edição 36 | julho 2022
Águas do Rio leva saneamento para comunidades de baixa renda como Pavão-Pavãozinho, na zona sul da capital fluminense.
Texto: Aline Magno
Os pesquisadores se debruçaram sobre os dados e calcularam os impactos que o acesso ao saneamento básico terá em diversos setores. Eles projetaram dois cenários: o primeiro até a universalização dos serviços, em alinhamento ao Marco Legal do Saneamento, e outro considerando todo o período da concessão, que é de 35 anos. De acordo com a análise, até 2056, apenas na área da saúde, o sistema público fluminense deve deixar de gastar em torno de R$ 100 milhões em internações causadas por doenças de veiculação hídrica, como disenteria, hepatite, dengue, além de diversos tipos de problemas respiratórios.
Atingindo a universalização do saneamento básico, em 2033, o ciclo virtuoso continua: sem contaminação por veiculação hídrica ou pelo contato com o esgoto in natura, os fluminenses se afastariam menos do trabalho e das escolas. Isso gera impacto no rendimento profissional e no tempo de escolaridade, o que, em ambos os casos, impacta nos salários.
Apresentação da pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil durante seminário da Abes sobre saneamento e meio ambiente, no Rio de Janeiro (RJ).
Da esquerda para a direita estão Rubens Filho (Trata Brasil), Alexandre Bianchini (Águas do Rio), Luana Pretto (Trata Brasil) e o economista Fernando Garcia.
Os números apontam que o crescimento na produtividade dos trabalhadores vai gerar quase R$ 5 bilhões na economia do Estado do Rio de Janeiro até 2056. A expansão dos sistemas de água e esgoto também deve gerar 36 mil novos postos de trabalho, segundo o estudo. Muitos desses empregos serão gerados no turismo, com ganhos estimados em R$ 1,2 bilhão.
A recuperação ambiental da Baía de Guanabara vai impulsionar o setor e movimentar a economia. A contribuição da Águas do Rio para ajudar a valorizar esse ícone do Rio de Janeiro já está em andamento, com a recuperação das estruturas de esgotamento sanitário existentes nos municípios que drenam a baía, especialmente as estações de tratamento. Essa etapa é fundamental para o funcionamento dos coletores de esgoto em tempo seco, que serão instalados nos próximos cinco anos no entorno desse ecossistema e que serão complementares ao sistema separador absoluto implantado na sequência, que deverá estar concluído até 2033.
O Trata Brasil apresentou o estudo em abril, no 1º Seminário Estadual de Saneamento e Meio Ambiente do Rio de Janeiro, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes). Na ocasião, o presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini, destacou a importância da parceria entre o público e o privado para que o saneamento se torne realidade para todos. “A abordagem ampla dos ganhos econômicos e socioambientais que o estado terá com a expansão dos serviços de água e esgoto, a partir dos investimentos da Águas do Rio, mostra que os benefícios do saneamento vão muito além dos serviços em si e refletem diretamente no bem-estar social e no desenvolvimento do estado e do país. Sozinhos, os setores público e privado não têm como fazer os investimentos necessários no tempo que a população precisa e que a legislação determina. O Rio está trabalhando em parceria e sai na frente neste novo momento”, afirmou.
Finalizando a apresentação, a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Siewert Pretto, pontuou que os investimentos deixarão um legado para 10 milhões de pessoas que vivem na área de abrangência da concessionária. “As concessões que foram feitas viabilizaram este horizonte de universalização do saneamento e de melhoria da nossa qualidade de vida. Temos gerações que vão ver esta evolução e se beneficiarão diretamente, vivendo um tempo com mais saneamento, com outra realidade em termos educacionais, de saúde e de qualidade de mão de obra”, conclui Luana.
Veja o estudo completo no site do Trata Brasil: https://tratabrasil.org.br/pt/estudos/beneficios-economicos-e-sociais/itb/beneficios-economicos-e-sociais-no-rio-de-janeiro