edição 38 | 2023 | janeiro a março
Texto: Rosiney Bigattão
Como contribuir para a solução de problemas sociais de pequenas comunidades e no enfrentamento dos desafios globais? Na Aegea, essa é uma responsabilidade da Diretoria de Sustentabilidade e do Instituto Aegea, presidido por Édison Carlos, e que tem sob seu guarda-chuva três frentes de atuação: a de Planejamento Social, a cargo de Marina de Castro Rodrigues; a de Responsabilidade Social, na coordenação de Lisandre de Assis Dauber; e a de Qualidade Ambiental, representada por Isabelli Magno de Paula.
Com o apoio de Rafaela Padua Vilela, Marina de Castro Rodrigues cuida da articulação da Aegea e do Instituto Aegea nos principais fóruns nacionais e internacionais relacionados à sustentabilidade. Entre eles estão o Pacto Global da ONU no Brasil, onde coordena a Plataforma de Ação Pela Água e Oceanos; o Fórum Econômico Mundial e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, o GIFE.
“A Aegea tem destaque no Pacto Global da ONU no Brasil pelas suas práticas de sustentabilidade, alinhadas aos princípios ESG e à Agenda 2030. Também por sermos Embaixadores do Movimento +Água, principal iniciativa relacionada ao ODS 6 no Brasil. Aderimos recentemente ao Fórum Econômico Mundial e já tivemos oportunidades relevantes de visibilidade internacional para nossos cases de sustentabilidade, diversidade e inclusão”, afirma Marina.
Internamente, o desafio da área é a melhoria contínua da gestão da licença social para operar, a LSO, alinhada ao MOA, que é o Modelo Operacional Aegea. “Além de apoiar o planejamento estratégico institucional das unidades do grupo, buscamos melhorar as ferramentas de apoio à gestão de LSO das concessionárias, monitorando indicadores e compartilhando melhores práticas. Nossa estratégia de licença social para operar é referência no mercado e está totalmente conectada ao propósito da companhia de movimentar vidas e promover o desenvolvimento sustentável dos territórios onde opera, como se fosse uma plataforma de prosperidade compartilhada”, afirma.
Para cumprir o compromisso que está no DNA da Aegea de ser socialmente responsável, a coordenadora Lisandre atua junto às unidades na implementação de programas, ações e parcerias, incluindo os projetos incentivados. “Nossa política de investimento social privado é baseada em três pilares: educação, saúde e geração de renda. Busca contribuir para a melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o IDH-M, dos territórios em que atuamos. Olhamos para o futuro de uma forma otimista, e sempre buscamos com nosso trabalho trazer melhorias para aspectos importantes no dia a dia das comunidades, construindo legados de desenvolvimento”, diz.
Em 2023, por exemplo, depois de uma pesquisa feita nos locais onde a Aegea atua, veio a necessidade de fortalecer os programas de capacitação e geração de renda. “A empresa entende que pode contribuir ainda mais com a população vulnerável que atende”, afirma Lisandre. Um dos programas neste sentido, que já é realizado nas unidades da Ambiental Metrosul (RS), Aegea Mato Grosso (MT) e Águas de Manaus (AM), é o Mãos e Obras, que será ampliado.
“É um programa voltado para a capacitação de bombeiros hidráulicos, com foco na ligação intradomiciliar, qualificando homens e mulheres da própria comunidade para prestarem esse serviço, que com a chegada da rede de água e esgoto aumenta consideravelmente. Dessa forma, atendemos ao padrão técnico exigido pela empresa e também contribuímos para a capacitação e geração de renda local”, conta a coordenadora.
Em sua quarta edição, um dos programas de maior engajamento entre os jovens da rede pública, que mobiliza também os voluntários, é o Pioneiros. Um projeto que coloca a empresa toda na mesma sintonia: a de pensar o futuro que se quer para os jovens do Brasil. Os estudantes fazem uma imersão no mundo do saneamento por meio das unidades da Aegea. O Programa Pioneiros aprofunda o conhecimento deles sobre o mercado de trabalho e a atuação em diferentes profissões do setor.
Outra contribuição valiosa é a reflexão sobre a própria realidade dos locais onde eles vivem, pois os alunos desenvolvem um projeto para melhorar a vida das comunidades com inovações no setor de saneamento. Um trabalho multidisciplinar que envolve praticamente todas as áreas das concessionárias. Os jovens são orientados por tutores, que são colaboradores voluntários, que ajudam a estimular o pensamento crítico, o senso de responsabilidade e a criatividade dos estudantes.
Há três anos, o Programa de Voluntariado vem envolvendo mais e mais pessoas, seja para enfrentar uma enchente, para proteger e agasalhar famílias no inverno ou melhorar os estoques de bancos de sangue nos municípios onde a Aegea atua.
“Toda ação importa, tudo o que é feito é valorizado, não só pela companhia, mas pelos que recebem. Sabemos do empenho exigido para fazer do nosso programa forte, para que de fato colabore com as comunidades”, explica a coordenadora Lisandre Dauber.
“É o momento em que todos estamos conectados. Somos mais de 11 mil na mesma empresa, com o mesmo propósito, o mesmo objetivo de levar não só água e esgoto, mas dignidade, cidadania e melhoria na qualidade de vida. Mas para a Aegea isso não é suficiente, queremos ir além, levando desenvolvimento e prosperidade, e o Programa de Voluntariado tem esse papel”, disse Édison Carlos, presidente do Instituto Aegea e diretor de Sustentabilidade da empresa, no evento de premiação da segunda edição, realizado em 9 de dezembro de 2022.
