O palestrante falou da evolução do mundo VUCA, acrônimo que significa volátil, incerto (de uncertain), complexo e ambíguo. Para o BANI, as letras traduzem as palavras frágil (brittle), ansioso (anxious), não linear (nonlinear) e incompreensível (incomprehensible), que sintetizam o mundo onde tudo acontece ao mesmo tempo e é inexplicável, pois nem tudo tem explicação.
“Não existe resposta para tudo, o importante é ter boas perguntas”, disse ele. Outro ponto importante é que todos esses cenários mudam o comportamento nas empresas. Pesquisa feita em Davos (2021) mostra que 57% dos profissionais não acreditam mais no modelo hierárquico, 62% afirmam que as empresas erraram em não se reinventar e 78% entendem que seus líderes não são inspiradores.
“Ser líder é uma grande oportunidade para inspirarmos as pessoas a serem melhores, já temos caminhos e diretrizes. Precisamos fazer uma verdadeira gestão de talentos, o tempo todo, para que nossos colaboradores se sintam motivados e permaneçam no desafio”, disse, em sua palestra.
Outro indicador importante, de novembro do ano passado, é que o momento é das pessoas olharem menos monetização e mais significado, mais propósito. “Esse é o cenário onde nós estamos sendo convidados a liderar. Um cenário de mudança, de transformação. Você, líder, precisa enxergar as mudanças, evoluir o tempo todo”, orienta.
*Alberto Roitman se define como uma pessoa que persegue tendências inovadoras pelo mundo e Chief Chaotic Officer. Sua função está ligada à Escola do Caos, empresa de aprendizagem que surgiu da certeza de um mundo cada vez mais incerto, para colocar a desordem no plano estratégico. Para a escola, a cultura é a única certeza de que quem não se transforma perde a relevância. Para a Escola do Caos, transformação é sobre uma cultura que promove pessoas inconformadas que querem fazer mais, melhor e de maneira mais eficiente. Roitman é autor do livro “Você é o que você entrega”.