edição 37 | 2022 outubro a dezembro

AEGEA ES

MAIS EFICIÊNCIA

Unidades investem na modernização dos serviços prestados

Equipe do Laboratório Central das unidades da Aegea no Espírito Santo durante treinamento.

Colaboradora trabalha na padronização de processos e metodologias usados no laboratório para adequação às normas internacionais.

Texto: Igor Alexandre

A busca pela modernização dos serviços de coleta e tratamento do esgoto não para nas unidades do Espírito Santo. No segundo semestre, foi dado início à implantação de macromedidores eletromagnéticos em sete estações de tratamento de esgoto nos municípios, começando pela ETE de Nova Carapina. Outros sete bairros das cidades também receberão o equipamento. A tecnologia visa substituir as réguas manuais e minimizar as falhas nas medições, bem como levantar dados relevantes para melhorias do processo nas estações de tratamento. Os medidores serão implantados nas saídas das ETEs e serão úteis para a aferição da vazão do efluente tratado, com amostragens em tempo real.

“É importante estarmos sempre atentos ao que podemos melhorar dentro do sistema de esgotamento sanitário. A instalação de macromedidores vai nos ajudar a elevar o padrão do tratamento, consequentemente oferecendo um serviço ainda melhor para a população”, explica José Cledson, supervisor de Engenharia das unidades da Aegea no Espírito Santo.

Elevatórias das unidades recebem válvulas que evitam obstrução

Ao todo, sete estações elevatórias de esgoto nas cidades de Serra, Vila Velha e Cariacica passaram a utilizar mecanismo que evita obstrução das bombas. Elas receberam as válvulas flush – equipamento hidromecânico automático instalado na saída das bombas submersíveis –, que não deixam acumular lodo no poço e, por consequência, ajudam a evitar obstrução das bombas. Elas evitam também o mau cheiro na unidade – dois dos problemas que causam mais transtornos. Com a nova tecnologia aplicada a operação se torna mais eficaz, trazendo benefícios para o fluxo do sistema e os seus usuários.

“Trata-se de uma válvula que fica aberta durante o início da operação da bomba, fazendo com que haja uma circulação do efluente, provocando a mistura dos sedimentos acumulados no fundo do poço. Funciona com a passagem do efluente por meio de um canal que tem uma esfera no seu interior, empurrada para o canal de acordo com a pressão de um fluido. O tempo para o fechamento da válvula é regulado de acordo com um ajuste na peça, entre 20 e 50 segundos. Sendo a válvula fechada e a bomba recalcando o efluente após esse tempo”, explica Ricardo Azevedo, especialista em tratamento de esgoto da companhia.

Laboratório Central passa por adequações para conquistar a ISO 17025

Um ano após ser inaugurado para analisar os efluentes tratados das cidades de Serra, Vila Velha e Cariacica, o Laboratório Central das unidades do Espírito Santo caminha para dar um passo importante na evolução de seus trabalhos. Em busca da acreditação na ISO 17025, norma aplicável a laboratórios de calibração e de ensaio, o local está em fase de adequação. O processo é realizado por meio de vistoria da Coordenação-Geral de Acreditação (CGCRE), do Inmetro, órgão que realiza a acreditação e concede a certificação.

De acordo com a supervisora do laboratório, Analine Gomes, embora a acreditação foque na credibilidade dos dados do laboratório em específico, para se alcançar o certificado é necessário o envolvimento de várias áreas da empresa, numa ação conjunta para atender os requisitos necessários. “A implantação da norma envolve várias etapas, como organização dos métodos, documentos, calibração dos equipamentos, treinamento da equipe, auditoria interna, entre outras coisas”, afirma.

Por ser uma norma exclusiva para laboratórios, a ISO 17025 tem a função de padronizar internacionalmente os processos, o que torna os resultados analíticos, quando aplicada a mesma metodologia, comparáveis em outros países e também dentro do território nacional. “Há um escopo, de acordo com os serviços oferecidos e a capacidade de medição, com critérios bem rigorosos. O certificado comprova que o laboratório executa suas atividades com precisão, com resultados de alta qualidade. Além, obviamente, de dar mais credibilidade ao serviço realizado por nós, essa certificação também fará com que a gente reduza o custo de terceirização de análises”, pontua.

Mais de 10 mil análises

Por meio do laboratório, que recebeu investimento superior a R$ 1 milhão, já foram realizadas, desde julho do ano passado, mais de dez mil análises que verificam a qualidade do tratamento de efluentes. “Desde a abertura do nosso laboratório próprio, conseguimos análises com resultados mais rápidos, permitindo tomadas de decisões instantâneas nas operações das ETEs”, explica a gerente de Operações das unidades da Aegea no Espírito Santo, Isabelly Gonçalves.

Uso de geofone para reduzir fraude em ramais

Outra frente de melhoria nas unidades é a redução de irregularidades na rede. Com esse objetivo, o setor Comercial passou a utilizar o geofone, aparelho que conta com sistema de localização acústica no subsolo ou dentro de estruturas, auxiliando na identificação de irregularidades e, principalmente, nas fraudes em ramais. O uso da tecnologia é novidade entre as Parcerias Público-Privadas (PPPs), sendo mais utilizado entre concessões plenas. Além do combate à irregularidade, ele auxilia na melhoria das eficiências operacional e comercial.

O aparelho possibilita uma identificação mais precisa da passagem de água no ramal, otimizando o trabalho da equipe e o apoio na descoberta de irregularidades, de acordo com Eduarda Martins, supervisora Comercial das unidades. “Fraude, hoje em dia, é um dos vilões em perdas de água comerciais, impactando diretamente no desperdício da água em razão da utilização sem controle. Com o apoio do aparelho, se tem um retorno melhor do serviço. Chegamos ao local e conseguimos usar a tecnologia para ser o mais assertivos possível, sem precisar danificar muito a pavimentação e calçadas em busca do ramal, por exemplo”, explica.

As equipes de campo das três unidades do Espírito Santo passaram por um treinamento, na sede da Ambiental Vila Velha, para entender melhor o funcionamento do aparelho.