Atendendo mais de 208 mil moradores em Santa Catarina, além dos milhões de visitantes que passam pelas cidades durante a temporada de verão, as unidades da Aegea no estado têm obtido um excelente desempenho quando o assunto é perdas de água tratada. Com reservação de mais de 27 milhões de litros nas quatro cidades, as concessionárias têm diminuído os índices com tecnologia e investimentos nos sistemas de abastecimento.
Conforme o estudo mais recente divulgado pelo Instituto Trata Brasil, o Relatório de Perdas de Águas 2023, a média brasileira de perdas ficou em torno dos 40,25%. Em Santa Catarina, a média é de 34%.
Com foco em performance, duas unidades da Aegea no estado se tornaram exemplo no avanço ao combate às perdas: a Águas de Bombinhas e a Águas de Camboriú. A cidade de Bombinhas alcançou índices de 12% em perdas, ao passo que Camboriú chegou a 16,5%.
“Para alcançar estes resultados, enfrentamos desafios desde o início do trabalho nos municípios. Foi preciso superar a falta de gestão de pressão, ausência de automação, fraudes, ligações não padronizadas, operação manual das unidades e parque de hidrômetros defasado”, relembra a diretora-executiva das unidades, Maraísa Mendonça.
“Investimos em tecnologia e em estratégias para atingir os resultados atuais. Trabalhamos em diversas frentes, adotando medidas como a medição de 100% da distribuição de água tratada, aumento da setorização dos sistemas a partir da instalação de novos macromedidores e fiscalização ativa de clientes, removendo, em média, 1,3 mil fraudes por ano”, explica ela.
Além de gerarem impacto positivo do ponto de vista econômico e gerencial, as reduções de perdas são também um incentivo aos cuidados ambientais – tema debatido e incentivado dentro da comunidade.
“A redução no índice de perda de água tratada é foco permanente das concessionárias. Nos tempos atuais, não se concebe operar sistemas de abastecimento sem essa preocupação. O enfoque de atuação responsável e sustentável com o meio ambiente nos exige isso”, explica.
“Outro grande benefício é que a redução de perdas representa a melhor distribuição de água para os bairros e, consequentemente, maior oferta de água tratada”, afirma a diretora-presidente das unidades, Reginalva Mureb.
Informações levantadas pelo estudo feito pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, apontam que o volume total de água não faturada em 2021, ano-base da pesquisa, foi de cerca de 7,3 bilhões de m³, o equivalente a quase oito mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente. Representa mais de sete vezes (7,4) o volume do Sistema Cantareira – o maior conjunto de reservatórios do Estado de São Paulo.
Para entender o impacto do controle de perdas, considerando-se somente as perdas físicas (vazamentos), o volume (3,8 bilhões de m³) seria suficiente para abastecer aproximadamente 67 milhões de brasileiros em um ano.
O estudo “Perdas de água 2023 (SNIS 2021): desafios para a disponibilidade hídrica e avanço da eficiência do saneamento básico no Brasil” foi elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano-base 2021) e compreende uma análise do Brasil, de suas cinco macrorregiões, das 27 unidades da Federação e também dos 100 municípios mais populosos do país, que figuraram no Ranking do Saneamento 2023.