Em
PAUTA

edição 38 | 2023 | janeiro a março

Cidades inclusivas e saneadas

SEM SANEAMENTO NÃO EXISTE PLANETA SUSTENTÁVEL

Rogério Tavares, vice-presidente de Relações Institucionais da Aegea.

André Pires, vice-presidente de Finanças e de Relações com Investidores da Aegea.

Texto: Rosiney Bigattão

O setor privado está contribuindo de maneira relevante para a construção de um planeta mais sustentável, garante André Pires, vice-presidente de Finanças e de Relações com Investidores da Aegea. “Não é mais uma discussão, mas uma certeza de que temos de cuidar do planeta e o nosso setor tem uma contribuição incrível. A Aegea tem exemplos positivos de como os investimentos em saneamento melhoram o meio ambiente: a Praia de Botafogo própria para banhos, a Lagoa Rodrigo de Freitas sem despejo de esgoto, áreas mais vulneráveis como Pavãozinho e Morro da Mangueira tendo acesso aos serviços da Águas do Rio e a recuperação da Lagoa de Araruama pela Prolagos”, afirma ele.

Os resultados positivos que vêm sendo conquistados são fruto da forma diferenciada que a empresa tem de atuar, segundo o vice-presidente de Relações Institucionais da Aegea, Rogério Tavares. “Nos preocupamos em prestar o serviço da melhor forma possível para fazer com que ele seja bom para as comunidades atendidas ao mesmo tempo em que seja inclusivo, contribuindo com a inserção da camada mais pobre da população na sociedade na qual ela vive, com apoio de atividades educacionais, de geração de renda e saúde, ajudando no desenvolvimento dessas pessoas. É um trabalho em que a companhia se diferencia bastante, na minha opinião, dos outros operadores de saneamento, pela pegada nessa direção de incluir, buscar incluir os excluídos”, argumenta Rogério.

Segundo ele, a empresa tem pessoas com o mesmo propósito, são capacitadas para isso, não é só a busca pelos resultados financeiros, mas para a coletividade, é isso o que move a Aegea. Ele explica que essa diferenciação tem a complementaridade da licença social para operar, a LSO, que é a empresa se relacionar com todos os stakeholders nos locais onde atua para fazer parte daquela comunidade, daquela sociedade, da mesma forma que aqueles que ali se criaram, cresceram. “A parte de Relações Institucionais busca fazer com que a empresa se relacione em todos os níveis decisórios do país, no nível legislativo, executivo e judiciário. Esse trabalho também ajuda a divulgar a empresa, seu propósito, para que as pessoas possam conhecer e, assim, possam respeitar o que está sendo feito”, afirma Rogério.

Outro ponto importante para o avanço que a Aegea conquistou, lembrado por André Pires, é que saneamento é um trabalho coletivo e isso fica claro na forma da empresa atuar. “O nosso propósito tem uma capacidade enorme de engajamento para os nossos colaboradores e para os nossos stakeholders, de todas as pessoas que de uma certa forma se envolvem com a Aegea. O que a gente tem como objetivo é compartilhar prosperidade, porque, no fim das contas, a questão de abrir a torneira e ter água, e o esgoto ser coletado e tratado, ninguém imagina viver sem, mas essa não é a realidade ainda para todos os brasileiros”, diz o VP de Finanças e de Relações com Investidores da Aegea.

Uma atuação completa

Para o VP Rogério Tavares, ao buscar a universalização, a Aegea também contribui para a sustentabilidade do planeta. “O saneamento é fundamental para que se tenha um planeta sustentável, onde grandes concentrações urbanas e atividades econômicas convivam de forma equilibrada. Precisamos de cidades inclusivas e, ao mesmo tempo, saneadas. As questões têm de ser debatidas e negociadas para se chegar a uma solução que favoreça a todos. É muito o nosso trabalho: vamos lá, de casa em casa, conversamos com as pessoas, entendemos os problemas, resolvemos, emitimos uma conta de água que tem a possibilidade da Tarifa Social e se torna um comprovante de residência”, afirma. 

