edição 40 | 2023 | novembro
O bucólico bairro carioca, inspiração para artistas, agora tem mais um motivo para encantar moradores e turistas.
Texto: Aline Magno
Para atingir a universalização do esgoto, um marco do saneamento básico no Rio de Janeiro, a concessionária executou diversas ações. Ampliou a rede de coleta, construiu uma nova elevatória de esgoto e reformou outras quatro estações de bombeamento. Além disso, interligou e ativou uma tubulação subaquática de nove quilômetros, que agora conecta a rede da ilha à Estação de Tratamento de Esgoto São Gonçalo, município do outro lado da baía. Foram dez meses de obras e um investimento de cerca de R$ 26 milhões.
“Estamos vivendo um momento histórico. O investimento feito aqui, na ‘Pérola da Baía de Guanabara’, é um passo importante dentro do nosso compromisso de contribuir com a recuperação desse ecossistema ao longo da próxima década. Estamos falando do maior projeto ambiental do planeta, que vai tirar do papel um antigo sonho, que é ver a baía recuperada. Quem ganha é a população, o meio ambiente e a economia fluminense”, afirma o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini.
Nos próximos anos, serão investidos R$ 2,7 bilhões na construção de um cinturão de proteção da baía com coletores de esgoto implantados nos municípios que circundam a baía.
Desde que a concessionária intensificou as ações na ilha, a qualidade da água do entorno de Paquetá entrou em um processo gradativo de melhoria. A mudança nos levantamentos dos índices de poluição ao longo dos anos é atestada nos relatórios de balneabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Na média dos primeiros meses do ano passado, apenas uma das sete praias estava própria para banho. Este ano, todas estão balneáveis.
Mauro Henrique Araújo, de 39 anos, morou a vida toda em Paquetá, mas nunca frequentou as praias. A poluição sempre fez parte da paisagem, o que afastou gerações de famílias daquelas águas. Este ano, no entanto, o líder comunitário do Morro do Buraco, comunidade da ilha, começou a perceber uma mudança de cenário: “A gente deixou de ver esgoto nas ruas e começou a ver as águas cristalinas. É surpreendente! O que eu espero é que daqui para a frente seja só progresso”, afirma.
Apesar dos 457 anos de Paquetá, parte dos moradores dali somente teve acesso à água tratada e encanada recentemente, após o início das operações da Águas do Rio na rede de abastecimento e da revitalização da estação de bombeamento local. É o caso de Samara Gomes e sua família, que mora na colônia de pescadores da Praia José Bonifácio.
“Minha filha me perguntou: ‘Mãe, posso beber dessa água?’. E eu respondi que sim, que ela podia beber. Em meus 31 anos de vida, a minha mãe nunca pôde falar isso pra mim”, contou Samara, emocionada. Durante anos, sua família precisou recorrer à água de poço, cuja qualidade era duvidosa.
A ilha que inspirou histórias e se tornou cenário de romances icônicos, está renascendo. Paquetá está voltando a ser protagonista de boas histórias, e sua população é testemunha viva desta mudança. “Agora temos água passando por esses canos e a comunidade está feliz. É muito gratificante para a gente ver isso”, finalizou.
Nos próximos anos, serão investidos R$ 2,7 bilhões na construção de um cinturão de proteção da baía, com coletores de esgoto implantados nos municípios que circundam a baía.