edição 29 | novembro 2020
No Portal da Academia Aegea já está disponível uma Trilha da Metodologia Ágil e o conteúdo pode ser acessado pelos colaboradores, sem a exigência de conhecimento prévio sobre o assunto. Outros conteúdos vão ser disponibilizados conforme a evolução da capacitação. “Toda essa bagagem pode ser multiplicada para outras unidades, as pessoas podem participar em diferentes níveis, pois é um processo de desenvolvimento que atinge toda a companhia. Vale enfatizar que é mudança de comportamento, hoje estamos usando a Metodologia Ágil, mas daqui a pouco pode ser outra. O mercado exige uma nova forma de atuação do profissional, o quanto ele ganha em se permitir aprender o diferente”, afirma a diretora da Academia Aegea, Liriane Celante.
Texto: Rosiney Bigattão
A Jornada Ágil vai trazer mudanças para toda a empresa. “O CAA não é um fim, ele é um meio, e as mudanças vão impactar em toda a companhia. O Ágil é um projeto multitarefa e multidisciplinar, tem uma interface que permeia várias áreas e unidades, nosso papel é o de estimular”, diz Silvia Letícia. “Não adianta entregar a metodologia como se fosse uma caixa de ferramentas diferente e só. Na Jornada Ágil, o que se quer é que as pessoas aprendam que precisam pensar diferente, entendam qual a real necessidade do cliente da melhor forma possível e como buscar as soluções com mais agilidade”, diz Paulo Correia, coordenador de TI da Aegea.
O processo de aprendizagem, segundo a consultoria que está ajudando a Aegea, é natural: depois que a pessoa entendeu a necessidade de mudança, vai conhecendo as ferramentas. “Temos oficinas e encontros virtuais, exercícios que são feitos em cima de materiais que são enviados previamente em um sistema de sala de aula invertida, onde o conteúdo foi estudado antes e os encontros ficam para a conversa, tirar dúvidas, aprofundar conhecimentos. Daí a pessoa começa a rever os processos, entende que precisa mudar, que eles precisam estar mais enxutos, que é preciso ter dados, ter colaboração da equipe, e só então apresentamos as ferramentas para isso, de uma maneira mais fluída. E aí aparece outra mudança de mindset que é: como eu lido com as falhas? Precisa ser de forma mais controlada, ir fazendo isso com as entregas, feedbacks e assim vai melhorando o processo”, conta Cláudia Pires, sócia da Canviant Consultoria.
Pensar Ágil é, portanto, estar sempre aberto a mudanças, integrar conhecimentos de outras áreas, ser colaborativo, ter autonomia e entregar um produto que entenda a necessidade do cliente mais rapidamente. “No processo Ágil, as lideranças vão ter de entender que erros podem acontecer e aceitar que fazem parte da aprendizagem. Às vezes um pequeno erro em uma entrega rápida pode trazer menos danos do que o custo da demora em resolver o problema para o cliente”, conta Silvia Letícia. E cita um exemplo. “A ideia é ser mais ágil nas decisões porque o mundo assim demanda, senão a gente vai ficar para trás. A Amazon, como tem um volume de vendas muito grande em intervalos de tempo muito reduzidos, perderia muito se precisasse parar o sistema para fazer atualizações. Daí criaram um sistema no qual a cada 11 segundos são feitas pequenas correções, imperceptíveis para o cliente final”, diz a diretora Financeira e Administrativa da Aegea.
“O insight do pensamento Ágil é que a gente tem de pensar em resultados alcançados e não ficar medindo processos executados. Em TI, por exemplo, o que adianta eu atender 200 incidentes com troca de senha do usuário. O que isso agregou de valor para a companhia? Quase nada, porque a troca de senha não é feita de uma maneira que o usuário tenha mais autonomia, que ele mesmo consiga resolver o problema! Temos de pensar sempre se o que estamos entregando para o cliente agrega valor”, afirma o coordenador de Tecnologia da Informação da Aegea. Segundo Paulo, o papel da TI vai além de suportar os equipamentos, as tecnologias disponíveis. “A TI tem de ser um agente de transformação, se tornando parceiro estratégico que consiga, por meio do modelo Ágil, transformar o pensamento das áreas de negócio dentro dessa jornada”, diz.
Paulo Correia dá um exemplo: se o cliente tem a necessidade de se locomover, você vai levar uns dois anos para desenvolver um carro turbinado para ele. Nesse período vai desenvolver um carro perfeito, mas pode ser que as necessidades dele mudem ao fim do processo. Pela Metodologia Ágil, você faria várias entregas para que ele se locomovesse, primeiro uma bicicleta, depois uma moto e, antes dos dois anos, ele conseguiu se locomover com algumas soluções.