edição 30 | janeiro 2021
Rogério Tavares, VP de Relações Institucionais.
Renato Medicis, vice-presidente da Regional 3.
Radamés Casseb, CEO da Aegea Saneamento.
Texto: Rosiney Bigattão
“Quando você vê um banco de desenvolvimento nacional, como o BNDES, protagonizando a modelagem e o amadurecimento de projetos, emprestando seu know-how para a atração de capital, como está fazendo para os projetos de saneamento, de uma maneira proativa, como protagonista da história, é um sinal de que as oportunidades de crescimento são enormes. Quando um gigante como esse se mexe, os resultados são bastante expressivos”, afirma o CEO da Aegea, Radamés Casseb.
“Na medida em que o leilão tenha sucesso, vai ser disruptivo em relação ao setor, porque vai marcar de uma forma bastante incisiva a mudança efetiva da prestação de serviço de saneamento no país. Em contrapartida, a atratividade que está gerando, com muitos grupos demonstrando interesse em participar, vai impulsionar também o interesse de outros estados, que ainda estão indecisos, a buscar a participação da iniciativa privada nos próximos anos”, complementa Rogério Tavares, vice-presidente de Relações Institucionais da Aegea.
A Aegea está bastante focada no processo. “Com tudo o que ela construiu tem total condição de crescer e ocupar um espaço ainda mais significativo nesse mercado que terá uma mudança muito forte. Além da Cedae, tem muitos outros projetos sendo desenvolvidos junto ao BNDES, como o do Acre (AC), da Bahia (BA) e da Paraíba (PA), e o Ministério do Desenvolvimento Regional também sinaliza com a possibilidade de alocar recursos para desenvolver modelagens a fim de ajudar na meta da universalização”, aponta Tavares.
Outro ponto importante para o setor é a implementação do Novo Marco Legal, a Lei nº 14.026, que pode mudar completamente a realidade do saneamento. “Tem aspectos que precisam ser regulamentados, como por exemplo: um decreto para tratar da capacidade financeira dos operadores; outro da demonstração da capacidade de universalizar os serviços no prazo previsto, que é 2033; além de tratar da regulamentação da própria lei, substituindo o que existia, explicitando pontos que eventualmente possam deixar dúvidas de interpretação para que a lei possa ser aplicada de forma efetiva”, explica o vice-presidente de Relações Institucionais da Aegea.
A Agência Nacional de Águas (ANA) está trabalhando na edição das normas de referência para a regulação da prestação de serviços, essenciais para maior segurança jurídica dos investidores, lembra o executivo. “A Aegea apoia fortemente essa atuação no sentido de definir normas que sejam capazes de dar uma uniformidade à regulação que é exercida pelas diferentes agências nos níveis subnacionais – municipais e regionais, que vinham atuando com critérios em bases legais, mas com interpretações, muitas vezes, próprias. Com a regulamentação da ANA, será criado um padrão para a aplicação das normas que todas as agências terão de seguir e isso dá mais segurança aos investimentos. A previsão é de dois anos para isso tudo acontecer”, afirma Rogério.
A divisão dos estados em blocos é mais um fator de destaque que acontece agora e pode nortear a atuação da iniciativa privada nos próximos anos. “Os estados têm de criar os blocos regionais com mecanismo para se dar maior escala e viabilidade na prestação de serviços. A crença geral é de que, se deixasse a prestação de serviços afeta exclusivamente a cada município, se teria atratividade para os maiores, mais rentáveis, e interesse menor para os pequenos. Não é o ponto de vista da Aegea, que tem uma preocupação com a sociedade como um todo e atua em municípios pequenos com excelentes resultados. Mas a lei foi feita no sentido de garantir a inclusão de todos os municípios na prestação de serviços, principalmente na delegação destes para empresas privadas”, diz Tavares. A partir da regionalização, os estados definem o que será delegado à iniciativa privada. Se os estados não fizerem até julho, a União assume a responsabilidade de fazer.
Com tudo isso, a perspectiva de crescimento da Aegea nos próximos anos é a melhor do que se viu até agora. “Pelos resultados de 2020, a Aegea demonstrou ser um operador sólido e consistente, seja pelo time que ela tem, pela capacidade inovadora e pela adaptação em ler o ambiente onde ela atua. Os colaboradores foram fundamentais nas conquistas, e vão continuar sendo, para essa consolidação que a empresa pretende fazer em 2021, 2022, 2025 e assim por diante”, reforça o vice-presidente da Regional 3 da Aegea, Renato Medicis.
O crescimento vem da capacidade de adaptação e transformação, que tem a ver com os talentos da empresa, segundo ele. “Quando falamos em profissional além da conta, é justamente nesse momento de transformação, de necessidade de se adaptar, que se revela um pouco disso, de sempre buscar o algo mais. Mestres em brasicidades é a capacidade de fazer a leitura de cada cidade e se adaptar. Engenheiros da ordem é porque, independente da função, mesmo em um momento de caos e desordem, conseguimos manter o nosso trabalho de maneira ordenada”, afirma.
Para que colaboradores consigam aproveitar o momento e se desenvolver, as dicas do VP são: em primeiro lugar, se lembrarem de que a pandemia continua e que é preciso manter o estado de alerta contra a doença. Depois, aproximação com os líderes, ter clareza sobre quais são os desafios do ano, entender qual o objetivo do planejamento e entender o propósito da Aegea, de levar cada vez mais serviços de qualidade para um número maior de pessoas.
“Cabe à Aegea continuar se preparando e isso está fundamentalmente ligado à visão dos acionistas, que desejam se manter atuantes no setor de forma longeva, e do seu time de profissionais, que vejo cada vez mais engajado, tanto do ponto de vista desta cruzada sanitária quanto no objetivo de ir além. As pessoas que chegam a cada dia à companhia, em um projeto novo ou em uma tarefa nova, desejam contribuir com o seu melhor na construção desta história destes novos dez anos”, finaliza o CEO Radamés Casseb.