A explicação para a recuperação na Baía de Guanabara, um dos maiores cartões-postais brasileiros, vem da melhora significativa das ações de despoluição.
Segundo a Águas do Rio, responsável pelos serviços de água e esgoto do local, a principal ação foi o tratamento do Rio Carioca. Por meio de um desvio para o Interceptor Oceânico, parte da água contaminada pelo esgoto da zona sul do Rio, segue agora para o emissário submarino de Ipanema.
A ação evita que mais de 250 litros por segundo de água contaminada pelo esgoto vá para a praia do Flamengo. Há sete meses seguidos, a praia vem apresentando boas condições de balneabilidade, segundo o Inea, Instituto Estadual do Ambiente.
Os projetos inovadores e parcerias estratégicas desenvolvidas resultam em melhores condições da qualidade da água dos oceanos, pois as águas correm para o mar – no Brasil, não se trata apenas de poesia ou ditado popular. Devido às elevações da América do Sul, a grande maioria dos rios brasileiros desagua no mar.
“Os oceanos têm sido muito castigados nas últimas décadas pela poluição. Cada litro de esgoto que nós coletamos e tratamos, principalmente nas cidades litorâneas onde atuamos, são litros de esgoto que deixam de ir para os oceanos sem tratamento”, afirma o presidente do Instituto Aegea e diretor de Sustentabilidade da empresa, Édison Carlos.
“Trabalhamos em todos os biomas e regiões brasileiras, sendo a água o centro das nossas operações. Temos o olhar atento para como movimentamos os territórios em que atuamos, e possuímos um relacionamento muito intrínseco com o oceano, de responsabilidade com esse ecossistema. Em um país com grande déficit sanitário como o Brasil, em que apenas 52% do esgoto coletado é tratado, reforçamos nosso compromisso de atuação nesse cenário como Companhia referência em saneamento no país. Afinal, todos os caminhos levam ao mar”, diz Maíra Sugawara, coordenadora de Qualidade Ambiental da Aegea.
Só no ano passado, foram coletados e tratados pelas unidades da Aegea aproximadamente 600 bilhões de litros de esgoto. Em 2024, as redes de coleta e tratamento avançaram ainda mais nos mais de 500 municípios onde a empresa atua.
“Nós temos que lembrar que temos mais de dois bilhões de pessoas que não têm saneamento no planeta e grande parte desse esgoto acaba no oceano, prejudicando a pesca, a vida marinha e a economia, pois grande parte dela passa pelos oceanos. No enfrentamento das mudanças climáticas, é preciso olhar para os oceanos”, afirma Maíra.
Junto ao Pacto Global da ONU no Brasil, a Aegea contribui também para a construção de uma agenda de governança. São ações e parcerias para aumentar a resiliência hídrica, acesso ao saneamento, circularidade e recuperação de recursos.
Como coordenadora da Plataforma de Ação pela Água e Oceano, junto aos diversos representantes das empresas engajadas, a Aegea participa de eventos presenciais e online para falar dos avanços dos projetos e ações coletivas.
Um dos destaques foi a Coalizão Brasileira pela Resiliência Hídrica, iniciativa do Movimento +Água do Pacto Global da ONU. Os objetivos são ser um grande chamamento para empresas unirem esforços e ampliar a proteção de bacias hidrográficas de forma conjunta, aumentando os ganhos de resiliência hídrica e conservação da natureza.
“As empresas têm um papel fundamental, seja no investimento social privado, seja pelas ações realizadas. A Aegea tem a missão de ligar a próxima casa, levando dignidade, melhoria na saúde, na educação, mas também evitando o despejo de esgoto in natura em corpos hídricos”, diz Édison Carlos.
A Aegea também é apoiadora do Blue Keepers, maior projeto do Pacto Global da ONU no planeta, que integra a Plataforma de Ação pela Água e Oceano.
O projeto visa engajar empresas, governos e a sociedade pelo combate à poluição crônica do oceano por resíduos sólidos, com ações preventivas e corretivas, em concordância ao ODS 14 e à Agenda 2030.
Como apoiadora institucional do Pacto Global da ONU – Rede Brasil e integrante do Comitê Executivo do projeto, a Aegea impulsiona as demais frentes de atuação do Blue Keepers junto a mais dois apoiadores – a Coca-Cola Brasil e a Embalixo –, contribuindo para a mobilização assertiva do setor empresarial na realização de ações para remoção imediata de resíduos, mobiliza voluntários por todo Brasil, projetos especiais de estruturas de barramento de resíduos flutuantes e pesquisa com coleta de dados em mais de 20 cidades.