edição 38 | 2023 | janeiro a março
Yaroslav Memrava Neto,
diretor de Novos Negócios da Aegea.
Texto: Rosiney Bigattão
A Aegea tem tido um crescimento representativo, se consolidou como líder do setor privado de saneamento, e tem uma atuação reconhecida pelo mercado, com premiações conquistadas em várias áreas. Para ampliar ainda mais as avenidas de crescimento da empresa, tornando mais claras as orientações para a sua evolução, foi criada uma nova diretoria que vai atuar em sinergia com outras já consolidadas. A mudança facilita o papel que a Aegea quer assumir cada vez mais, com ecossistemas de prosperidade nos seus locais de atuação.
“São três pilares que, em conjunto, mostram o road map de onde a gente quer chegar e são sustentados pela inovação: Tecnologia da Informação, Engenharia e o Modelo Operacional Aegea, o MOA. Cada uma vai continuar atuando com independência, mas em sinergia. O que estava faltando era organizar, pois todos estavam com os mesmos objetivos – de fazer a companhia evoluir. Agora, tem uma pessoa olhando para esses temas, buscando parcerias e produtos que possam acelerar isso. Tudo alinhado com o planejamento estratégico da empresa, como sempre foi feito”, afirma Yaroslav Memrava Neto, diretor de Novos Negócios da Aegea.
Quem está organizando a governança de toda essa evolução é o novo diretor de Inovação e Parcerias Estratégicas, Maurício Endo. “A ideia é dar uma visão mais uniforme, organizando desde as compras que a Aegea precisa fazer, por exemplo, até outras decisões mais estratégicas de investimentos. Vamos incentivar pequenas empresas, fazer parcerias para fornecimento de produtos e serviços e, assim, acelerar nosso crescimento e o da comunidade ao redor”, afirma o diretor.
É um olhar inovador para a maneira com que as concessionárias de água e esgoto trabalham. Estão sendo estudadas possibilidades para fazer com que tudo o que as unidades precisam seja produzido o mais perto delas, criando ecossistemas em cada uma. “Exemplos de iniciativas, às vezes pequenas nas unidades, agora ganham a oportunidade de serem desenhadas de maneira escalável para a companhia inteira e, quem sabe, com a visão de uma empresa independente”, aponta Yaroslav.
“Quando pensamos em inovação, olhamos muito para os prestadores de serviços e para a evolução do modelo operacional. Mas temos outros pontos de inovação, como por exemplo, a geração de renda local, que permite que os clientes tenham a licença social para operar, e que é vista na Aegea de maneira exponencial. É um desenvolvimento compartilhado – ao desenvolver uma comunidade, quando ela se torna autossustentável, os recursos que se colocam ali vão ser multiplicados ao longo do tempo, permitindo que toda essa sociedade evolua”, afirma o diretor de Novos Negócios.
O ecossistema nasce focado no que a empresa utiliza hoje, mas ao longo do tempo, vai evoluir para uma gama de produtos, envolvendo a formação de mão de obra e a utilização da base de clientes da Aegea.
“A sociedade já se organiza mais ou menos assim, o que queremos fazer é que isso gere mais recursos. Podemos até incluir moradores dos bairros onde estão nossas unidades para fazer a manutenção dos serviços. Estourou um cano? Se tivermos naquele bairro moradores cadastrados capacitados para fazer a manutenção, eles podem facilmente resolver. E alguns materiais podem ser produzidos pela comunidade”, conta Yaroslav.
Ecossistemas que possam levar prosperidade. Isso pode acontecer pelo desenvolvimento de uma plataforma que permita às pessoas terem uma geração de renda, com empregos para os moradores das comunidades ou por meio dos programas de inclusão como o Respeito Dá o Tom e outros que a Aegea desenvolve. Mas um dos ecossistemas mais importantes é o gerado a partir dos serviços de água e esgoto, pois garantir o acesso ainda é a maior necessidade em relação ao saneamento, lembra o diretor de Novos Negócios.
“A Aegea consegue entregar serviços que fazem com que a largada das pessoas seja a mais igualitária possível. A chegada depende delas, mas as pessoas precisam ter condições iniciais mínimas para terem qualidade de vida a fim de conseguirem se desenvolver. Caso contrário, se tem um gap enorme. Uma pessoa sem coleta e tratamento de esgoto em casa adoece mais, tem maior abstinência na escola, não tem condições físicas adequadas para enfrentar os desafios diários e tentar chegar a um lugar diferente de onde ela está”, afirma Yaroslav.
Vários estudos mostram que 90% da capacidade cognitiva de uma criança é formada nos dois primeiros anos e as doenças de veiculação hídrica prejudicam esse desenvolvimento. “As pessoas não terem isso na base é uma tragédia do ponto de vista estrutural. Empresas de saneamento como a Aegea podem contribuir de verdade para a prosperidade, criando acesso aos serviços de água e esgoto para que todos tenham condições igualitárias nesse início, viabilizando condições para que as pessoas possam buscar objetivos melhores ao longo do tempo”, diz ele.
Saneamento ainda é básico, reafirma Yaroslav Memrava Neto. “Todos os programas da Aegea trazem, na essência, um compromisso em acelerar o atendimento para quem mais precisa. Programa de inclusão racial porque as pessoas mais pobres são negras e pardas, e são elas que estão em áreas mais desabastecidas do Poder Público, sofrem mais para ter acesso, então queremos contribuir para que tenham a mesma capacidade de chegar ao mesmo local. Seja dando prosperidade na largada ou com programas que vão contribuir para isso ao longo do tempo”, afirma o diretor.
Outro ponto importante é a ampliação do acesso à água, com incentivo ao uso sustentável, que acontece em todas as unidades da companhia. “O vetor de investimentos, que chamamos na empresa de área comercial, é, na verdade, de inclusão dessas pessoas do ponto de vista do fornecimento de água”, explica o diretor de Novos Negócios.
As obras ociosas também estão no foco de atuação. “No Rio de Janeiro existem várias estações de tratamento de esgoto vazias, sem rede de coleta. São demonstrações de desperdício de dinheiro público – foi feita a estação, que é uma obra maior, mais fácil de executar, mas a rede, que é mais complexa, que não aparece e, depois de pronta, é preciso envolver o morador para que faça a conexão, nada disso foi feito”, conta ele.
Outra vertente na atuação da nova diretoria é diminuir a distância percorrida pelo esgoto até a estação. “Isso também é inovação. Em Campo Grande (MS), por exemplo, foram implantadas redes de coleta em toda a cidade que levam o esgoto a um único ponto, a ETE Los Angeles, enorme. Já em Manaus (AM), foram feitas microbacias com várias estações de esgoto, menores. Claro que não é fácil construir uma ETE em cada bairro, mas temos procurado diminuir as distâncias com soluções modulares, a partir da realidade das cidades onde atuamos”, diz Yaroslav.
Para saber mais sobre o assunto, veja as matérias de Tecnologia da Informação e Engenharia.