No mundo corporativo, as mulheres enfrentam desafios adicionais como a sobrecarga mental, a pressão para performar, a culpa e o receio de não “dar conta”. Como encontrar equilíbrio, preservar a saúde mental, se apoiar e dar apoio a outras mulheres foram temas da conversa do segundo dia da Semana da Mulher Aegea 2025. Mediada por Ana Paula Garcia, gerente de Comunicação da Aegea ES, que compartilhou, com emoção e leveza, experiências que conectam todas as participantes. As histórias contadas revelam o poder do acolhimento e da escuta no ambiente corporativo. Uma empresa humanizada se constrói com empatia e respeito.
Lucilaine Medeiros, diretora-presidente das unidades da Aegea no Espírito Santo, foi direta: “Para ter saúde mental, você precisa de paz. Para ter paz, sua casa tem que estar organizada – corpo, mente e relacionamentos.” Ela relembrou que, para mulheres, a pressão é constante: múltiplos papéis, jornadas duplas ou triplas, e a busca por espaço em um ambiente ainda desigual. “Mesmo com leis de igualdade, ainda enfrentamos grandes diferenças. Com equilíbrio, conseguimos ocupar mais posições de liderança. Isso é realidade na Aegea, que assumiu o compromisso de elevar de 32% para 45% a presença feminina na liderança até 2030.” Lucilaine também reforçou: “Peça ajuda. A terapia me ajudou a equilibrar os pratinhos da vida. Hoje digo: largo meu marido, mas não largo meu psicólogo.” Seu relato emocionou a todos ao lembrar como a Aegea foi sua primeira rede de apoio profissional, quando recebeu o convite para liderar enquanto descobria que estava grávida: “Achei que ia perder a oportunidade, mas ouvi: ‘Qual o problema?”
Carolina Pardo, gerente-executiva de RH da Aegea, trouxe uma reflexão essencial: “A chamada ‘síndrome da impostora’ não é uma doença, não deve nos rotular. É um fenômeno social. Nós merecemos estar onde estamos. Construímos isso.” A proposta é que as mulheres se reconheçam como protagonistas das suas conquistas: “Vamos corrigir quem usa ‘síndrome’. É um fenômeno e precisa ser enfrentado com apoio e empatia.” Em sua trajetória, Carolina também ressaltou a importância de ser um exemplo de ética e afeto: “Tudo que é feito com afeto é bem feito.”
Marina Tiso, gerente-executiva de Suprimentos, reforçou a importância do suporte mútuo: “Todas já nos sentimos impostoras. O caminho é reconhecer e superar. Precisamos nos apoiar, dar suporte umas às outras com empatia.” Ela compartilhou duas práticas diárias de autocuidado: atividade física e gratidão. “Exercício físico é essencial. E todo dia agradeço, sem pedir nada. Isso muda a energia do dia.” Grávida de seu terceiro filho, Marina destacou: “Rede de apoio é confiar no outro e não se culpar por delegar. E mais: seja também rede de apoio para alguém.” Ela deseja ser lembrada como uma referência para seus filhos e equipe, vivendo com leveza e equilíbrio.
Isabelly Gonçalves, diretora-executiva das unidades da Aegea em SP, falou sobre os recomeços e a força que vem deles: “Todos passamos por recomeços – pessoais ou profissionais. Eles trazem medos e incertezas, mas são oportunidades de aprendizado. Eu mudei de regional e casei, tudo ao mesmo tempo. E aprendi a tornar leve esse processo. Mudar de função, de cidade, de rotina traz insegurança. Mas cabe a nós trazer leveza para esses momentos e enxergá-los como aprendizado.”
Para ela, saúde mental exige autoconhecimento e rede de apoio: “Coloquei terapia e exercício físico na minha agenda como inegociáveis. Isso me fortalece e me dá paz para liderar.” Isabelly destacou que deseja ser lembrada pela resiliência e por apoiar o crescimento de outras mulheres.
Maira Guimarães, médica do trabalho da Aegea, destacou os sinais de alerta para a saúde mental: “Tristeza é diferente de sofrimento. Quando a tristeza dura muito e muda seu padrão de comportamento, é hora de pedir ajuda. Terapia não é vergonha. Precisamos normalizar isso. Se autoconhecer é o primeiro passo.” Mayra compartilhou sua própria experiência como mãe e médica: “Nós, mulheres, não precisamos dar conta de tudo. Precisamos pedir ajuda. Nós só conseguimos tratar aquilo que conhecemos. Buscar ajuda não é fraqueza, é uma forma de nos fortalecermos.”
Ana Paula Garcia conduziu a conversa com sensibilidade e destacou sua própria jornada: “Meu sonho era ser produtora de conteúdo. Fui forjada para atuar nos bastidores. Quero ser lembrada como alguém que ajuda o outro, ainda que com um café, um abraço, uma palavra, uma oração.” Sua fala reforçou o poder da empatia e do apoio no dia a dia corporativo.
No encerramento, as líderes deixaram suas mensagens sobre como gostariam de ser lembradas: “Quero ser referência para meus filhos, minha equipe, viver de forma leve e com equilíbrio”, disse Marina. Isabelly destacou a força da resiliência. Lucilaine resumiu: “Quero ser inspiração e exemplo. Compromisso com o próximo é meu propósito.”
A cultura corporativa humanizada, que valoriza o cuidado com as pessoas, fortalece redes de apoio e promove ambientes saudáveis. Na Aegea, esse cuidado se traduz em ações concretas, como a licença maternidade estendida, programas de saúde e espaços de escuta. As mulheres da Aegea mostram que equilíbrio e saúde mental são possíveis com autocuidado, redes de apoio e coragem para recomeçar sempre que for preciso.