edição 29 | novembro 2020
Thaís Suisso e Laís Raposo participam de campanha de arrecadação.
Texto: Rosiney Bigattão
Na Prolagos (RJ), colaboradores arrecadam alimentos para ajudar os colegas que tiveram o orçamento doméstico impactado pela pandemia. A campanha promovida pelo comitê local do voluntariado resultou em mais de 30 cestas básicas, formando uma verdadeira corrente do bem.
Diversas entidades e famílias foram beneficiadas com a doação de alimentos na campanha “Colaborador Solidário”, iniciativa da Águas de Barra do Garças (MT).
“Precisamos fortalecer essa rede de solidariedade neste momento tão difícil. Ser voluntário é gratificante e recompensador, pois temos a oportunidade de aprender, evoluir, compartilhar e se transformar em alguém ainda melhor”, pontua o colaborador Hélio Silva, idealizador da campanha.
“São pequenos gestos e ações que trazem reflexos positivos na vida de cada um. Sou uma pessoa que também penso na dificuldade daquelas pessoas que precisam e o mais importante é ajudar sem querer algo em troca, por amor mesmo”, afirma o operador de ETE Alexandre Rodrigues.
A Águas Guariroba (MS) entregou os agasalhos arrecadados pela 15ª Campanha do Agasalho às lideranças de seis bairros de áreas mais carentes de Campo Grande.
“Estamos enfrentando um período de pandemia e o nosso olhar, como empresa de saneamento, é também dar suporte a essas famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade”, destaca o gerente regional de responsabilidade social, Willian Carvalho.
“Não é a primeira vez que contamos com esta campanha e é uma felicidade poder contar com esta parceria. São muitas famílias carentes e crianças que estão sendo beneficiadas”, disse Rosa Pereira de Souza, presidente da União das Amigas Solidárias da Região do Segredo.
Na Águas de Teresina (PI), colaboradores participaram de campanha para doação de sangue junto ao Hemopi. Seguindo todos os protocolos de biossegurança, a parceria da concessionária com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí visa auxiliar na manutenção do banco de sangue, que registrou uma queda de 50% nas doações em razão da pandemia. Ao todo, mais de 70 colaboradores participaram da ação e salvaram vidas.
Manter o estoque de sangue cheio sempre foi uma tarefa difícil para o Hemolagos, banco de sangue que atende nove municípios no interior do Rio de Janeiro, inclusive, os cinco da área de concessão da Prolagos. Para contribuir, a concessionária promoveu uma roda de conversa virtual entre os seus funcionários e uma enfermeira do hemocentro, que tirou dúvidas sobre a doação e esclareceu sobre práticas de biossegurança. Samea Silva se sensibilizou com a ação e fez a parte dela. “A doação de sangue é um ato que dá esperança e saúde à vida de alguém. Tudo foi feito com todo cuidado e atenção dos profissionais do Hemolagos. Fico muito feliz em poder contribuir neste momento tão delicado”, disse.
Para reforçar o estoque disponível na Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue (UCT) de Primavera do Leste (MT), a concessionária também realizou uma campanha interna para estimular a doação voluntária e suprir a queda de doadores em função da pandemia.
“Saber que tenho a oportunidade de salvar uma vida, me sinto feliz e orgulhosa pelo ato. Ser doador é poder prolongar a vida de uma pessoa, é saber que você com um gesto de amor ajudou alguém a sobreviver”, conta a técnica em segurança do trabalho Thássia Azevedo.
“Em um gesto de alguns minutos você pode salvar um pai, uma mãe ou um filho de alguém. Sendo um anjo da guarda de uma família que não conhecemos”, pontua o supervisor de Responsabilidade Social da MT2, David Garib.
“Doar sangue é se preocupar com o próximo. Pratique esse gesto. Existem muitas pessoas que precisam de doações e por que não ajudar?”, pergunta o gestor de frotas Rafael Santos.
As unidades intensificaram as ações de cadastramento na Tarifa Social e em Rondônia 650 famílias foram beneficiadas nos últimos meses. “As famílias se sentem honradas em pagar suas faturas; para elas é digno pagar pela água que consomem. A atuação social responsável faz parte do nosso propósito, além de representar um compromisso com a sociedade”, contou Diecson do Prado, coordenador de programas socioambientais de Rondônia.
Para a moradora de Ariquemes Zilda Pereira dos Santos, o desconto proporcionado pela Tarifa Social é muito significativo. “Tem ajudado muito, esse mês paguei quase 20 reais para ter uma água boa para beber e fazer mais coisas”, contou feliz. “Pensei que nunca iria poder ter água da rua aqui em casa. Agora, com o benefício da Águas de Ariquemes, posso ficar tranquila”, contou a catadora de material reciclável Maria José, de Ariquemes (RO).