Tem um aspecto mais amplo na atuação da Aegea que é a preocupação com a economia circular, no aproveitamento do subproduto do tratamento do esgoto, o lodo, que pode ser aproveitado também para produzir adubo como para a geração de energia. “A atividade do saneamento pode estar vinculada à economia circular, fechando um circuito, incluindo também a pegada de carbono zero nas operações. Além dessa forma diferente de atuar na prestação de serviços em água e esgoto, a Aegea começou também a ampliar o escopo de atuação, com o primeiro projeto na área de tratamento e disposição final de resíduos sólidos”, diz o VP Rogério Tavares.

Mais crescimento

“Vamos continuar nos preparando para o crescimento, o setor privado representa apenas 23% do setor de saneamento como um todo. Então existe uma oportunidade de continuar crescendo muito grande, está muito evidente que, para atingir as metas de universalização, é necessária a participação das empresas privadas. Nós, como líderes do setor de saneamento privado, temos a obrigação de continuar nesta trajetória. Então, a Aegea vai continuar crescendo, com responsabilidade, com sustentabilidade, com disciplina financeira e com um olhar sempre voltado na direção de incluir os excluídos”, afirma André Pires. A participação e vitória na disputa da Corsan, a Companhia Rio-Grandense de Saneamento, no fim de 2022, é uma demonstração desse interesse da Aegea. 

“Nós estávamos estudando o processo há muito tempo, inclusive quando houve a tentativa de uma IPO (Oferta de Ações na Bolsa de Valores), em janeiro de 2022, e depois evoluiu para uma privatização plena, e tínhamos muita certeza da nossa capacidade de fazer uma boa gestão. Os cenários mundial e brasileiro naquele momento acabaram gerando um pouco mais de turbulência e talvez aqueles que não tinham o conhecimento tão profundo, e não estavam tão acostumados a atuar no Brasil, resolveram sair de cena. Mas a Aegea foi para o leilão com a estrutura de capital já organizada, com parceiros que estão providenciando uma parte relevante dos recursos necessários, garantia de bancos para parte da dívida, enfim, bem estruturados”, conta o VP André Pires.

Criando oportunidades nos desafios

André Pires ressalta que o modelo de gestão da Aegea permite que se tenha ganhos de escala por meio dos processos de aquisição. “Nós temos um modelo de gestão descentralizado, em que a geração de valor nos nossos negócios é feita nas pontas, nas operações, nas quais nós temos as pessoas que de fato geram valor para a empresa. Com esse modelo e a experiência adquirida ao longo dos anos, temos condições de enfrentar os desafios para atingir esses objetivos. Em todas as nossas iniciativas, temos nos preparado financeiramente para poder fazer frente a esses investimentos. Nós assinamos no fim de 2022 um contrato de financiamento com o BNDES por 30 anos, no valor de R$ 19,3 bilhões, é o segundo maior financiamento da história do banco. Isso demonstra, de certa maneira, a filosofia de ter uma estrutura financeira para respaldar as nossas ações”, diz.

Além da disciplina financeira, o crescimento significativo que a Aegea tem tido se deve à sua capacidade de gestão, de enxergar as oportunidades e de construir, em cima delas, propostas consistentes para assumir. “É claro que para isso tem o suporte de acionistas, mas tem também uma gestão de visão e um time disposto a participar, a ajudar a construir, que faz da empresa um lugar excelente para trabalhar, onde as pessoas conversam, se motivam e fazem a companhia crescer. É por isso que a Aegea vai continuar crescendo, criando oportunidades nos desafios, investindo muito em inovação, trabalhando cada vez mais com fontes alternativas de energia, com equipamentos que favoreçam cada vez mais a redução no consumo. Assinamos o compromisso sustentável em reduzir energia em uma fase em que a companhia vai crescer muito – isso é de quem acredita, que está estudando, sabe o que está fazendo”, afirma Rogério Tavares.

Segundo os dois executivos, o futuro do planeta é como o da Aegea – de muita sustentabilidade pela frente.