edição 29 | novembro 2020
Texto: Rosiney Bigattão
A história da Aegea revela um crescimento acelerado, com resultados bastante positivos em um patamar de qualidade e uma atuação diversificada no território nacional no setor de saneamento, que exige conhecimento em tantas áreas diferentes. “Nosso desafio é gigantesco: cuidar dos 4,4 mil colaboradores, de quase 9 milhões de usuários e, em breve, quando assumirmos as novas conquistas no Espírito Santo e em Mato Grosso do Sul, os números vão aumentar, assim como a nossa responsabilidade de levar água tratada, coletar e tratar o esgoto, retornando o efluente para a natureza, enfim, cuidando de todo o ciclo da água ou de partes dele, incluindo sempre a proteção ambiental, colocando os serviços em um patamar de altíssima qualidade e cumprindo, ao mesmo tempo, os compromissos sociais e públicos assumidos”, afirma o presidente do Conselho de Administração da Aegea, Fábio Galindo Silvestre. Para dar conta de cuidar de tantas responsabilidades ao mesmo tempo, a Aegea conta com um instrumento muito poderoso, a governança corporativa, que funciona como uma bússola para a empresa, orientando e dando sustentação ao modelo de negócio adotado. “A governança da companhia foi sendo estruturada para ser um repositório e um timoneiro dos objetivos da empresa. Ela é a guardiã do planejamento estratégico da companhia, dos valores, da cultura e da perpetuidade do negócio”, diz.
A governança da Aegea é muito bem estruturada, com as melhores práticas nacionais e internacionais e a empresa adere voluntariamente a padrões até mesmo superiores aos exigidos pelo Novo Mercado B3. Embaixo desse guarda-chuva gigante, hoje estão o Conselho de Administração e seus comitês de apoio (veja box abaixo), os sistemas de controle formados pelas diretorias de Integridade; de Auditoria, Riscos e Controles Internos; e a de Relações com Investidores. Mas tudo isso não foi implantado de uma só vez: a governança foi construída junto com a empresa. Para entender como tudo isso funciona, é importante olhar para a linha do tempo dessa construção. “Em dez anos houve uma grande evolução da governança para acompanhar o crescimento da empresa, pois é difícil crescer e organizar ao mesmo tempo e foi isso que a Aegea fez. Fomos implantando as regras, os procedimentos e aprendendo com os nossos erros. Então na linha do tempo você percebe que a companhia não tem a preocupação só em crescer, ela também se preocupou em organizar a governança, em se tornar uma companhia correta e atrativa”, conta Tamara Willmann, diretora da DARC (Diretoria de Auditoria, Riscos e Controles Internos), que ajudou a estruturar também o programa de integridade da Aegea.
E como aprender com os erros? Implementando novas linhas de defesa, em um processo de melhoria contínua. “Essas estruturas são para defender a companhia de erros de processos, de procedimentos e atitudes, intencionais ou não. Este é o objetivo: a estruturação da companhia para que qualquer tipo de erro não aconteça mais. Tem dois aspectos principais – a empresa nunca mediu esforços econômicos para adotar as melhores práticas e isso inclui consultoria, política, pessoas, softwares, conhecimento, enfim, o necessário para que cada área fosse construída com o que há de melhor no mercado. Outro é que a Aegea investe também no aculturamento, porque não adianta construir tudo isso para ficar em uma bolha – é preciso chegar lá na ponta, com uma linguagem acessível para todos, em todos os níveis da companhia. Esta métrica a Aegea conseguiu fazer”, aponta Tamara.
Para o presidente do Conselho de Administração, o mérito da Aegea neste amadurecimento é sua grande capacidade de adaptação. “É uma empresa extremamente versátil, que tem uma capacidade de autorreflexão e de aprendizado rápido. Uma pioneira que foi descobrindo novas tecnologias, formas diferentes de conseguir mais eficiência, maior integridade, outras maneiras para se aproximar do seu público, maior competitividade, mais capacidade de financiamento para seus projetos, enfim, desenvolveu a característica da versatilidade, em ambientes sociais distintos. E ela tem um interesse enorme pela eficiência em todos os sentidos: na engenharia, nos processos, na participação de concorrências, na penetração de sua cultura organizacional desde o conselho até o leiturista, e social, no sentido de alcançar o maior número de pessoas, com o desafio da universalização”, relata Galindo.
