edição 34 | janeiro 2022

DE OLHO NO ÓLEO

Programa é implantado em São Francisco do Sul (SC) e ganha oficina em MS

Texto: Adão Pinheiro e Jefferson Gonçalves

O óleo descartado irregularmente é tão prejudicial à natureza que apenas um litro pode contaminar 25 mil litros de água. A afirmação foi feita por Reginalva Mureb, diretora-presidente da concessionária Águas de São Francisco do Sul (SC), no lançamento do Programa De Olho no Óleo.

A iniciativa é desenvolvida em parceria com a Prefeitura de São Francisco do Sul, o Núcleo Social – grupo de instituições do município que soma forças para promover o bem comum – e a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Mama. É uma das ações da concessionária para dialogar sobre conceitos como educação ambiental e sustentabilidade.

Neuza Ferreira da Rosa, presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, destaca a importância do programa para a preservação do meio ambiente. “Como entidade, trabalhamos para a prevenção contra o câncer e este projeto vai nos ajudar, além de conservar o meio ambiente”, disse.

O programa atende também a alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os ODS atingidos estão o 6 (Água e Saneamento) e o 15 (Vida Terrestre).

O programa pretende reduzir o impacto do óleo de cozinha usado descartado indevidamente a céu aberto e nas redes de esgoto. Luiz Gustavo Marzollo, do setor de Responsabilidade Social da concessionária, destaca que para dar o destino correto ao óleo usado o programa colocou pontos para a coleta do material em diferentes regiões da cidade.

O óleo usado, quando jogado no ralo da pia, entope as tubulações do esgoto, aumentando em até 25% os custos de manutenção da rede. Além disso, quando chega aos cursos d’água prejudica a oxigenação, matando plantas e peixes, causa perda da água que poderia ser tratada, poluição do solo, prejuízo às plantas e contaminação do lençol freático.

Estimativas indicam que cada família descarta em média 1,4 litro de resíduo de óleo por mês, número que salta para 136 litros em bares, restaurantes e lanchonetes. O óleo arrecadado será recolhido por uma empresa aprovada pelos órgãos ambientais para dar a correta destinação.

Oficina Bolha de Sabão é destaque do programa em Campo Grande

A Oficina Bolha de Sabão, realizada em parceria com moradores da região do Bandeira, em Campo Grande (MS), teve 35 participantes em quatro dias de curso. Eles aprenderam a reaproveitar o óleo de cozinha para desenvolver sabão e produtos de limpeza.

“A oficina mostra na prática a questão da preservação ambiental e da conscientização. Quando reutilizamos o óleo podemos gerar renda. Trata-se da economia solidária, com sabão personalizado, auxiliando também na visibilidade do produto”, explica o professor João Robson Oliveira de Souza.

“A ideia é promover o reúso sustentável desse óleo com a transformação dele em sabão em pó e líquido, sabonetes e produtos de limpeza em geral, capacitando cada participante em um programa de geração de renda”, destaca Fabiane Rodrigues, coordenadora de Responsabilidade Social da Águas Guariroba.

“O objetivo foi trazer a capacitação acompanhada do debate em não deixar que esse óleo seja jogado na rede de esgoto, o que ocasiona entupimento da rede e poluição na hora do descarte. A proposta é realizar em 2022 mais dez oficinas como essa em diversos bairros da capital”, acrescenta.

Como fazer o descarte correto do óleo

Filtre o óleo.

Armazene em garrafas PET.

Encaminhe para os pontos de coleta do programa em sua cidade, se houver. Caso contrário, destine com o lixo reciclável.