edição 40 | 2023 | novembro
Texto: Rogério Gonzales
A concessão da Águas Guariroba é de 2000, mas o atual grupo acionário assumiu a empresa a partir de 2005. De lá para cá, está fazendo uma transformação. Ao falar sobre o antes e o depois do trabalho da concessionária, a dona de casa Juliana dos Santos Andrade, moradora do bairro Tijuca, conta que já nem se lembra como é viver sem água tratada. “Eu não sei como é não ter água em casa, mas deve ser muito ruim, muito difícil. É muito bom saber que a gente pode beber água direto da torneira, que não vai fazer mal, que pode usar para lavar roupa, limpar, usar a água sem aquele medo de faltar, como já aconteceu no passado”, diz.
Além de chegar à casa da dona Juliana, o abastecimento de água alcança 99% da população. Antes de chegar às torneiras, a água percorre um longo caminho pelo sistema de tratamento e distribuição, uma grande estrutura que tem mais de 4 mil quilômetros de rede, equipamentos, tecnologia e um Centro de Controle de Operações que funciona 24 horas por dia. Aliado a um programa de gestão e controle de perdas, tudo isso garante que Campo Grande seja uma das capitais com o menor índice de perdas do país: 19%, ao passo que a média nacional é de aproximadamente 36%, conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades.
A qualidade da água distribuída é incontestável. Dados do último Relatório sobre Qualidade da Água de Campo Grande mostram que o pH da água que sai da torneira na capital está em 6,9, índice considerado ideal, segundo o Ministério da Saúde. O relatório ainda leva em consideração outros fatores como turbidez, cloro, cor aparente, coliformes totais, entre outros, e todos os índices alcançados pela água de Campo Grande estão dentro dos padrões ideais.
Na capital de Mato Grosso do Sul, 41% da água vem da captação do Córrego Guariroba e, por meio do sistema de bombeamento, viaja através das adutoras por mais de 30 quilômetros, até chegar à estação de tratamento. O restante é captado do Córrego Lageado (12%) e de 150 poços profundos – sendo 10 deles do Aquífero Guarani (47%). “Para garantir a sustentabilidade do uso dos recursos hídricos, as captações superficiais (represas) e subterrâneas (aquíferos) recebem cuidados ambientais e sanitários especiais. A água bruta captada nos córregos passa por várias etapas de tratamento antes de seguir para os reservatórios e abastecer a população”, explica o diretor-executivo da Águas Guariroba, Gabriel Buim.
O avanço do abastecimento de água é acompanhado pela rede de esgoto. Dados do SNIS mostram o crescimento expressivo da cobertura de esgoto. Enquanto em 2001 apenas 17% da população tinha acesso, o número mais recente, de 2021, aponta que mais de 80% dos moradores da capital possuem de forma integral o tratamento de esgoto.
O investimento na ampliação do serviço de esgoto começou em 2006, com o Programa Sanear Morena. Nas duas primeiras fases foram investidos cerca de R$ 255 milhões, e a evolução foi paulatina, ano a ano, mostrando que o desenvolvimento da cobertura da rede de esgoto acompanhou o crescimento da população. Além disso, todo o esgoto coletado pela Águas Guariroba é tratado antes de ser lançado nos córregos. Hoje, a capital conta com duas estações de tratamento de esgoto (ETEs). A maior, ETE Los Angeles, trata 1.080 litros por segundo. Já a ETE Imbirussu tem tecnologia inédita no Brasil e trata 120 litros por segundo.
Além de tratar 100% do esgoto que coleta, a Águas Guariroba segue padrões internacionais na realização do processo, garantindo total confiabilidade perante órgãos ambientais. O laboratório de efluentes da concessionária foi o primeiro de Mato Grosso do Sul a receber a Acreditação do Inmetro (CGCRE) em sete processos de análise. Segundo o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, os números são resultado de investimentos realizados pela concessionária que ultrapassam R$ 1,6 bilhão e representam um passo importante rumo à preservação do meio ambiente.
“Tudo isso é fruto de experiência em saneamento, gestão, eficiência operacional e compromisso com a sustentabilidade. Por meio de uma atuação pautada pelo respeito à sociedade, ao meio ambiente e aos princípios éticos. Pelas metas estabelecidas no Marco Legal do Saneamento Básico, o Brasil deverá atender 99% da população com acesso ao abastecimento de água potável e 90% de atendimento à coleta e tratamento de esgoto até 2033. Em Campo Grande, a meta deve ser superada em 2029 e a capital de Mato Grosso do Sul pode ser a primeira do país a alcançar a universalização”, ressalta o diretor-presidente.
Morador do Jardim Tarumã há 38 anos, o comerciante José Edilson, de 61 anos, viu a família crescer junto com o bairro. “Quando cheguei aqui, não tinha quase nada. Com o tempo, veio o asfalto, comércios grandes e o bairro segue crescendo”, diz. Dono de uma loja de utilidades desde 2010, ele diz que a chegada da rede de esgoto ao bairro ainda neste ano deve trazer mais desenvolvimento para a região. “Pra gente é motivo de muita comemoração. A gente sabe que o esgoto valoriza os imóveis, além de trazer mais saúde. Então, é muito bom”, considera.
O bairro é um dos que serão beneficiados pelo Programa Campo Grande Saneada, que tem como objetivo implantar cerca de 150 quilômetros de rede de esgoto, beneficiando mais de 16 mil famílias na capital, até o fim deste ano: uma das maiores ações de ampliação da rede de esgoto dos últimos anos na cidade. As obras da concessionária seguem um cronograma estabelecido em conjunto com a prefeitura.
“O Programa Campo Grande Saneada dá continuidade às nossas ações de ampliação e universalização dos serviços de coleta de esgoto em Campo Grande. Respeito ao meio ambiente e às pessoas são parte da nossa política de sustentabilidade, temos orgulho de dizer que estamos contribuindo para qualidade de vida e saúde da população campo-grandense”, completa o diretor-presidente da concessionária, Themis de Oliveira.