“Vejo a Aegea do futuro como um ambiente extremamente saudável onde os colaboradores podem, a um só tempo, ser felizes com o que fazem e se encontrar com os propósitos da companhia, onde as pessoas possam se desenvolver cada vez mais, com um plano de carreira claro, motivador e atraente. Para fora, a Aegea será um player importantíssimo no desenvolvimento nacional, humano, porque tem em seu DNA um objetivo altamente nobre, de ser um agente de transformação social na medida em que busca a universalização do saneamento, de ajudar principalmente a população, até agora esquecida, a ter acesso à água e ao esgoto tratados, a uma vida mais digna, pelas mãos da iniciativa privada.” – Fábio Galindo Silvestre, presidente do Conselho de Administração da Aegea
“Os dez anos serão um marco para a companhia, chegamos até aqui construindo uma governança que pode olhar para a frente e amadurecer cada vez mais. Já temos uma estrutura e um legado de transparência, de ética, de amadurecimento e é de se perceber que a gente nunca pode deixar de olhar para isso. O futuro é a melhoria contínua: não deixar de fazer o aculturamento, é sempre olhar com um olhar crítico para nossos processos e entender onde a governança pode melhorar ainda mais, e não pensar que se chegou ao nível em que nada precisa ser feito, porque nunca será assim.” – Tamara Willmann, diretora de Auditoria, Riscos e Controles Internos
“O próximo passo é colocar compliance em destaque, fazendo com que as pessoas ajam com integridade. Criamos os embaixadores do compliance, pessoas que querem um país melhor, uma empresa em um ambiente mais ético e transparente, então elas serão capacitadas para serem replicadoras dessa agenda. E acoplar à nossa diretoria o que há de melhor em tecnologia, em inteligência artificial, business analyses, porque estamos crescendo e a área de Integridade pretende cuidar das 126 cidades com a mesma qualidade. Vamos encontrar meios de ter a visibilidade por meio de automação, colocando padrões para que nosso aprendizado possa ser replicado, analisado e corrigido, enfim, capilarizar todo esse conhecimento.” – Yoon Jung Kim, diretora de Integridade
“Compliance nada mais é do que entender as nossas fragilidades, antecipar os movimentos de detectar o que pode acontecer e, se vier a acontecer, saber lidar com a crise. Gerir e mitigar para que não volte a ocorrer. A ideia é sempre aprender com os próprios erros para um aprimoramento contínuo.” – Yoon Jung Kim
Para a diretora de Integridade, Yoon Jung Kim, a Aegea só chegou onde está hoje, com essa ampla atuação, pelos investimentos feitos em sua governança.
Para ser o guardião dos valores, da visão de futuro e do planejamento estratégico da empresa, o Conselho de Administração tem sete membros, todos independentes. Desde 2018, o presidente do conselho e o CEO são profissionais diferentes. Os conselheiros se reúnem mensalmente e têm o apoio dos comitês temáticos. São eles:
– Auditoria, Riscos e Integridade cuida das questões relacionadas ao mapa de riscos, demonstrações financeiras, aspectos fiscais e tributários, auditoria interna e externa e integridade.
– Gestão de Pessoas apoia as políticas de cargos, salários e benefícios e de desenvolvimento e seleção para a alta diretoria.
– Finanças e Avaliação de Projetos avalia as premissas e os riscos de projetos e investimentos para a empresa, planejamento financeiro e operações de estruturação financeira.
– Regulação avalia os temas regulatórios e as principais ações judiciais que afetam os contratos de concessão.
– Sustentabilidade e Inovação, que foi criado em 2020 com foco nos aspectos ambientais, sociais, de governança e inovação.