edição 33 | outubro 2021

PROLAGOS

Ancoragem de balsa usa tecnologia para retirar navios do fundo do mar

Texto: Janaína Novellino

Máquinas e equipamentos robustos, âncoras que pesam até três toneladas, boias com capacidade para flutuar objetos com até cinco toneladas, duas embarcações e cerca de 15 pessoas. Toda essa estrutura foi necessária para reposicionar a balsa responsável pela captação de água na Lagoa de Juturnaíba, localizada no distrito de São Vicente de Paulo, em Araruama (RJ).

A estrutura foi deslocada da posição original em razão da incidência de ventos acima da média nos últimos dez anos. A iniciativa de alta complexidade faz parte do Plano Verão da Prolagos e tem como objetivo garantir maior segurança operacional. O trabalho foi executado por etapas. Antes da operação, técnicos realizaram o mapeamento do local por meio de drone com um software com GPS, traçando as coordenadas da ação operacional. Em seguida, com o auxílio de um caminhão guindaste, as âncoras foram içadas individualmente até a margem da lagoa, onde foram presas às boias de flutuação. Já na água, duas embarcações deslocaram o material em direção à balsa para que os mergulhadores finalizassem a ancoragem.

“O nosso desafio foi conseguir tirar as âncoras da margem e levar até o ponto correto, pois em razão da baixa profundidade da lagoa, não conseguimos utilizar uma balsa maior. Nesta operação, utilizamos os mesmos equipamentos usados para retirar navios do fundo do mar. Os mergulhadores são monitorados durante todo o tempo e mantêm contato em tempo real com o supervisor que acompanha o trabalho da superfície”, explica Rodrigo Coutinho, diretor de Operações da RCS Subaquática.

A balsa ancorada é o coração do sistema de abastecimento de água das cidades de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia. “É nela que se inicia todo o nosso processo de tratamento da água. A balsa possui quatro bombas que juntas são capazes de impulsionar 1.500 litros de água por segundo. Ela capta a água da lagoa e as bombas lançam para a nossa estação por meio de quatro adutoras (tubulação de grande porte). Lá a água é tratada para depois ser enviada para as casas dos nossos clientes, gerando mais saúde e qualidade de vida para a população”, pontua Gabriela Negreiros, coordenadora de Operações da Prolagos.