Todas as concessionárias mantêm uma atuação forte para ajudar a enfrentar a ameaça da COVID-19. A Águas de Manaus (AM) uniu forças com o Unicef em uma ação que leva produtos de higiene, limpeza e informações sobre prevenção para a população da cidade. Mais de sete mil pessoas que moram em áreas alagadas, de becos e algumas instituições estão recebendo os kits. “A água tem um papel fundamental na batalha que o país e o mundo ainda travam contra a doença. E graças a parceiros como o Unicef, Poder Público e lideranças comunitárias, estamos indo além, doando EPIs, alimentos e kits de higiene. Todos devem fazer sua parte para que a gente consiga vencer o coronavírus”, disse o vice-presidente da Regional 3 da Aegea, Renato Medicis. “O trabalho do Unicef neste momento visa contribuir para mitigação dos efeitos mais graves da pandemia. Em parceria com o setor privado e organizações não governamentais, fazer chegar a quem mais precisa itens de higiene e prevenção contra a COVID-19”, afirma a chefe do escritório do Unicef em Manaus, Debora Nandja Madeira.
O auxiliar de pedreiro Francisco Dourado, 57, foi um dos beneficiados. “Estou morando com minha irmã e outras duas pessoas; o kit vai ajudar bastante na prevenção. Fico muito agradecido pelo fato da Águas de Manaus e do Unicef terem essa preocupação de olhar pela gente”, disse. “Hoje, tenho nove pessoas morando em minha casa, entre filhos e netos. Posso garantir que vamos fazer um bom uso desse kit. Veio na hora certa”, afirmou a diarista Maria da Conceição, 49.
A especialista em projetos sociais Roberta Rossi, sócia da Consultoria Conexão e Trabalho, a coordenadora de Responsabilidade Social da Aegea, Marina de Castro Rodrigues, e o gerente de RS e líder do Comitê do Voluntariado da Águas de Manaus, Semy Alves Ferraz, debateram o tema: “Desafios do voluntariado no isolamento social”. Danilo Olegário, gerente da Academia Aegea, fez a intermediação e ressaltou na abertura a importância de ser voluntário. “Você só oferta para os outros aquilo que tem de melhor”, disse.
Em um ano de existência, o programa mobiliza colaboradores em todas as unidades, tem comitês espalhados por diversas unidades nas três regionais e já contabiliza mais de dois mil acessos na Trilha do Voluntariado, no portal da Academia Aegea, onde podem baixar o manual e a política. “Estamos só começando, tem muito mais pela frente”, garantiu a coordenadora de RS.
Segundo ela, as pessoas estão muito sensibilizadas. “Tivemos um mês de comemoração com publicações no Conectae, o nosso canal de comunicação interno. São ações que fazem com que a gente crie uma relação de identidade e proximidade com a população das comunidades onde a Aegea opera, contribuindo para o fortalecimento da empresa”, pontuou.
Para Semy Ferraz, ser voluntário também transforma quem executa as ações. “O propósito da Aegea – nossa natureza movimenta a vida – é muito forte no sentido de combater as desigualdades sociais e proteger os mais vulneráveis. E faz parte da nossa atividade o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número seis, da ONU, que é água potável e saneamento”, afirmou.
“O motor que funcionou no início da pandemia foi o do voluntariado. Uma pesquisa da Rede Filantropia aponta que, nesses meses, nove entre dez brasileiros fizeram uma doação ou uma ação voluntária”, disse Roberta Rossi. “Um resgate necessário, pois o movimento de voluntariado estava diminuindo no Brasil em função dos cenários econômicos e políticos”, afirmou.
Hoje existe um boom de solidariedade entre os brasileiros. “Nós tivemos um caso em Manaus em que a equipe foi fazer um corte por falta de pagamento e se sensibilizou com os graves problemas de saúde e financeiros da família. A área social foi envolvida, fez uma arrecadação de alimentos e de roupas usadas. A mãe da criança doente foi orientada a montar um brechó, nós implantamos a Tarifa Social e a família superou a situação”, conta Semy.
“O voluntariado acontece quando a pessoa toma uma decisão, uma iniciativa de contribuir para o desenvolvimento comum. Ela realiza uma ação compromissada com o outro e para ela mesma, sempre com o objetivo de transformar comunidades, grupos ou indivíduos. Pode ser uma pequena ação na vida de uma família. Isso também é sustentabilidade, porque todos ganham”, disse Roberta Rossi.
Oferecer ao outro o que sabe fazer de melhor, ser voluntário a partir das suas habilidades profissionais são alguns caminhos e podem ser feitos pelo meio digital. “Você pode exercer o voluntariado ensinando alguém pelo WhatsApp ou por outros aplicativos. Ou fortalecer as parcerias que a empresa já tem”, afirmou. Os benefícios dos atos solidários são transformadores. “Desenvolve a criatividade e habilidades que são úteis para a carreira e para a vida. Cada um ganha de uma forma. Não importa como começa, mas como nos mobiliza. É uma troca, a gente dá e ganha o tempo inteiro”, conta Rossi.
Quer conhecer outros exemplos de voluntariado? Leia mais em outras matérias da Revista Aegea.