edição 39 | 2023 | abril a junho
Diretor de Inovação e Parcerias Estratégicas durante o Encontro de Lideranças Aegea 2023.
Texto: Rosiney Bigattão
Depois de algum tempo de sua palestra no Encontro de Lideranças Aegea 2023, o diretor de Tecnologia Eduardo Mendes revelou: “Grande parte da apresentação que vocês viram aqui foi feita por inteligência artificial. Uma demonstração de que precisamos cada vez mais nos ocupar com o que realmente importa”, disse.
“Há algumas décadas, professores protestaram contra o uso de calculadoras. Mais recentemente, contra o uso do 5G e, também, de inteligência artificial. O aprendizado humano é cíclico. Estamos vivendo hoje a quarta revolução industrial. Após cada uma, grandes empresas surgem. O que a Aegea tem a ver com isso? Tudo, pois nossos contratos são de 20, 30 e 40 anos, e como estaremos fazendo negócios nas próximas décadas? Precisamos refletir sobre isso”, afirmou.
“Com o mesmo protagonismo que trouxe a Aegea até aqui”, disse ele, diante dos slides feitos por IA. “Temos uma jornada até aqui e vamos continuar nessa evolução para melhorar cada vez mais os nossos serviços. Temos uma estrutura pronta, todos os sistemas de que precisamos estão aqui, dentro da Aegea”, disse ele. “O que precisamos é usar cada vez mais, fazendo as interações possíveis”, complementou Eduardo Mendes.
Para enfrentar o desafio da grave estiagem severa que atingiu Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a Aegea fez uma parceria com a Climatempo e passou a utilizar a inteligência das informações meteorológicas para a inspeção de risco das bacias hidrográficas. Modelagem hidráulica, que exige sensores ao longo da rede para ser viabilizada, também é uma realidade em muitas unidades da Aegea.
“Olhando para a cadeia produtiva da água, é preciso cuidar desde as florestas e matas ciliares que protegem os mananciais até a casa dos clientes”, disse Maurício Endo, diretor de Inovação e Parcerias Estratégicas. “Uma vez captada, o processo de tratamento da água está cada vez mais com processos automatizados, o que melhora a eficiência da dosagem dos produtos químicos; saindo da ETA vai se tentar garantir que ela chegue ao cliente final com o máximo de qualidade e o mínimo de perdas possíveis, e para isso já estamos usando inteligência artificial em algumas unidades. Na casa do usuário, temos a medição com hidrômetro, uso consciente de água, então, na ponta, também estamos investindo constantemente para melhorar cada vez mais o atendimento”, afirmou.
Água de reúso e economia circular do lodo também têm sido motivos de pesquisas, projetos e investimentos para cada vez mais preservar os recursos naturais. “Na região de atuação da Águas do Rio estamos estudando junto à Petrobras o fornecimento de água de reúso para determinadas atividades industriais, poupando um grande volume de água tratada, potável, para universalizar o acesso à água naquela região. É uma questão de planejamento e investimentos para que mais projetos assim aconteçam”, contou Endo.
“Olhamos até para a dessalinização, que pode ser usada para garantir a segurança hídrica no futuro, principalmente para cidades de regiões costeiras. Cada vez mais as mudanças climáticas vão trazer desafios para o abastecimento hoje e das populações futuras. A inovação hoje se tornou estratégica para o negócio, um caráter de realmente garantir as fontes de abastecimento para o futuro. Uma série de inovações ainda é necessária e vamos continuar buscando”, afirmou.
A Aegea é uma das empresas de saneamento brasileiras mais inovadoras, e sempre buscou metodologias e tecnologias para aumentar a eficiência. “A empresa também inova com processos – levar água tratada para as palafitas é inovação, se relacionar com as comunidades com o Programa Vem Com a Gente é inovação. O que queremos deixar cada vez mais claro para os colaboradores é que, por meio da inovação, podemos continuar fazendo a diferença na vida das pessoas que atendemos. Vamos continuar fortalecendo a nossa cultura de inovação e incentivos com estratégias como a do Prêmio Aegea de Inovação”, disse o diretor.
Segundo o diretor, como ao longo das últimas décadas houve poucos investimentos no setor de saneamento, porque os governos municipais e estaduais não tinham recursos para inovar, há muito para ser feito. “A partir de agora, estamos vendo revisão de processos e, para a universalização, precisamos cada vez mais da inovação, que deverá ser uma grande aliada da agenda ESG, com uso de energia limpa para tratar e distribuir a água e coletar e tratar o esgoto. Temos buscado parcerias estratégicas internacionais com o objetivo de acelerar a geração de valor da Aegea nos locais onde atua. Estamos só começando”, afirmou.