edição 36 | julho 2022
Equipe pronta para iniciar a vistoria no Córrego do Itapeva.
Texto: Ude Valentini
Técnicos da Mirante, com o apoio de profissionais especializados, realizaram uma ação de vistoria no Córrego do Itapeva, localizado no centro da cidade de Piracicaba (SP). O objetivo da iniciativa, realizada em 16 de julho, foi identificar possíveis lançamentos irregulares de esgoto no manancial. O procedimento de verificação de despejo irregular de esgoto faz parte da rotina de trabalho da Mirante.
Foram percorridos 3 km – extensão da calha principal do córrego, do local onde hoje fica o Teatro Municipal Dr. Losso Netto, até o Rio Piracicaba. O Itapeva foi canalizado em 1957 na gestão do então prefeito municipal Luciano Guidotti. Atualmente, sobre o córrego fica a Avenida Armando de Salles Oliveira, uma das principais da cidade.
A vistoria teve início no local onde desemboca o córrego, no Rio Piracicaba. Dali, a equipe – formada por cinco pessoas – caminhou dentro do córrego por toda a sua extensão. Munidos com máscaras profissionais, cilindros de oxigênio e roupas próprias para esse fim, os cinco encontraram no percurso diferentes níveis, alguns com até 4 metros de profundidade; outros com dimensões que os obrigavam a rastejar em espaço reduzido.
Equipe teve de identificar pontos de acesso antes da vistoria.
Membro da equipe acessando o Itapeva.
Como a estrutura atual do Itapeva não possui acessos, a estratégia foi identificar saídas para que o grupo subisse à superfície para a hidratação necessária e alimentação. “Essa demanda surgiu da área de Operações, dentro das medidas de proteção e controle de monitoramento de gases”, explica o técnico de segurança do trabalho Danilo Munhoz, da área de EHS (Meio Ambiente, Saúde e Segurança). A vistoria foi realizada em toda a extensão do córrego (3 km), porém, em razão das restrições de acesso, o percurso percorrido foi de 4,5 km.
Segundo o supervisor de Serviços da Mirante, Giovan Christofolletti, a ação foi muito produtiva, pois o Itapeva, por estar localizado no centro da cidade – e por ser antigo –, mostra conexões que só seriam acessadas por dentro dos imóveis dessa região. Além disso, foi possível checar as galerias de águas pluviais que desembocam no Itapeva.
Estrutura praticamente intacta surpreendeu a equipe.
Vistoria teve início no Rio Piracicaba, onde o Córrego do Itapeva desemboca.
Segundo Giovan, a Mirante já realizou diversas ações nas redes coletoras do Itapeva, mas nunca dentro do córrego. “Essa oportunidade de ver o Itapeva por dentro foi única. Além de vistoriarmos as redes coletoras com maior assertividade, pudemos conhecer uma obra que, mesmo construída há 65 anos, está praticamente intacta. A estrutura é bem robusta, muito bonita, diferente das demais galerias de drenagem. Do ponto de vista da engenharia, é uma obra-prima”, afirmou Giovan.
O supervisor teve de driblar uma certa ansiedade em entrar em um local pouquíssimo comum. “Não era por uma questão de segurança, porque estávamos com uma equipe especializada, mas eu nunca ouvi falar de alguém que entrou no Itapeva”, comentou. No início, contou Giovan, houve um pouco de desconforto, porque “estávamos em um local muito escuro, em determinados pontos com a água batendo no peito. Mas depois foi tudo muito tranquilo”.
O analista de engenharia da Mirante, Guilherme Baldo Cyrino, disse que a experiência de entrar no Itapeva foi “excelente”. “Esse foi um trabalho de suma importância não só pela vistoria em si, mas também para a compreensão da dinâmica do Itapeva e de sua parte estrutural, inclusive da importância do trabalho em equipe, dos treinamentos e utilização de EPIs”, afirmou.
Para Guilherme, a satisfação de integrar o grupo que realizou um trabalho nunca feito antes – e que terá um impacto muito positivo no saneamento do município – é enorme. “Fiquei muito grato também porque essas oportunidades me trazem muito conhecimento. Me senti reconhecido pela Mirante por fazer parte desse projeto”, finalizou.