EDIÇÃO 42 - 3º TRIMESTRE - 2024

Matéria
ESPECIAL

Cultura Aegea

Águas de Traineelândia - um exercício para o futuro

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Texto: Rosiney Bigattão

“Tivemos dois dias para nos preparar, tivemos um treinamento de modelagem financeira e planejamento, Traineelândia é uma cidade de 40 mil habitantes, com 30 mil economias na base, uma estação de tratamento de esgoto para concluir, zero de coleta e tratamento de esgoto, parte dos moradores ainda sem abastecimento de água e montamos uma proposta”, explica Gabriel, trainee que foi contratado e está na Corsan (RS). 

Ele explica ainda que a outorga mínima era de R$ 20 milhões e eles foram os vencedores com a oferta de R$ 94 milhões. “Tínhamos um bom acionista, mas também chegamos ao nosso limite, não seria possível ir além”, afirma. “Nosso objetivo era não deixar dinheiro na mesa; a última proposta do concorrente foi de R$ 93 milhões”, brinca o trainee, ao explicar o resultado no Encontro de Líderes.

Gestão de riscos

“Do ponto de vista do risco, o que vocês imaginaram?”, questionou o CEO Radamés Casseb. “Tínhamos previsto o CAPEX por ligação, que foi estimado com valor de mercado, mas o risco são as condições políticas, o que pode ter alguma interferência nas tarifas, as exigências do poder concedente”, explica Gabriel.

“Essas coisas mudam, por isso é importante engajar, discutir, estar presente; em uma concessão, é preciso que a gente viva a cidade, entenda para onde ela avança, onde moram os seus vulneráveis, como é gerado o desenvolvimento econômico e quais são os riscos do contrato”, ensina o CEO.

Alocando prioridades

“A maior sensação do leilão foi o limite do que a gente podia investir; meu grupo estava disputando com o do Gabriel e, quando eles chegaram a R$ 92 milhões, nós pensamos – acabou!”, diz, rindo, Antônio. “Estavámos no limite de 15%, tivemos de sair.”

“A vida real é cheia de coisas que nós não conseguimos atingir. Então, planejar e se preparar para a contingência, para mudanças de rumos, fazem parte do nosso negócio. Plano B, plano C, plano D e assim por diante, são importantes”, aponta Radamés.

“Se tivéssemos um pouco mais de tempo poderíamos ter traçado outras estratégias e alocação de CAPEX, para conseguirmos ser mais competitivos”, justifica o trainee.

“O cuidado com esse exercício é não dar prioridade ao desejo de ganhar em detrimento da segurança da gestão. A dosagem desse momento, que é crítico, em um negócio que quer durar décadas, precisa ser muito bem ajustada em cada momento. Quais são os riscos, o que pode dar errado, o que temos sob controle?”, diz o CEO.

Planejar a partir da Cultura Aegea

“Quando jogamos um risco sobre os parceiros, sobre o ecossistema que confia nesse processo de decisão maior do que deveria, é preciso cautela. Então, compartilhar riscos, tomar a decisão mais assegurada para garantir nossos objetivos faz parte do processo. Em cada pequena decisão devem estar os valores que trouxeram a gente até aqui, até nesse exercício imaginário de Águas de Traineelândia. O risco, a oportunidade, a expectativa e a segurança estão aí e vão nos acompanhar muito tempo na nossa jornada de gestão”, completou.

Confira a seguir as homenagens aos ex-trainees que são talentos da Aegea, além de outros reconhecimentos.