edição 39 | 2023 | abril a junho
Diretora Administrativa da Aegea fala sobre a necessidade de inovar a cadeia de suprimentos do saneamento no Brasil.
Texto: Rosiney Bigattão
Segundo um estudo feito pelo BNDES, um dos entraves para a universalização do saneamento no Brasil é a cadeia de fornecimento. Se depender do trabalho que vem sendo feito pelo Centro Administrativo Aegea, em breve ela vai receber importantes contribuições de melhorias. “Hoje a cadeia de fornecimento para o saneamento no Brasil é retrógrada, tem uma visão de base estatal e não tem a agilidade necessária para universalizar os serviços. Precisamos ajudar a criar condições para atrair empresas de fora, a respeitar a jornada dos fornecedores brasileiros e aumentar a integração entre as diversas áreas dos setores”, afirmou Claudia Piunti, diretora Administrativa da Aegea.
A inovação e as parcerias estratégicas são caminhos para buscar soluções para os grandes desafios do setor. “Cada vez mais temos que inovar, tanto na forma como vamos contratar ou desenvolver esses fornecedores e as tecnologias de que nós utilizamos. Esse é um trabalho que já está acontecendo. De outubro do ano passado até o mês de maio, estivemos visitando vários países. Junto à Diretoria de Parcerias Estratégicas, passamos por Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Índia, China, Singapura, Israel e Inglaterra, entre outros. São países que têm saneamento mais desenvolvido que nós e cadeias mais complexas; a ideia é conhecer para trazer mais agilidade e fomento ao mercado”, afirma a diretora.
Redução de perdas de água, inclusão do lodo na economia circular e tecnologia de retrofit, que possa contribuir para a renovação de prédios e ativos antigos do saneamento, estão entre as prioridades. “Queremos buscar parceiros para alavancar a solução de problemas comuns a todo o setor de saneamento”, diz ela. “Nós temos mais de 30 fornecedores mapeados em diversas categorias, que vão participar do novo momento que o país vai vivenciar rumo à universalização. Mitigação de riscos de abastecimento, por exemplo, temos um único fornecedor; como a gente amplia isso? E o fomento de práticas de ESG na cadeia de suprimentos é outro gargalo do setor”, afirma Claudia.
Um amplo trabalho está sendo feito para estreitar as relações com os fornecedores e aumentar a produtividade. A Aegea acaba de lançar o Portal dos Fornecedores AE, que propõe uma jornada para estreitar as relações. “Por meio dessa plataforma vai ficar mais fácil os fornecedores conhecerem as demandas, saberem o que podem produzir para que possam atender às nossas necessidades e também se desenvolverem. Tudo com políticas claras para garantir que eles atendam a compliance e práticas de ESG, além de trazerem eficiência nos custos e na performance”, conta.
“As necessidades, as cotações, tudo está disponível por meio do Portal dos Fornecedores, disponível no site da Aegea. Os fornecedores que não fazem parte do complexo da empresa podem solicitar o seu cadastro junto à área de Integridade, vai ser aplicado o DDI. Todas as nossas políticas e procedimentos estarão lá, atualizados, para que todos conheçam melhor o trabalho que estamos fazendo”, afirma. O lançamento reflete o compromisso da Aegea com a manutenção de relações éticas, íntegras e transparentes com todos os públicos.
“A melhoria contínua nos processos da companhia é parte fundamental da nossa busca constante para levar mais saúde e dignidade por meio do saneamento para a população nos locais onde atuamos. Temos um modelo de negócio sustentável e queremos que os nossos parceiros de negócios, que estejam alinhados a nossos valores e práticas, sigam conosco movimentando vidas em prol de um futuro mais azul”, afirma a diretora.
“Por meio do portal vamos nos antecipar, captando as notas fiscais em nome da Aegea assim que elas são emitidas, e já damos o tratamento fiscal e contábil a elas. Os fornecedores podem acessar o sistema e saber qual é a data de pagamento da sua nota fiscal. Teremos visibilidade de quando a nota foi ou será paga, o que aumenta a respeitabilidade dentro da cadeia, faz com que as nossas negociações com os fornecedores possam ser mais sólidas, pois estamos dando transparência ao que nós estamos fazendo”, diz Piunti.
Para trabalhar cada vez mais perto das operações e das tendências de mercado, a Aegea está capacitando as unidades para buscar uma padronização de processos cada vez maior. “No CAA temos 96 indicadores, divididos em três níveis, que avaliam a qualidade do atendimento. Nós medimos os processos, a eficiência, os riscos e as metas. Esses indicadores colocam a Aegea nos mesmos padrões mundiais de produtividade, sempre procurando a transparência dos processos. A dimensão que a Aegea tomou nesse mercado – somos procurados por diversos fornecedores, inclusive de fora do Brasil – aumenta a credibilidade para que esses agentes externos queiram falar conosco”, explica.
“Temos uma parceria muito grande com a área de TI porque precisamos de eficiência e de velocidade, não só nos custos, mas em todos os processos, e isso se faz por meio da tecnologia, sem ela não há escala. A cultura de inovação é essencial, no Centro Administrativo Aegea precisamos de pessoas que questionem o modelo que temos, para que possamos evoluir cada vez mais e trabalhar de formas mais estratégicas. E de forma integrada com todas as áreas”, finaliza.