Para incentivar a participação e mobilizar cada vez mais colaboradores para o programa, foi criado o Prêmio Voluntariado, que está na sua terceira edição. Em 2022, foram três ações finalistas vencedoras. Da Águas de Teresina (PI), o Projeto Chega Junto Comunidade mobilizou 64 voluntários durante três dias em comunidades em situação de vulnerabilidade social. Foi entregue uma biblioteca e realizadas atividades como torneio de futebol, oficina de artes para mulheres, entrega de mudas e plantio. Para quem participa, o voluntariado possibilita uma reflexão do sentimento de se doar. “A empatia evidenciada no gesto, na palavra acolhedora e no fiel princípio de se amar ao próximo. Seguiremos levando as boas ações dos voluntários para envolver e agregar valor às comunidades, como agentes de dignidade que somos”, afirma Kelson Marinho, do setor de Atendimento ao Cliente e coordenador de Voluntariado da Águas de Teresina (PI) e de Timon (MA).
Das unidades do Rio, Prolagos e Águas do Rio, veio o Fluxo do Bem. Uma grande mobilização feita no início de 2022, com o envolvimento de 21 colaboradores das unidades, quando fortes chuvas provocaram alagamentos e deslizamentos, deixando muitos moradores desabrigados ou desalojados. Com as ações, os voluntários conseguiram atender aos moradores de 17 municípios. Eles receberam a onda de afeto e suporte para enfrentar as dificuldades, chamada de Fluxo do Bem. Foi feita uma campanha de arrecadação que reuniu materiais de higiene pessoal e limpeza, roupas, calçados e alimentos. As concessionárias também apoiaram as prefeituras de cada localidade com cessão de maquinário e colaboradores.
Uma ação multidisciplinar movimentou a vida de 104 pessoas, que foram diretamente impactadas com o projeto Transformando Vidas: 28ª Ação no Sedam, em que 37 colaboradores se envolveram como voluntários nas atividades de inclusão e diversidade. Os moradores atendidos tiveram leitura de histórias para crianças, reforço escolar, mulheres puderam fazer curso de encanadoras e todos os participantes tinham à disposição prestação de serviços em diversas áreas. “O Programa de Voluntariado nos permite fazer esse acolhimento, um cuidado além da conta que temos com os moradores das comunidades. Isso reforça o nosso compromisso como agentes de transformação nas cidades onde atuamos”, conta Semy Ferraz, gerente de Responsabilidade Social da Águas de Manaus.
Um programa que é um ponto base no início das concessões da Aegea, que abre as portas da empresa para a comunidade e também faz o caminho inverso, indo até onde a comunidade está, é o Afluentes. “Por meio dele, estabelecemos um relacionamento com a comunidade, principalmente das áreas vulneráveis, abrindo um diálogo constante e transparente entre a empresa e as lideranças locais. Dessa forma, criamos um vínculo de confiança e comprometimento”, conta Lisandre.
“Um importante pilar da nossa atuação é o da educação. Os programas e projetos desenvolvidos em parceria com Secretarias Municipais de Educação priorizam a conscientização de crianças e jovens sobre a importância do saneamento e o uso racional dos recursos hídricos”, diz a coordenadora de RS. “O Programa Saúde Nota 10 concentra as iniciativas que levam consciência ambiental para as escolas. Cada unidade tem a possibilidade de adaptar, de acordo com suas necessidades, mas sempre focadas na valorização do saneamento para a saúde e para o meio ambiente”, afirma.
Nesse viés tem ainda o Portas Abertas que, como o nome diz, leva estudantes, professores e moradores a conhecerem as unidades e o funcionamento das estações de água e esgoto. Outro programa é o Sanear é Viver, que capacita os professores para que eles desenvolvam, dentro do currículo escolar, as temáticas do saneamento. São planos de aula a fim de levar o tema do saneamento para dentro da sala de aula. Depois, é feita uma premiação, para reconhecer e valorizar o papel dos professores.
“As iniciativas de Responsabilidade Social contribuem para melhorar a perspectiva de vida das famílias e para um futuro mais sustentável, diminuindo as diferenças sociais e garantindo a saúde e a qualidade de vida das pessoas e do planeta”, finaliza Dauber.
“Na frente de Qualidade Ambiental, observamos que os impactos ambientais positivos são inerentes ao nosso negócio. Mas a Aegea vai além e estabelece práticas ambientais em sua gestão que buscam o uso consciente dos recursos naturais nos territórios onde operamos e a diminuição dos impactos dos resíduos gerados pela nossa operação”, afirma Isabelli Magno de Paula. Com o compromisso do desenvolvimento sustentável, a Aegea estabelece parcerias para proteção de mananciais e resiliência hídrica das bacias hidrográficas onde opera, além do monitoramento das emissões de gases de efeito estufa.
Destaca-se o projeto Floresta Viva, iniciativa de matchfunding do BNDES que prevê o reflorestamento de áreas do Rio de Janeiro e do Pantanal visando à resiliência hídrica (leia mais sobre o assunto em Cidades Mais Azuis, Regional 1). “Atuando em parceria com as áreas de EHS e Engenharia, a área de Sustentabilidade e o Instituto Aegea divulgam as melhores práticas ambientais da Aegea e dão voz aos líderes dos projetos ambientais da companhia em fóruns especializados do setor”, diz Isabelli.