edição 29 | novembro 2020

Resultados nos leilões e indicadores demonstram que a Aegea está preparada para os novos desafios do setor

Texto: Rosiney Bigattão

Ainda faltam a homologação e passos importantes para que a Aegea passe a atuar nos 68 municípios de Mato Grosso do Sul, conquistados em dois leilões, um promovido pela Sanesul, e outro em Cariacica, no Espírito Santo, realizado pela Cesan. Mas, com as novas conquistas, o market share da Aegea passa de 38% para 39,3% (veja gráfico), ao passo que o privado sobe de 9,7% para 10,6%. Para a Aegea, mais do que crescer, o importante é gerar valor para os acionistas, aproveitando as oportunidades que são estratégicas. “A nossa discussão interna é de que o market share não é uma perseguição, o ponto principal como lição é tirar proveito de boas oportunidades que temos na mesa, e vencer nos dois leilões tem essa conotação, pois são localidades com muita relevância, principalmente pelo fato de ter 68 municípios em um só leilão”, afirma o diretor de Planejamento, Controle e de Relações com Investidores, Yaroslav Memrava Neto.

O grande número de players participantes e o nível de competitividade também são pontos relevantes e tornaram as vitórias ainda mais significativas para a Aegea. “São dois projetos que fazem todo o sentido para a Aegea, pois estão localizados em regiões onde já existem operações. Atuamos em Campo Grande, a capital de MS, onde temos a Águas Guariroba, então com os novos municípios serão 69 ao todo no estado. No Espírito Santo, será a terceira PPP, pois lá são duas: as Parcerias Público-Privadas Ambiental Serra e Ambiental Vila Velha. Então, nosso know-how nos credibiliza diante dos acionistas, dos investidores e a partir da nossa expertise nos tornamos mais competitivos, pois temos um modelo de operação e uma vantagem até por conta de sinergia das equipes nesses estados. Vencemos com responsabilidade, com premissas exequíveis, sem deixarmos de ser conservadores ou agressivos, com a certeza de lá na frente conseguir entregar um bom resultado”, conta a diretora de Novos Negócios, Fernanda Bassanesi.

“Dos três grandes leilões do setor de saneamento realizados recentemente, a Aegea venceu dois e são movimentos que não impactam a estrutura de capital da companhia. Em relatório da Fitch, que é a agência de rating que acompanha a companhia há mais tempo, a Aegea é avaliada com AA+ no local e BB no internacional (veja box). Isso reforça a tese de que a empresa faz movimentos de crescimento subordinados à estrutura de capital e ao bom relacionamento com o mercado de capitais como um todo, seja ele bancário ou com investidores institucionais e pessoas físicas”, argumenta Yaroslav. “Estruturas de capital e de operação são bem sólidas, fizemos ofertas que são exequíveis, cabem no balanço da companhia, não tem nada fora do razoável, foi uma ação bem acertada, com retorno de capital empregado pelo acionista atrativo”, complementa ele.

Um ponto importante destacado pela diretora de Novos Negócios, Fernanda Bassanesi, em relação ao leilão da Sanesul foi o trabalho anterior realizado. “Começou em 2016 com a participação da Aegea em um PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), lançado pelo governo do estado, em que vários players se credenciaram a fim de ofertar estudos sem custos para a administração pública. A partir desses estudos prévios, foi contratada a EY Consultoria para ajudar a estruturar a melhor modelagem a fim de atrair investimentos e resolver a questão do esgotamento sanitário de 68 municípios no estado, o que representa 1,7 milhão de pessoas. Ao estudo, se soma o engajamento dos times, tanto o local, que é o da Regional 1, que é onde o projeto vai ser plugado e que participou ativamente das discussões, quanto os corporativos”, aponta Bassanesi. Ela lembra ainda que os estudos foram reforçados e ampliados em razão do cenário que o setor vive agora, que resulta em maior competitividade nos leilões.

