edição 38 | 2023 | janeiro a março
Pantanal de Mato Grosso do Sul é um dos biomas que fazem parte das unidades atendidas pela Regional 1 da Aegea.
Texto: Rosiney Bigattão
Feliz em pertencer a uma empresa em que entre as atividades principais estão o cuidado com a água, o meio ambiente e a saúde das pessoas, o vice-presidente da Regional 1 da Aegea, Guillermo Deluca, é um otimista com o futuro do planeta. Apesar da grande preocupação com o uso dos recursos naturais, aumenta cada vez mais o engajamento em ações concretas para garantir que o trabalho feito hoje resulte na manutenção da qualidade de vida para as próximas gerações.
Para ele, o planeta é cuidado quando cada um, no seu cantinho, faz um pouco. “Somos multiplicadores da visão de proteção ao meio ambiente. É óbvio que, ao tratar a água, coletar e tratar o esgoto de maneira consciente, sustentável, estamos fazendo, já por nossa própria atividade, uma contribuição importantíssima para cuidar do lugar onde vivemos. Mas a diretriz para a atuação da Aegea é ir além, não ficar apenas na nossa atividade principal”, complementa.
Plantio no Viveiro Isaac de Oliveira, da Águas Guariroba (MS).
São produzidas 50 mil mudas de espécies nativas por ano.
O fato de a Aegea ser a líder em saneamento no setor privado aumenta ainda mais a responsabilidade dela com o futuro do planeta, segundo o VP. “Temos de ser indutores desse comportamento, porque muitas empresas se espelham nas atitudes da Aegea e as reproduzem, e, assim, se cria uma consciência maior, pois esse cuidado com o meio ambiente não deve ser apenas do Poder Público, mas de todos, de toda a sociedade”, afirma.
Guillermo Deluca lembra ainda que cada colaborador da Aegea deve tomar para si essa responsabilidade. “A Aegea é uma empresa feita de pessoas, por isso todos devem se sentir responsáveis com suas ações – seja leiturista, atendente, engenheiro ou engenheira, a questão é: como me insiro nesse cenário? Cada um tem de fazer a sua parte, agindo com consciência, com cordialidade, com profissionalismo, pois tudo isso faz parte da dignidade do ser humano”, diz.
A mascote Guaribinha, em atividade do Saúde Nota 10.
Controle da qualidade da água no laboratório em Campo Grande (MS).
“Cuidamos dos nossos clientes não só fornecendo água de qualidade e tratando o esgoto. A dignidade do ser humano tem de ser olhada quando ele vai em uma loja de atendimento, é bem atendido e tem o seu problema resolvido. Tudo isso faz parte para que uma pessoa se sinta digna, e cuidar do planeta começa pelo cuidado com as pessoas que moram nele. A empresa não pode ficar fora desse conceito”, afirma Guillermo Deluca.
Paulo Antunes, diretor-presidente da Ambiental MS Pantanal.
A Regional 1 da Aegea tem uma característica bastante complexa. São 97 municípios bem distintos entre si quanto a clima, vegetação e população. “Nós temos diversas modalidades de contratação: uma PPP com serviços de esgoto em 68 cidades, em Mato Grosso do Sul; a capital do estado, Campo Grande, com uma concessão plena; outras 24 concessionárias em Mato Grosso, e uma no Pará, incluída em nossa regional por uma questão de logística”, conta ele.
As diferenças populacionais também são enormes: cidades com quase um milhão de habitantes, como Campo Grande, e outras com menos de 100 mil, algumas com menos de 5 mil, como União do Sul (3.455 moradores, segundo o IBGE) e Santa Carmem (4.600). “Não fazemos distinção no cuidado e na atenção dados a cada uma; este é um dos diferenciais da Aegea. Levar serviços de qualidade para cidades pequenas só é possível por causa da sinergia”, afirma o executivo.
Outro fator preponderante para a atuação em municípios pequenos com a mesma qualidade e eficiência em serviços é do Modelo Operacional Aegea, o MOA. “Acredito que o fato de a Aegea possuir unidades em municípios com realidades tão distintas dentro da R1 representa um simbolismo muito forte no tocante àquilo que chamamos de brasicidades. Nos sentimos parte desse território, considerado pelos viajantes antigos, em razão da imensidão das suas águas, como um verdadeiro mar, o Mar de Xaraés”, diz Paulo Antunes, diretor-presidente da Ambiental MS Pantanal.
Além do Pantanal, com 65% dos 138.183 km quadrados em Mato Grosso do Sul e o restante em Mato Grosso, com seus ciclos de cheias e seca, muitos municípios atendidos pela Regional 1 da Aegea estão em áreas de Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro. Uma das características é o clima seco, com a presença da savana e das árvores com troncos retorcidos. “É uma região que anualmente é muito castigada pela estiagem”, explica o VP.
