Texto: Raquel Taranto
edição 34 | janeiro 2022
Texto: Raquel Taranto
Localizada no coração da zona sul do Rio de Janeiro e um dos cartões-postais mais famosos da cidade do Rio, a Lagoa Rodrigo de Freitas é um dos locais preferidos dos cariocas e visitantes para passeios e práticas de atividades físicas.
Entre pedaladas e corridas, os frequentadores da orla apreciam o revoar de grandes aves rosas sob o espelho d’água e dividem espaços com capivaras nas margens do manguezal. O que os frequentadores da lagoa não sabem é que essas aves rosas chamadas de colhereiros, assim como as capivaras, nem sempre estiveram por ali. Elas estão retornando gradativamente à região, após um persistente trabalho de recuperação ambiental.
Não só os colhereiros e as capivaras, mas também caranguejos, frangos d’água, garças e os savacus, conhecidos como pássaros pescadores. O retorno dessas espécies se deve ao trabalho realizado pelo biólogo Mário Moscatelli, que há 32 anos atua na restauração desse ecossistema.
“Uma lagoa saudável, com essa fauna, se transforma em um centro de ecoturismo, onde todos saem ganhando: a qualidade da água, os animais, os donos de quiosques que circundam a lagoa e os visitantes. Mostrando um trabalho sério, constante e obstinado, o resultado positivo virá, sem dúvida alguma, e poderá ser replicado em outros recursos naturais do Rio”, afirma Moscatelli.
Considerada de grande importância socioambiental, a Lagoa Rodrigo de Freitas, com seus 2 milhões de metros quadrados de espelho d’água, precisa de cuidados contínuos. E é aí que a Águas do Rio entra em cena, com o apoio inédito de uma empresa privada ao projeto Manguezal da Lagoa, desenvolvido pela Consultoria Manglares, dirigida por Moscatelli. O acordo firmado em outubro de 2021 tem como foco preservar os 3,5 quilômetros de manguezal encontrados nas margens do sistema lagunar.
É a primeira vez que uma empresa privada apoia o projeto, e com essa parceria será possível disponibilizar uma equipe de profissionais da área ambiental, dedicada à proteção do manguezal e dos animais, além de atuação no controle de pragas, replantio de espécies e limpeza das margens da lagoa.
Para o diretor-presidente da Águas do Rio, Alexandre Bianchini, o projeto vem ao encontro do propósito da companhia de construir um legado ambiental nas cidades onde atua.
“Esse é o primeiro projeto nessa área aqui no Rio de Janeiro, dando sequência e suporte à luta desse profissional, que dedica a sua vida a resgatar os passivos ambientais dessa cidade. Vamos contribuir com a manutenção e ampliação dessa biodiversidade, não somente por meio do apoio ao Manguezal da Lagoa, mas principalmente com a operação eficiente do sistema de esgotamento sanitário existente ao redor desse patrimônio, que é de todos nós”, reforça Alexandre.
No primeiro dia em que assumiu, a Águas do Rio iniciou a recuperação do sistema de esgoto daquela região, com a troca de tubulações que estavam deterioradas e a modernização das estações elevatórias que bombeiam o esgoto.
Estações que estavam inoperantes ou com o funcionamento comprometido passaram por reformas estruturais. Foram instalados novos painéis elétricos, sensores e automação, o que permite que todas as unidades agora sejam monitoradas 24h, em tempo real, pelo Centro de Operações Integradas (COI) da concessionária.
Dessa forma, a casa das “aves rosas” vai estar cada vez mais colorida, recebendo novas espécies que vão encontrar um ambiente protegido e preservado.