Engajamento das equipes resultou em vitória

Outro aspecto de suma importância para que a Aegea vencesse os leilões foi o entrosamento das pessoas envolvidas. “O maior mérito é o engajamento das equipes. O meu papel é engajar os diversos times da Aegea, seja do ponto de vista de operações, que é quem vai operar e tem toda a expertise da ponta; o da engenharia, sob o aspecto de avaliação dos investimentos que serão feitos; da concepção que será implementada para atender as metas contratuais previstas, ou ainda de precificação, feita com base nas nossas experiências nas unidades da Aegea. Tem ainda o engajamento do time jurídico para fazer uma análise adequada do edital que está sendo estudado e do financeiro para conseguir a melhor estrutura de capital para o projeto. O grande mérito da Aegea é conseguir que todos esses times se engajem com o objetivo de entregar a melhor proposta dentro das condições de segurança tanto operacional, jurídica e dentro de um padrão de investimentos de forma responsável”, relata a diretora de Novos Negócios.

Yaroslav também aponta a sinergia como um grande trunfo. “O que nos permitiu vencer foi a estrutura de operação sinérgica e a capacidade de realização acima da média do mercado, o que nos diferencia quanto à capacidade de execução e na entrega de resultados, pois contamos com a sinergia nas equipes das duas localidades e o modelo operacional da Aegea como um todo está sendo replicado em mais dois ativos. É um processo evolutivo, estamos sempre perseguindo melhorar a base instalada. Em Campo Grande, por exemplo, estamos desde o início da companhia, as lições aprendidas foram muito grandes, então conseguir tornar isso um repositório e dar valor para quem construiu, para quem é detentor dessa tecnologia dentro de casa, e fazer com que elas carreguem esse legado e, ao mesmo tempo, evoluam, tem sido o nosso desafio”, diz o diretor de Planejamento, Controle e de Relações com Investidores.

Para ele, as conquistas representam cada vez mais a consolidação da Aegea como o maior player privado de saneamento no Brasil. “Todos os diferenciais implementados até agora permitem nos posicionar assim, sem prepotência, ao contrário, com toda a humildade, que tornou possível que a gente continuasse evoluindo ao longo do tempo”, afirma Yaroslav. “Eu fico muito feliz, pois estou desde o começo da empresa e poder participar desse processo ajuda demais a se completar, mostra que o que a gente tem feito é o que foi traçado desde o começo, de levar saneamento para mais pessoas, então fico orgulhoso de ver isto acontecendo e o pessoal se desenvolvendo para entregar esse resultado”, diz o diretor.

“É uma imensa satisfação chegar aos dez anos com uma empresa que começou com dois ativos, em 2010, e agora poder ser reconhecida uma das maiores empresas do saneamento, de poder levar saúde e dignidade para 8,9 milhões de habitantes com a perspectiva de chegar a 11 milhões com as novas licitações. É gratificante olhar para nossa trajetória e ver que a gente está contribuindo para o crescimento do país, inclusive em uma área tão sensível e principalmente este ano, que trouxe à tona toda essa questão da saúde com a pandemia. Sensação de dever cumprido e prontos para seguir adiante, pois atuando nesta área, que é primária na vida das pessoas, é preciso sempre fazer mais”, afirma a diretora Fernanda Bassanesi.

A avaliação da Fitch

A Fitch, ou Fitch Ratings, é uma agência internacional que avalia o risco que determinada empresa representa e suas avaliações orientam escolhas na hora de comprar ativos para saber se eles não vão perder o valor e se podem trazer um retorno sólido. A avaliação é feita por um sistema de letras, que vai do A ao D. A melhor é indicada pela A – quanto mais A, melhor – e a partir da BBB são empresas em que não é recomendado investir.

Funciona assim:
– AAA significa qualidade excepcionalmente alta.
– AA indica alta qualidade, mas riscos mais altos.
– A indica baixo risco, mas maior vulnerabilidade a fatores ligados ao negócio e à economia.
– BBB são empresas com baixa expectativa de risco, mas que podem ser afetadas por fatores ligados ao negócio e à economia. É a última avaliação para investimento.
– BB representa elevada vulnerabilidade a risco, mas flexibilidade financeira.
– B tem uma situação financeira em processo de degradação e investir nela seria altamente especulativo.
A partir daí vêm avaliações que indicam empresas nas quais não é recomendado investir.