edição 39 | 2023 | abril a junho
Floresta Viva vai beneficiar bacias do Pantanal e Calculadora de Pegada Ecológica analisa hábitos de consumo.
Texto: Rosiney Bigattão
A estrutura da parceria assinada entre a Aegea e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é de um matchfunding, ou seja, para cada R$ 1 do setor privado, o banco coloca outro R$ 1. Dessa forma, o aporte de R$ 5 milhões da Aegea totalizará um investimento de R$ 10 milhões para programas de reflorestamento. O Floresta Viva já está em desenvolvimento para proteger mananciais e realizar reflorestamentos em 200 hectares de biomas brasileiros.
Recebem os investimentos as Bacias Guariroba e Cabeceiras do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, e o Sistema Lagunar de Maricá-Guarapina e a Área de Proteção Ambiental do Rio Surui, no Rio de Janeiro. Além da proteção ambiental, o programa preserva o clima, via captura de carbono pela natureza. A manutenção da biodiversidade, a preservação do solo e o aumento da resiliência hídrica são outros benefícios.
O contrato de adesão foi assinado em 21 de novembro, em Brasília, pelo CEO da Aegea, Radamés Casseb, e pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano.
“Esta iniciativa vem ao encontro do nosso pilar de proteção ao meio ambiente, com a ampliação da resiliência hídrica por meio da recuperação florestal das bacias hidrográficas em regiões em que estamos presentes. Como líderes em nosso setor, entendemos o nosso papel de investir em ações que geram impactos ambientais e sociais e a importância de unir forças para a construção contínua de um legado em prol do país e das gerações futuras”, afirma Radamés Casseb, CEO da Aegea.
“O Floresta Viva é uma iniciativa que vai gerar lucro ambiental, climático e econômico para seus doadores, com valiosos impactos sociais para as comunidades. A Aegea é mais uma empresa que acredita e atua com o BNDES na nova economia da sustentabilidade. Com ela, já são 15 as instituições parceiras do banco que, juntas, potencializam seus esforços e caminham para o futuro”, comemora Gustavo Montezano, presidente do BNDES.
Lançado em novembro de 2021, o Floresta Viva é uma iniciativa voltada para a restauração ecológica de biomas brasileiros com foco na formação de corredores ecológicos e recuperação de bacias hidrográficas. A meta original de investimento era de R$ 500 milhões ao longo de sete anos, com até 50% de recursos do banco. Esse valor total foi superado em 37% e já chegou a R$ 686,27 milhões. Com o matchfunding, o BNDES pretende alcançar R$ 1 bilhão de investimentos, atingir entre 32.000 e 66.000 hectares de área restaurada, e retirar até 18 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera, considerando um ciclo de crescimento da vegetação de 25 anos.
Com perguntas fáceis sobre alimentação, moradia, uso de energia e forma de transporte, em uma página com interface moderna e intuitiva, o WWF-Brasil está medindo a “pegada ecológica”. O projeto tem o apoio da Aegea desde o início de junho e uma metodologia de contabilidade ambiental que analisa as respostas, avalia a pressão do consumo sobre os recursos naturais e informa qual a “pegada” que deixamos sobre o planeta.
Cada “pegada ecológica” de um país, de uma cidade, de uma empresa ou de uma pessoa corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida. Ou seja, traduz, em hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade “utiliza”, em média, para se sustentar.
No site do WWF-Brasil é possível mensurar quantos planetas seriam necessários para cada pessoa, se ela mantiver as ações inseridas no questionário; qual seria o seu dia de sobrecarga (conceito utilizado para indicar a data em que o consumo anual de recursos naturais chega ao limite); a comparação da sua “pegada” com a de outros países e as possíveis soluções para a problemática.
A “pegada ecológica” pode ser usada por pessoas e empresas, e principalmente pelos professores, como instrumento de conscientização. A iniciativa está inserida no contexto do aumento da temperatura do planeta, que requer maior controle de emissões de gases poluentes, com o intuito de manter o planeta com temperatura segura para as próximas gerações. Além do apoio ao projeto, a Aegea também é parceira do WWF-Brasil no Restaura Natureza.
“Diante da emergência da crise climática, os hábitos de consumo precisam ser repensados e readequados. Não é seguro continuarmos a destruição do planeta para mantermos padrões de vida que colocam em risco o futuro das próximas gerações. A Calculadora da Pegada Ecológica é um ótimo material educativo para deixar mais palpável este assunto, muitas vezes abstrato”, afirma Giselli Cavalcante, analista de engajamento do WWF-Brasil.
ONG brasileira que desde 1996 atua coletivamente com parceiros da sociedade civil, academia, governos e empresas em todo o país para combater a degradação socioambiental e defender a vida das pessoas e da natureza. Está conectada a uma rede interdependente que busca soluções urgentes para a emergência climática.