Meio
AMBIENTE

edição 40 | 2023 | novembro

Parcerias que preservam

ESFORÇOS PARA RECUPERAÇÃO DA FAUNA, FLORA E ÁGUA

Texto: Aline Magno

Foram dois anos de parceria, com ações cotidianas em defesa do meio ambiente, da fauna e da flora da Lagoa Rodrigo de Freitas, e um dos principais cartões-postais da cidade já mostra os resultados perceptíveis e sinais de transformação. A renovação foi formalizada no dia 15 de outubro, data que marca os 34 anos do programa Manguezal da Lagoa, liderado pelo biólogo Mario Moscatelli.

O retorno de diversas espécies de aves e caranguejos que haviam desaparecido, o aumento da reprodução de outros animais, o fim da recorrente mortandade de peixes, além das águas cristalinas, são consequências do trabalho da empresa no esgotamento sanitário da região e de profissionais da área ambiental do projeto que se dedica à proteção dos 38.000 m² de manguezal. Eles atuam no controle de pragas, no replantio de espécies e na limpeza das margens, além de promoverem ações de educação ambiental.

Lagoa é um exemplo de ecossistemas que podem ser recuperados

Em números, nesses dois anos, já foram removidos do entorno do espelho d’água mais de 2.800 sacos de 200 litros com lixo, e 1.241 mudas de espécies vegetais nativas foram plantadas. “O apoio da Águas do Rio nos últimos dois anos tem sido fundamental para a manutenção de uma equipe permanente a fim de cuidar e manter a fauna, a flora e monitorar eventuais problemas na qualidade da água da lagoa”, destacou o biólogo Mario Moscatelli.

Segundo ele, a parceria mostrou que está dando certo e vai dar cada vez mais, porque a Lagoa Rodrigo de Freitas é um exemplo de que ecossistemas historicamente degradados podem ser recuperados, “basta vontade e continuidade”, disse. Além das ações em conjunto, contribui para a recuperação o trabalho feito pela concessionária no sistema de esgotamento sanitário da região, incluindo a reforma das 13 elevatórias de esgoto no entorno da lagoa, responsáveis por bombear o efluente para o Emissário Submarino de Ipanema. A empresa atua fortemente também na fiscalização de despejo irregular de esgoto nos canais e rios que a alimentam e a conectam com o mar.

Ampliação de cuidados com o Programa Floresta Viva

No Rio, uma outra parceria, a adesão da Aegea ao Programa Floresta Viva, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), amplia os cuidados com o meio ambiente. Por meio dela, o Sistema Lagunar de Maricá-Guarapina e a Área de Proteção Ambiental do Rio Suruí estão sendo reflorestados. Programas de reflorestamento estão sendo realizados também nas Bacias Guariroba e Cabeceiras do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. A iniciativa apoia projetos em biomas brasileiros, protegendo mananciais e realizando reflorestamentos por meio da estrutura de “matchfunding”, ou seja, para cada R$ 1 do setor privado, o banco coloca outro R$ 1. Dessa forma, o aporte de R$ 5 milhões da Aegea totalizará um investimento de R$ 10 milhões.

Com a adesão ao Floresta Viva, serão restaurados 200 hectares em importantes regiões onde a Aegea está presente e a empresa reafirma o seu compromisso com a proteção ambiental, ampliando suas ações voltadas à preservação do clima, via captura de carbono pela natureza, à manutenção da biodiversidade, preservação do solo e ao aumento da resiliência hídrica nos biomas onde está presente, uma vez que o reflorestamento é uma das formas mais eficazes de preservar os recursos hídricos nas bacias hidrográficas de todo o país.

Projeto Água Limpa para Todos

Outra parceria que preserva também foi firmada pela Aegea com o WWF-Brasil em 13 de setembro. É o Estudo Projeto Água Limpa para Todos, que engloba Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. São três estudos para restauração das cabeceiras do Pantanal, envolvendo 85 municípios e 16 sub-bacias hidrográficas. A área, que é berço de cerca de 80% das águas que abastecem a planície pantaneira, está localizada em uma região que abrange 85 municípios, 16 sub-bacias hidrográficas e uma população de cerca de 3 milhões de habitantes dos estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

O Água Limpa para Todos identificou a necessidade de intervenção em pelo menos dois milhões de hectares da região para atingir o melhor custo-benefício para o controle da erosão e regulação hídrica, serviços fundamentais para aumentar a quantidade e melhorar a qualidade da água no território. A área representa 11% da paisagem, tamanho equivalente a aproximadamente 2,5 vezes o município de Campo Grande, capital sul-mato-grossense atendida pela Águas Guariroba.

Restauração das Cabeceiras do Pantanal

De acordo com as modelagens realizadas pelos pesquisadores, a melhoria da qualidade da água começaria a ser percebida após ações sustentáveis como a restauração nas margens de rios e nascentes, conservação do solo, adoção de melhores práticas agrícolas e construção de curvas de nível para aumento da infiltração da água da chuva e redução da erosão do solo. Já o aumento do volume hídrico seria constatado após intervenção em, no mínimo, 20% da paisagem. Também foram analisadas porções da sub-bacia Jauru e da microbacia de Poconé, em Mato Grosso, e da sub-bacia do Miranda e da APA (Área de Preservação Ambiental) da Bacia do Córrego Guariroba (MS).

“A restauração das Cabeceiras do Pantanal é urgente e vale o investimento por diversos motivos”, destaca Veronica Maioli, especialista em Conservação e Restauração do WWF-Brasil. “Além de ser fundamental para a melhoria do solo e para a manutenção dos recursos hídricos da região, é uma atividade que também gera trabalho e renda, favorece a segurança alimentar, a manutenção da cultura e do bem-estar da população local”, acrescenta.

Para Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea, é de extrema importância para a companhia apoiar iniciativas que vão além dos serviços básicos do setor, como garantir mais resiliência hídrica e água em quantidade e qualidade. “Tendo essa premissa em mente, analisar estes cenários no Pantanal com o WWF-Brasil nos indica a necessidade do país em encontrar soluções para garantir que esse recurso fundamental chegue a todos”, destaca.