Em 2015, a Ambiental Serra, Parceria Público-Privada entre as empresas Aegea e Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), começou a atuar na Serra com o objetivo de universalizar os serviços de tratamento de esgoto na região. Durante os nove anos de operação, o índice de cobertura de redes de esgoto avançou de 58% para 93%, e já atingiu a universalização, prevista no Novo Marco Legal do Saneamento para 2033.
Mesmo após a universalização, a Ambiental Serra (ES) continua os investimentos. No último ano, foram investidos cerca de R$ 21 milhões na ampliação do sistema de esgotamento sanitário. As obras contemplaram a construção de 25 mil metros de novas redes de esgoto, cerca de 2 mil novas ligações, 4 mil metros de linhas de recalque de esgoto bruto e a construção de 8 novas estações elevatórias de esgoto.
“Com os investimentos, foram beneficiados dez bairros, levando saúde, valorização imobiliária, recuperação ambiental e melhoria geral na qualidade de vida da população”, afirma o diretor-executivo, Valdir Antônio Alcarde Júnior.
“Os benefícios de uma cidade saneada são diversos e os números alcançados conseguem mostrar isso claramente: tratar o esgoto com eficiência melhora a qualidade de vida da população.”
Justino Brunelli, diretor-presidente das PPPs da Aegea no Espírito Santo, destaca que os avanços obtidos se refletiram numa melhoria socioeconômica para a cidade, como por exemplo a valorização dos imóveis. “Mas ainda há muito a ser feito nos próximos anos e vamos seguir firmes neste propósito”, afirma.
O acesso ao esgoto coletado e tratado avança também em Cariacica, onde a Cesan deu início, em meados de 2021, a outro contrato de Parceria Público-Privada (PPP) no Espírito Santo. Desde então, a Ambiental Cariacica vem realizando melhorias no sistema de esgotamento sanitário. Com os investimentos, a disponibilidade de rede de esgoto, que era de 44%, saltou para 51%, em 2023.
Nos dois anos, foram investidos R$ 65,5 milhões e construídos mais de 90.000 metros de novas redes de esgoto em 17 bairros do município. A coleta e o tratamento de esgoto passaram de 4,3 milhões de m3 para 6 milhões de m3, um aumento de 40%. A expectativa da Cesan é de atingir a universalização em 2030, com o índice de 95% de cobertura.
“Nossa atuação já tem trazido impactos bastante positivos, com geração de emprego e renda durante as obras”, explica o coordenador de Engenharia, Julianderson Santos.
O trabalho agora é superar o desafio de conscientizar os moradores sobre a necessidade da interligação dos imóveis na rede e sobre o uso correto do sistema para evitar obstruções e outros danos, explica ele.
O caminho do esgoto desde que é coletado nos imóveis, como é feito o tratamento e o que acontece se a ligação na rede coletora não for feita são algumas das questões respondidas durante a capacitação que forma agentes multiplicadores em Serra. O Projeto de Educação Ambiental em Saneamento (PEAS), promovido pela Ambiental Serra, tem o objetivo de fazer com que os próprios moradores espalhem informações relevantes sobre saneamento básico e conscientizem os seus vizinhos.
As atividades tiveram início em julho do ano passado, quando a equipe socioambiental realizou reuniões de apresentação aos líderes comunitários dos bairros contemplados pelo projeto. O trabalho tem como escopo o planejamento e a execução de ações educativas, treinamentos, visitas às estações de tratamento de esgoto, blitze nas comunidades, visitas de diagnóstico, treinamento e visitas de monitoramento em bares e restaurantes.
A iniciativa inédita no Espírito Santo já capacitou 79 agentes multiplicadores do saneamento. Para a unidade, o projeto é uma forma eficiente de conscientizar a população sobre o uso correto da rede de esgoto. “Pesquisas mostram que mais de 30% da população não sabe o que é saneamento básico. Isso faz com que a adesão à rede não acompanhe a sua disponibilidade”, afirma Ana Paula Garcia, coordenadora de Comunicação e Responsabilidade Social.
Serra, com 93% dos serviços de esgotamento sanitário, ainda tem 16% dos imóveis da cidade sem conexão ao sistema.
“Nada melhor do que um vizinho conscientizar o outro. Ao criar essa rede de formação, ampliamos o alcance das nossas ações de responsabilidade socioambiental e possibilitamos que a comunidade, devidamente informada, adote melhores hábitos de saneamento”, diz Ana Paula.