edição 32 | julho 2021

AEGEA SP

Desobstrução da rede de esgoto com tecnologia de sistemas de água

Texto: Débora Ferneda

O acúmulo de resíduos – como placas de gordura e lixo –, somado ao processo de envelhecimento e deterioração natural da rede coletora, causa as incrustações formadas por um processo corrosivo da tubulação que, ao longo do tempo, dificultam o escoamento do esgoto.

Em Piracicaba (SP), a concessionária Mirante decidiu investir em uma solução comum no sistema de abastecimento de água, porém nunca testada até então no de esgotamento sanitário. Trata-se da metodologia de passagem de PIG, um processo mecânico no qual um dispositivo é usado nas operações de limpeza de tubulações.

Bons resultados

Implementada pela equipe técnica de Serviços, o método está em vigência há cinco meses e, desde então, já tem apresentado resultados significativos na operação, como o aumento imediato da vazão da tubulação e redução dos gastos energéticos, que representam a maior despesa no setor.

Com o investimento, as despesas energéticas em uma das unidades em que o protótipo foi implantado se reduziram mais da metade com relação aos valores iniciais na fatura de energia elétrica.

O funcionamento do PIG

Pioneiro nas operações de saneamento de Piracicaba, na prática o método consiste na instalação de cinco tipos de peças (PIG) diferentes, em um formato similar ao de uma bala de revólver – com características diferenciadas de diâmetro e rigidez. Por aqui, a técnica está sendo testada, inicialmente, na linha de recalque da Estação Elevatória Santo Antonio, com previsão de implantação em mais quatro unidades operacionais.

A instalação também ocorre de forma simplificada, sendo feita por meio do desmonte de um trecho da tubulação, inserindo o PIG na rede e acionando as bombas; com a pressão gerada pelo bombeamento, esse dispositivo é direcionado a um poço de visita, que faz a transição entre o bombeamento e o escoamento por gravidade, sendo removido manualmente.

Mapeamento detalhado

Para a seleção dos pontos de inserção, foi realizado um mapeamento que teve como parâmetro avaliar os critérios de idade da unidade, medição hidroenergética e análise da performance na bomba. Por esse estudo, foram levantados os trechos de maior risco e que apresentaram os índices com maior defasagem, e, a partir desse diagnóstico, elencados os locais em que a peça será implantada posteriormente.

Do ponto de vista de efetividade, o protótipo apresenta resultados satisfatórios imediatamente após a instalação na rede coletora. Para se ter uma ideia, antes da implantação, uma das tubulações apresentava a vazão de 34 litros por segundo e, logo após a inserção, o escoamento passou a ser de 45 litros por segundo, ou seja, menos tempo de bomba ligada.

“A inovação está presente em nosso DNA, somos movidos a desafios e a buscar continuamente por soluções que aprimorem os processos operacionais, sem impactar diretamente a produção. Em pouco tempo de teste, o método do PIG nas tubulações se mostrou eficaz, com um ótimo custo-benefício e aprimoramento dos processos, uma vez que a instalação não depende de uma logística complexa. Estamos muito satisfeitos e empolgados por contribuir com mais uma novidade para o saneamento do município”, afirma Laís Fonseca Gomes, coordenadora de Serviços e Operações.