edição 37 | 2022 outubro a dezembro
Prioridade é sanear o entorno do Rio Carioca.
Texto: Aline Magno
Desde 1905, após diversas obras de urbanização, a maior parte dos 4,3 quilômetros do Rio Carioca corre por galerias subterrâneas. É no Guararapes, comunidade do bairro do Cosme Velho, que parte do rio fica aparente, mas com a água poluída e o mau cheiro, mais parecendo um valão. Sanear o morro com 10 mil moradores é foco das ações da companhia na região. A primeira parte dessa empreitada já foi concluída em outubro com a implementação de 130 metros de rede de captação do esgoto, que antes escorria pela encosta e desaguava in natura nas águas do rio.
“Estamos trabalhando na comunidade, implementando estruturas de captação de esgoto e as interligando à rede pública. Com isso, além de levar mais saúde e qualidade de vida para quem mora ali, retiramos um volume de efluentes importante do Rio Carioca. Trata-se do pontapé inicial de um projeto amplo de saneamento básico das comunidades do entorno, que estará em andamento nos próximos anos”, afirma o diretor-superintendente de Comunidades da Águas do Rio, Guilherme Campos.
Ainda seguindo o curso do Carioca, nos bairros do Cosme Velho, Laranjeiras, Catete e Flamengo, a empresa utiliza tecnologia de ponta para fiscalizar o despejo irregular de esgoto no rio. Associações de moradores, líderes comunitários, todos ajudam nessa missão. Enquanto trabalha para eliminar os focos de poluição do curso d’água, a concessionária conectou a foz do Carioca ao Interceptor Oceânico, túnel responsável por captar a maior parte do efluente da zona sul da capital e encaminhá-lo para o Emissário Submarino de Ipanema.
“A medida é emergencial e evita que cerca de 180 litros de esgoto, por segundo, sejam despejados diretamente na Baía de Guanabara. O resultado disso pode ser visto na Praia de Botafogo, que este ano ganhou dias de água cristalina. Mas o nosso desafio é acabar com o foco de poluição em toda a extensão do rio, para que ele deságue limpo no mar”, afirma o superintendente da Capital, Sinval Andrade.
Desenho feito durante o Saúde Nota 10 mostra o amor pelo rio.
Robô para inspeção de rede de esgoto usado pela Águas do Rio.
E, se é para ter impacto duradouro, uma das frentes mais importantes é a educação ambiental. Por meio do Programa Saúde Nota 10, as crianças das escolas públicas da região aprendem sobre o ciclo da água, sustentabilidade e o papel de todos na preservação do Carioca. “Foi nas aulas práticas que os jovens do 8º ano descobriram que, primeiro, embaixo da rua passa um rio e, segundo, ele é o coração da cidade”, conta a coordenadora da Escola Estadual José de Alencar, Andréa González.
Com visitas aos pontos onde o rio sai do subsolo, os alunos se deparam com o problema da poluição, mas também encontram vida e a necessidade de preservá-la. “Estamos construindo, junto com a Águas do Rio, uma pedagogia humana e cheia de vínculos com o ambiente ao nosso redor. Esse rio são nossas raízes, a base do nosso crescimento e agora é nossa vez de cuidar dele”, finaliza.