edição 39 | 2023 | abril a junho
O Tanquã se tornou um local para reprodução de aves migratórias e abriga animais que perderam o habitat em razão do desmatamento.
Texto: Ude Valentini
É impossível falar sobre o progresso de Piracicaba sem pensar na importância do complexo automotivo, do Parque Tecnológico e do Distrito Industrial Uninorte, três polos de desenvolvimento, geração de renda e de postos de trabalho no município. Da mesma forma, é preciso destacar o papel da ETE Capim Fino, unidade que atende uma população estimada de 20 mil habitantes que residem e/ou trabalham nos bairros Santa Rosa, Capim Fino, no complexo automotivo, no Parque Tecnológico e no Uninorte.
Foi assim, entendendo as necessidades dos moradores e da cidade, fazendo grandes obras, que a Mirante ajudou Piracicaba a atingir a universalização. Os recursos para isso só foram possíveis graças à assinatura de uma Parceria Público-Privada entre a Aegea e a Prefeitura de Piracicaba por meio do Semae. Desde então, a PPP Mirante vem ampliando e modernizando o sistema de esgoto da cidade. Entre os investimentos estão a construção e a modernização de estações de tratamento de esgoto (ETE), como a ETE Capim Fino.
Atualmente, Piracicaba conta com 24 ETEs, sendo que as quatro maiores são: Bela Vista, Piracicamirim, Capim Fino e Ponte do Caixão. Juntas, as quatro estações tratam, aproximadamente, 95% de todo o esgoto gerado na cidade.
A Bela Vista, construída pela Mirante, começou a operar em 2013 e teve participação efetiva na conquista da universalização do saneamento em Piracicaba. Localizada na região de Santa Terezinha, a ETE tem capacidade para atender aproximadamente 150 mil habitantes. Instalada em uma área de 42 mil metros quadrados, a Bela Vista foi construída com o objetivo de atender, em conjunto com a ETE Capim Fino e a ETE Ártemis, toda a demanda de tratamento de esgoto dos bairros localizados à margem direita do Rio Piracicaba.
Na Piracicamirim, ETE responsável pelo tratamento de esgoto da região leste de Piracicaba, a Mirante investiu na troca de concepção, especialmente para diminuir o mau cheiro que a unidade exalava. O primeiro passo foi redirecionar o esgoto industrial para outra unidade, uma vez que essa descarga desestabilizava o sistema. Em seguida, a Mirante ampliou a capacidade de atendimento e a estação ganhou sopradores de ar, difusores e linhas de transporte de ar na lagoa de aeração, o mesmo sistema implantado nas ETEs Ponte do Caixão, Bela Vista e Capim Fino. Resultado: fim do mau cheiro.
Outra integrante do grupo é a ETE Ponte do Caixão, localizada na margem esquerda do Rio Piracicaba, também com capacidade para atender 150 mil habitantes.
Todo o investimento da Mirante na coleta e no tratamento de esgoto tem dois focos: saúde e qualidade de vida, de um lado, e respeito ao meio ambiente, do outro. Vamos começar pelo primeiro. Imagine se não houvesse em Piracicaba o tratamento de esgoto. Para onde iria toda a água utilizada nas atividades diárias dos moradores, como tomar banho, acionar a descarga do vaso sanitário, lavar as louças na pia da cozinha, lavar roupas na máquina de lavar ou no tanque, entre outras? Para os rios, ribeirões e córregos, ou seja, para a natureza.
“Com o tratamento do esgoto, evitamos a alteração das características do solo e da água, além da poluição e contaminação dos recursos naturais. Por isso é tão importante o trabalho que desenvolvemos na Mirante, ou seja, devolvemos aos corpos hídricos o efluente tratado. Dessa forma, estamos preservando o meio ambiente e contribuindo para a saúde da população”, explica o gerente de Operações da Mirante, Rodrigo Leitão.
E o que significa “devolver efluentes tratados aos corpos hídricos”? Significa que todo esgoto que entra in natura nas ETEs é devolvido aos rios e ribeirões tratado, conforme legislação específica. Rodrigo resume muito bem a operação das estações de tratamento de esgoto. “Temos o privilégio de viver em um município que já alcançou a universalização da coleta e do tratamento de esgoto. Isso significa que todo o esgoto coletado em Piracicaba é tratado e devolvido aos corpos hídricos em condições adequadas, o que, além de preservar as águas, protege a fauna e a flora”, diz.
A relação do piracicabano com o Rio Piracicaba é cantada em prosa e verso, imortalizada por artistas e reconhecida nacionalmente. Todo o cuidado que a Mirante tem com o esgotamento sanitário também tem relação direta com o Rio Piracicaba porque, como já vimos, o esgoto só é devolvido aos corpos hídricos depois de tratado. Com os investimentos feitos, é possível, inclusive, acompanhar no Rio Piracicaba hoje o fenômeno da piracema que, em tupi-guarani, significa “subida” de peixes. No período, que vai de 1° de novembro a 28 de fevereiro, os peixes podem ser vistos saltando na Cachoeira Véu da Noiva. Segundo pescadores tradicionais, tem peixe o ano inteiro.
As contribuições do saneamento ao rio podem ser também notadas no Tanquã. Distante 55 km do centro da cidade, é um verdadeiro santuário ecológico conhecido como Mini-Pantanal Paulista em razão da semelhança de seu ecossistema com o Centro-Oeste brasileiro. As águas rasas e lentas atraem mais de 230 espécies de aves, das quais 19 estão ameaçadas de extinção. Abriga também mamíferos, répteis e anfíbios que perderam o habitat em decorrência do desmatamento da Mata Atlântica e do Cerrado. Assim, o Tanquã se tornou não só uma área de refúgio para descanso, alimentação e abrigo, mas também um local para reprodução de aves migratórias.
“Por todos estes motivos, a Mirante se orgulha em fazer parte da mudança de realidade na vida das pessoas e na natureza exuberante que temos à nossa volta”, afirma Silvia Letícia Tesseroli, diretora-presidente da Mirante.