edição 35 | abril 2022

LÍDERES EM SEGURANÇA

Workshop mostra caminhos para a construção de uma empresa segura

Texto: Rosiney Bigattão

A palestra é parte do Workshop Cultura de Segurança, realizado pela SG4 Treinamentos para a área de EHS da Aegea, com foco na liderança da Águas do Rio (RJ). “Queremos colocar todos na mesma sintonia, mostrando a necessidade de incorporar a importância da Segurança no Trabalho nas atividades rotineiras. A equipe de segurança faz o direcionamento das ações, mas o envolvimento das lideranças é que fará a diferença“,  explica Ana Maria Pattaro, gerente de EHS da Aegea.

Trabalhar com produtividade e atitude preventiva

Segundo ela, o foco do treinamento foi trabalhar a questão do envolvimento, pois quem se envolve acaba se comprometendo no processo de gestão. “É importante que os líderes entendam que buscar uma postura de trabalhar com segurança é ganhar em produtividade. A atitude preventiva está no DNA da Aegea, é um valor dentro da empresa e a mentalidade prevencionista é base para o questionamento constante – o que eu vou fazer para evitar acidentes, qual suporte eu vou dar para minha equipe?“, aponta ela.

Comportamento de segurança e percepção de risco

Além de constante, a busca pelo comportamento seguro deve estar em todas as ações e ser direcionada para todos, envolve não só a segurança individual, mas de toda a equipe, é uma postura pelo bem coletivo. “O líder deve cuidar da integridade dele, de quem está ao lado e mesmo de quem realiza atividades em campo, distante dele, e de qualquer pessoa que esteja vulnerável em alguma situação. Enfim, todos os que estão trabalhando dentro de sua área de responsabilidade. Precisa se comprometer com a equipe como um todo”, explica a gerente.

Um passo importante para ajudar os colaboradores a construírem uma estrutura de postura de segurança é desenvolver a percepção do risco. “Conhecer as regras, as normas e os procedimentos desejados pela empresa em relação à Saúde e Segurança do Trabalho é fundamental, pois como ficar atento se você não sabe o que pode acontecer? A partir desse conhecimento, estando com o radar aberto, a percepção do risco é ampliada para gerar atitudes seguras em qualquer atividade”, afirma Ana Maria.

Os procedimentos, as regras e normas de segurança da Aegea fazem parte do Programa Interage e estão disponíveis para todos. “É importante que os líderes divulguem as informações para a equipe. A Aegea tem uma matriz de riscos e, a partir dela, foram desenhados os treinamentos obrigatórios em função das atividades que cada pessoa exerce. Por exemplo, para realização das atividades relacionadas a serviços com eletricidade (NR 10), em espaços confinados (NR 33), trabalho em altura (NR 35)  e os trabalhos de escavação, que fazem parte das atividades especiais, pois estão associados aos maiores riscos. No entanto, todas as atividades exigem atenção”, diz.

Trabalhar com excelência é também cuidar da segurança

Outro ponto importante abordado pelo treinamento foi sobre responsabilidade civil e criminal. “Todo acidente acontece porque existe uma causa e todos poderiam ter sido evitados. Faço questão de frisar: todo acidente pode ser evitado. Conforme você vai desenvolvendo uma percepção de risco, automaticamente vai atuando com mais foco em segurança e vai conscientizando sua equipe para uma visão prevencionista em grupo”, indica Pattaro. 

Em caso de acidentes, a empresa e os colaboradores podem ser envolvidos e responsabilizados, desde o colaborador diretamente envolvido, o gerente, o diretor e a equipe de segurança. “Quanto mais engajada estiver a equipe com todas as áreas da empresa, mais resguardada ela estará. Mas, novamente: cuidar da segurança é responsabilidade de todos, sem exceção”, lembra a gerente de EHS da Aegea.

Os líderes aprenderam também, no Workshop Cultura de Segurança, as diferenças entre os conceitos de negligência, imprudência e imperícia. Negligenciar é quando não se faz nada para evitar – é a ausência de precaução, a indiferença em relação ao ato realizado. Ser imprudente é praticar um ato perigoso. E a imperícia é fazer algo para o qual não se está preparado, a falta de aptidão para o exercício de determinada profissão ou atividade.

Curva de maturidade da segurança

Para encerrar, foi comentado sobre o ciclo de envolvimento que leva à maturidade da cultura de segurança – a chamada Curva de Bradley. Ela retrata quatro estágios de amadurecimento da atitude preventiva: 1 – reativo, que envolve os instintos naturais; 2 – dependente, da supervisão; 3 – independente, centrado no indivíduo; e 4 – interdependente, que é o pensamento coletivo.

Funciona assim: no primeiro nível da curva as pessoas não assumem responsabilidades. Acreditam que a segurança é questão de sorte. No segundo elas veem segurança como uma questão de seguir as regras que foram elaboradas por alguém. No terceiro estágio os indivíduos acreditam que a segurança é pessoal e que podem fazer a diferença com as suas próprias ações. O último, o da maturidade, acontece quando as equipes se sentem responsáveis pela segurança.