edição 34 | janeiro 2022
Texto: Aline Cardias e Yolanda Carnevale
O Respeito Dá o Tom, que incentiva e valoriza a diversidade racial no ambiente corporativo, foi lançado em Canoas, sede da Ambiental Metrosul (RS), em 17 de novembro. Há mais de quatro anos, o programa promove a equidade nas oportunidades de acesso à organização e de crescimento profissional dos colaboradores que se autodeclaram pretos, pardos e indígenas.
O programa também estimula os profissionais, independente do tempo de atuação e dos cargos que ocupam, a pensarem sobre a responsabilidade de cada um na construção de uma sociedade cada vez mais livre do racismo. E, já no primeiro dia, os colaboradores vestiram a camisa do programa, abraçando a causa da igualdade racial e o respeito pelas diferenças.
“São valores que estão nos pilares da nossa atuação, no nosso DNA. O Programa Respeito Dá o Tom retrata os muitos ‘Brasis’ que compõem o time Aegea, do qual a Ambiental Metrosul faz parte. É fundamental e de nossa responsabilidade estender o combate ao preconceito para além do ambiente corporativo”, destaca o diretor-presidente da Metrosul, Ângelo Mendes.
Uma das ações de conscientização desenvolvidas foi a campanha antirracista #Repense. Peças no estilo lambe-lambe, com expressões usuais do cotidiano mas de cunho racista, como “a coisa tá preta”, “indiada”, “denegrir”, entre outras, foram compartilhadas entre os colaboradores e nas redes sociais para gerar uma reflexão sobre o significado delas.
Quem também vestiu a camiseta do programa foram os jovens que integram a primeira turma do curso gratuito de iniciação profissional em eletromecânica. Eles participaram de um bate-papo sobre racismo, discriminação e desigualdade social conduzido pela coordenadora do Respeito Dá o Tom da Aegea, Keilla Martins.
“Eles são desprendidos de preconceitos e mais conscientes sobre o seu papel para reverter uma realidade que ainda é muito cruel”, diz a coordenadora. Comissões de diversidade das Câmaras de Vereadores das cidades de Canoas e de Esteio também conheceram o programa durante atividades especiais voltadas à Semana da Consciência Negra.
Bem longe dali, no Rio de Janeiro (RJ), a Águas do Rio também se mobilizou para contribuir na construção de uma sociedade cada vez mais livre de discriminações. Colaboradores que atuam em Japeri, Queimados, Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis participaram de rodas de conversa que abordaram temas relacionados com o Dia da Consciência Negra.
Realizadas nos dias 24 e 25 de novembro, foram conduzidas por Priscila Cunha, Layla Caroline e Vivian Araujo, que atuam nos setores de Responsabilidade Social, Recursos Humanos e Comunicação, respectivamente. Juntas, formaram o Comitê de Diversidade da Baixada.
“Nossas contratações estão sendo feitas em atendimento à diversidade racial, promovendo a equidade nas oportunidades de acesso à empresa e de crescimento profissional dos funcionários que se autodeclaram pretos e pardos”, afirmou o diretor-superintendente responsável pelas cinco cidades da Baixada, Luiz Fabbriani.
O programa possui três pilares de atuação: empregabilidade, desenvolvimento e relacionamento, que atua na sensibilização por meio de ações para disseminar o conteúdo relacionado à questão racial. “Dessa forma, ultrapassamos os muros do ambiente corporativo e temos os funcionários como multiplicadores dessa conscientização. Somente iremos progredir quando as oportunidades forem iguais para todos”, avalia Fabbriani.
As integrantes do comitê destacaram a disponibilização dos cursos de capacitação da Academia Aegea, em alinhamento a um dos pilares do programa. “Esse grupo é a célula da Baixada que se incorpora ao Comitê do Respeito Dá o Tom da Águas do Rio, que é o 15º formado entre as concessionárias da Aegea. Este encontro é apenas o início”, diz Layla Caroline.
Anderson Modesto, de 33 anos, que atua em Japeri e Queimados, compartilhou uma experiência pessoal, que marcou a sua história. “Sofri racismo desde a infância. Hoje, carrego traumas que me marcaram profundamente. Não desejo que outras pessoas vivam situações desumanas, por isso é tão importante promovermos ações e debates que falem sobre a igualdade racial”, afirma o colaborador.