Quando falta água no córrego não é só o abastecimento que fica prejudicado, mas também o tratamento do esgoto, pois não tem onde despejar o efluente para que não cause danos ao meio ambiente. “Resolver estas questões de maneira consciente faz parte do nosso planejamento. As dificuldades que habitualmente provocam estiagens severas, como as de 2020 e 2021, foram superadas com investimentos, criatividade e compromisso com nosso propósito”, afirma.
Estiagem tem sido severa nos últimos anos na área de atuação da Regional 1.
Um exemplo da implementação de soluções vem de Primavera do Leste (MT), onde o córrego em que é lançado o efluente seca. “Nós tomamos duas medidas que representaram investimentos importantes. A primeira foi fazer uma transposição do córrego onde se faz a captação para o que recebe o efluente; assim conseguimos aumentar o nível de água. Também fizemos um emissário para que o efluente fosse lançado a sete quilômetros dali, em um córrego de maior vazão”, explica.
Pantanal na região de Miranda, cidade atendida pela Ambiental MS Pantanal.
As medidas, tomadas em 2020 e 2021, podem ser usadas para beneficiar o saneamento como um todo, pois em muitas regiões do planeta já existe menor oferta de água em corpos hídricos.
“Nós nos antecipamos à estiagem, por meio de assessorias especializadas, para tomar medidas que conjuguem não faltar água para a população e fazer o despejo do efluente de forma sustentável. Além do planejamento, houve engajamento de várias áreas da empresa: Meio Ambiente, Engenharia, Jurídica, Operações… Combinamos também talentos corporativos e das unidades, para trabalhar a fim de que adversidades não comprometam os serviços da empresa”, diz.
Uma das usinas de energia solar implantadas em Mato Grosso.
Equipes da Aegea e empresas parceiras na inauguração da usina.
Outro ponto importante é a construção de parcerias institucionais e estratégicas na busca dos mesmos objetivos. “Me tranquiliza saber que existem empresas como a Aegea, com seus acionistas, colaboradores e todos os stakeholders engajados em conceitos tão importantes no cuidado com as pessoas, com o meio ambiente. Temos de fazer a nossa parte, tendo atitude e indo além, sendo indutores para que outras empresas façam o mesmo”, diz ele.
Guillermo conta que é por meio das parcerias que a Regional 1 amplia o cuidado com biomas como o Pantanal, um ecossistema muito sensível em relação à preservação dentro da área de atuação. Nós estamos fazendo parcerias estratégicas junto a organizações não governamentais para estudar e implementar medidas concretas. Neste sentido, recentemente firmamos contratos com o WWF, o BNDES e o Instituto Homem Pantaneiro”, conta o VP.
Instituto Homem Pantaneiro estuda as bacias pantaneiras.
Projetos buscam recuperação de matas ciliares e mananciais.
Uma das parcerias feitas pela Aegea foi o Contrato de Doação e Parceria, assinado com o WWF-Brasil, integrante da maior rede independente de organizações ambientalistas do mundo, com atuação em mais de 100 países. Para contribuir com o trabalho de conservação da natureza, foi doado um total de R$ 2.682.017,95. Os recursos estão sendo usados no Projeto Água Limpa para Todos, com atuação nas bacias Cabeceiras do Pantanal (MT) e do Guariroba (MS).
Outro projeto está sendo desenvolvido em parceria com o Instituto Homem Pantaneiro, na Bacia do Rio Miranda (MS), que registrou a maior mudança no uso do solo nos últimos anos no estado. Engloba 21 municípios e 240 mil pessoas. De 1985 a 2020, a bacia perdeu mais de 500 mil hectares de vegetação nativa e mais de 35 mil hectares de cobertura de água. Com o projeto, 27 pontos de degradação ao longo de 320 km estão sendo monitorados. Mais de 50.000 árvores de espécies nativas serão plantadas.
Colaboradora Kelly Pinheiro, de Sinop, participa do Programa de Voluntariado da Aegea.
Campanha do agasalho é outra que movimenta os voluntários nas cidades onde a Aegea atua.
Outro conceito bastante importante na construção de um planeta sustentável para todos, também colocado em prática na R1, é a licença social para operar (LSO).
“Quando a gente fala de licença social não está restrita a uma atividade, não é a Operação, não é a Engenharia, não é o tratamento nem o atendimento, mas é tudo junto. É manter uma ligação muito estreita em entender o pulso da cidade em que estamos atuando, tentando entender como ela funciona, como vibra, os valores que são importantes para ela. A partir daí, direcionamos nossas atividades com mais ênfase nesses pontos para uma relação de parceria, a fim de criar uma comunhão entre as ações da empresa e as necessidades das cidades. Queremos que a cidade tenha o entendimento de que estamos ali para ficar, participando dos eventos, sempre dispostos a ajudar, além de oferecer os serviços. É assim que estamos ajudando os moradores a terem cidades mais saneadas, com mais dignidade para todos e possibilitando a construção de um lugar melhor para viver também no futuro”, finaliza o VP da Regional 1, Guillermo Deluca.