edição 35 | abril 2022

AEGEA RO

DESAFIOS DO ABASTECIMENTO

Cheias provocam inundações em estações de tratamento de água

Texto: Renan Cabral

Em Ariquemes (RO), a cheia do Rio Jamari interditou duas rodovias federais, a BR-364 e a BR-421, inviabilizando a passagem de veículos e formando filas quilométricas dos dois lados das rodovias por alguns dias. Já em Rolim de Moura, o Rio Anta Atirada e o Igarapé Manicoré transbordaram duas vezes, afetando a distribuição de água na cidade. Algumas estruturas se romperam e a captação da Águas de Rolim de Moura ficou alagada, forçando a parada dos equipamentos e interrompendo o abastecimento de água na cidade.

As chuvas em Rolim de Moura

As chuvas da noite do domingo, 20 de fevereiro, e manhã de segunda provocaram a cheia do Rio Anta Atirada. Durante a manhã foi possível observar a força e a quantidade de água que alagaram boa parte da cidade. Aproximadamente 300 residências foram afetadas diretamente pela água.

“Eu sabia que o rio ia encher, todo ano a chuva faz ele subir, mas eu me assustei com a quantidade de água. Eu moro aqui tem muito tempo e não me lembro de uma cheia assim, muita gente teve de sair de casa”, comentou Mário Jorge, jardineiro de 45 anos.

Com o Igarapé Manicoré não foi diferente: houve transbordamento e a captação da Águas de Rolim de Moura ficou alagada. Para preservar os equipamentos e, principalmente, a integridade física dos colaboradores, a concessionária desligou os equipamentos.

A população e os órgãos públicos foram informados de que o abastecimento proveniente da captação do Igarapé Manicoré seria interrompido. A concessionária manteve apenas a Captação D’Alincourt em operação até que fosse seguro o retorno das operações.

Nova inundação

No dia 7 de março, o Manicoré subiu mais de quatro metros em menos de 24 horas, atingindo as instalações elétricas e forçando a parada da captação novamente. A distribuição de água seguiu de forma parcial pela Captação D’Alincourt e via caminhão pipa em situações emergenciais.

Robson Cunha, diretor-executivo da Águas de Rolim de Moura, explica que a atuação rápida foi muito importante. Logo que a equipe operacional percebeu o aumento considerável de água, o comitê de crise interno foi acionado e um plano de ação foi estruturado.

“Mapeamento das redes e níveis de abastecimento, acionamento de novos carros pipa e aquisição de novos equipamentos – tudo foi feito muito rapidamente. Paramos os sistemas, grupos geradores, bombas, e quando a água abaixou, nós já tínhamos tudo pronto para fazer a manutenção e a retomada do sistema”, conta.

Segurança e prevenção

A segurança da equipe esteve em primeiro lugar durante todo o tempo. “Nossos técnicos de segurança isolaram a área e a empresa de energia elétrica realizou o desligamento dos padrões. Já em segurança, uma força-tarefa atuou com precisão e voltamos a operar”, disse o coordenador de Meio Ambiente e Segurança de Rondônia, Anthero Luiz dos Santos.

Com o nível normal do rio e do igarapé, a Águas de Rolim de Moura realizou a instalação de melhorias, manutenção preventiva dos equipamentos e instalação de bomba reserva para a captação. A ação visa evitar futuras paradas emergenciais no abastecimento.

“A bomba reserva vai aumentar a segurança operacional e, se houver manutenção emergencial, nós não precisamos interromper o abastecimento. Nosso trabalho é manter a água chegando à torneira de cada casa”, ressalta o diretor-executivo da concessionária, Robson Cunha.