edição 30 | janeiro 2021
Raphael Renan de Paula, supervisor de Programação de Serviços da Regional 1, um dos responsáveis por colocar em prática o projeto.
Texto: Rosiney Bigattão
A Programação Automática é um recurso para gerenciar as equipes de campo segundo a prioridade de cada Ordem de Serviço, o número de profissionais disponíveis naquele dia, as habilidades que eles têm, ordenando tudo em um roteiro de execução mais eficiente e inteligente, pois acessa dados direto do Google e leva em consideração informações que um programador levaria muito tempo para inserir, como tempo de deslocamento de uma via. O resultado é imediato: assim que a programação está pronta, a Ordem de Serviço on-line, que já é utilizada em toda a Aegea, aparece no celular do colaborador que vai executá-la.
Na verdade, a Programação Automática é um software, a API, dentro de outro software, o sistema GSS, usado pela área de Serviços em todas as unidades da Aegea. A ideia foi desenvolvida por uma equipe multidisciplinar, sob a coordenação de Bruno Gayet, e foi melhorando conforme as necessidades que surgiam. Para ser eficiente, tem um requisito: exige 15 parâmetros, no mínimo. Entre eles estão se a equipe é multifuncional, as prioridades, que são definidas por pesos para cada serviço, o cadastro, e assim por diante. A qualidade dos dados inseridos afeta diretamente o resultado da Programação Automática.
“É um robô, ele pensa de acordo com os critérios que foram adotados, que foram inseridos, e faz a programação de acordo com eles. Eu faço a inserção e isso muda todo dia. Por exemplo, num dia como hoje, que está chovendo, alguns serviços externos não podem ser executados e é preciso colocar essa informação para que ele programe do jeito que você quer”, explica o engenheiro Raphael de Paula, supervisor de Programação de Serviços da Regional 1, responsável por colocar em prática a Programação Automática. “É como se fosse um videogame, é bem legal, eu movimento o robô de acordo com o que é melhor no dia a dia. Se estou em Campo Grande, posso fazer a programação para Ariquemes, o supervisor me passa as informações: eu tenho três equipes para fazer vazamento, duas para fazer religação e duas para outro tipo de serviço. A partir daí, ativo o robô para que ele faça a programação de acordo com isso”, diz.
Para explicar o funcionamento, o engenheiro compara. “No formato manual, o programador vê no sistema que tem 15 vazamentos na cidade, ele manda fazer todos. Só que muitas vezes a equipe não consegue executar todos, então eles corriam o risco de resolver um vazamento que tinha entrado no sistema naquele dia e deixavam pra trás um que estava lá há dois dias, por exemplo. Agora não, o robô programa o que é possível dentro do tempo disponível, sem fazer hora extra, incluindo os deslocamentos, inclusive o retorno para a base. Nós trabalhamos com a média histórica dos serviços realizados e estamos sendo bastante assertivos”, afirma.
Com a nova forma de programar, os resultados têm sido bastante positivos. Como ela organiza as demandas com mais inteligência, levando em consideração a distância percorrida, o trânsito e o melhor percurso, há aumento na produtividade com o menor tempo de deslocamento. Também permite redução de custo, pois o gasto com combustível, o desgaste dos carros e a geração de hora extra são menores. Outra vantagem é o aumento da satisfação do usuário, já que as demandas programadas acabam sendo, de fato, cumpridas naquele dia. “Tem inúmeros benefícios, até a questão de ser mais democrática, pois as Ordens de Serviço são distribuídas segundo disponibilidade, habilidade e não preferências pessoais”, diz o engenheiro.
O sistema foi dividido em módulos para melhor tradução da regra de operação, sendo eles: critérios, cenários e agendador (schedules). A parametrização desses módulos orienta a programação. A API de roteirização é baseada em métodos heurísticos para resolver problemas de otimização combinatórios utilizando os algoritmos TSP (Travelling Salesman Problems) e VRP (Vehicle Routing Problems).