edição 29 | novembro 2020
Paulo Correia, coordenador de TI da Aegea.
Silvia Letícia Tesseroli, diretora Financeira e Administrativa da Aegea.
Liriane Celante, diretora da Academia Aegea.
Cláudia Pires, da Canviant Consultoria.
Roberto Iglesias Mosquera, outro sócio da Canviant Consultoria.
Texto: Rosiney Bigattão
Especialistas de todos os setores são unânimes em dizer: com a pandemia, as mudanças que vinham acontecendo no mundo há décadas foram intensificadas e nada será como antes. Em poucos meses, as necessidades dos consumidores, a forma de trabalhar, de atender, tudo ficou diferente. “Do dia para a noite a gente teve de se adaptar ao novo. E não é só uma transformação digital, estou falando de uma transformação de mentalidade. Ninguém falou pra gente como fazer. Só temos dois caminhos: paralisar, ficar como está e praticamente desaparecer, ou ir buscar como fazer e seguir em frente”, explica a consultora Cláudia Pires, da Canviant Consultoria, que está ajudando a se adaptar ao novo cenário.
Empresas médias e grandes têm naturalmente uma dificuldade maior de adaptação. “As estruturas são baseadas em hierarquia e, com o excesso de informações e demandas a que os líderes são expostos, eles têm dificuldade de ter o controle de tudo e conseguir, com rapidez, dar os comandos aos novos estímulos de mercado. As empresas que continuam nesse modelo, tradicional, estão ficando para trás. As que estão conseguindo se dar bem são as que têm rapidez para se adaptar aos novos cenários, como as startups, que começam pequenas, têm um foco muito grande em atender as necessidades dos clientes, agilidade para se adaptar e mudar o rumo com o feedback dos seus consumidores”, diz Roberto Iglesias Mosquera, outro sócio da Canviant Consultoria.
A Aegea agiu rapidamente no início da pandemia e conseguiu se adaptar ao trabalho remoto e a outras necessidades para seguir em frente. “O Teams, por exemplo, era uma ferramenta que nem estava totalmente formatada, foi adotada pela empresa e funcionou. Depois mudou a versão, a gente não sabia direito onde ficava a barra, que botão apertar, mas fomos aprendendo juntos e hoje fazemos live, reunião e telefonamos por ela. O maior ganho é estar aberto para o novo, para novas possibilidades pois o mundo mudou e a gente não pode ficar em uma posição de que, se está funcionando, não mexe, por isso estamos dando novos passos”, pontua Liriane Celante, diretora da Academia Aegea.
A Metodologia Ágil é uma das alternativas para uma mudança maior. Ela usa um conjunto de ferramentas no desenvolvimento de projetos, mas o principal ingrediente que ela propõe é uma nova cultura, uma mudança de comportamento, um novo jeito de pensar, ou mindset, o modelo ou a atitude mental (leia mais no link da próxima página). “Adotar o modelo Ágil permite um maior alinhamento com o negócio. As equipes conseguem fazer entregas constantes e aceitam mudanças, pois elas acontecem, independente do processo. Então adotar a Metodologia Ágil é ser colaborativo e aceitar que tudo pode mudar e nada melhor do que ir ajustando o produto, a cada momento, sempre buscando entregar valor mais rápido para o cliente”, afirma Paulo Correia, coordenador de TI da Aegea.
A metodologia já é usada na Aegea por parte da Regional 1 e pela área Comercial, que está reformulando o sistema de cobrança com o Projeto RENOVAE. “Fiquei impressionada com os resultados, na transformação de pessoas que estavam acostumadas a pensar dentro de suas caixinhas. Elas conseguiram enxergar mais longe. Um projeto como esse, se fosse desenvolvido na maneira tradicional, levaria um ano ou mais para ficar pronto e corria um grande risco de estar arcaico no fim. Agora, está mudando aos poucos. E tudo passa a ser documentado, quando precisar rastrear uma informação, a empresa deixará de depender das pessoas para saber o que aconteceu”, pontua Silvia Letícia Tesseroli, diretora Financeira e Administrativa da Aegea.
Segundo ela, outra vantagem da Metodologia Ágil será a reordenação da forma de atuação do CAA, que tem quase 300 colaboradores, todos trabalhando em home office desde o início da pandemia. “Ele estava meio distante das operações, quando havia um problema se perdia um certo tempo tentando entender se era do CAA ou de outra unidade. Se tem um problema, não importa a origem, ele é da Aegea, pois é tudo uma coisa só, precisamos ser mais construtivos”, explica. “Todos precisam se comprometer com os resultados. Quando o resultado de uma unidade é bom, o da Aegea também é”, complementa Liriane Celante.
“Quando você atua muito departamentalizado não consegue enxergar o todo, não desperta a criatividade nas pessoas e não atrai os milleniuns (ou millennials, a geração de jovens dos anos 90 que já nasceram com a internet), então é preciso ter um mix de expertises, principalmente porque essa nova geração é muito mais colaborativa e precisa de autonomia, o que ajuda no crescimento da empresa”, completa a diretora Financeira e Administrativa Silvia Letícia.
Outro ponto destacado é a adequação da Aegea ao Novo Marco Regulatório do Saneamento. “A companhia vai precisar de processos mais ágeis, decisões mais rápidas e tem de ter uma metodologia para fazer a mudança”, afirma.
“Estão no passado aqueles projetos que você planeja, planeja e só vai fazer melhorias daqui a um ano. O mundo gira muito rápido e, dessa forma, você vai ser atropelado pelo tempo. Um dos métodos que você usa para tomar decisões rápidas é o Ágil. E o líder autoritário perde ainda mais espaço para aquele que estimula as equipes a pensarem, a serem protagonistas, com direito a errar, pois a metodologia reúne pessoas capazes de resolver problemas e fazer correções rapidamente. E isso resulta em uma sensação de pertencimento muito grande, o que contribui ainda mais para o sucesso dos projetos” – Silvia Letícia Tesseroli, diretora Financeira e Administrativa da Aegea.